terça-feira, 28 de julho de 2009

Filmes: a qualidade dos "alternativos"


Quem me conhece sabe o quanto sou exigente, chato, crítico e perfeccionista. Por isso, em se tratando de filmes, faz um bom tempo que desisti dos títulos americanos e tenho me dedicado a vasculhar as profundezas européias e asiáticas da sétima arte. Ora pesco uma velha bota, ora um vistoso salmão -nenhum paralelo entre Itália e Japão-, mas o saldo sempre é positivo.

Comecei esta nova "mania" há dois anos, quando precisava assistir filmes brasileiros e peguei gosto por cinema alternativo. Depois, comecei a vasculhar entre os filmes da Europa e da Ásia. Ai, fiquei impressionado ao perceber o quanto podemos aprender com os filmes. Neste final de semana, após assistir mais um, alimentei uma inquietação. Com investimento financeiro pesado, tudo tem obrigação de ser bom: as empresas desorganizadas podem contratar os melhores profissionais -a RBS é uma bagunça, mas a crise passa longe de lá-, os atletas se destacam no esporte -a China só ganhou as últimas olimpíadas por que aumentou em 15 vezes seu orçamento para esportes-, as cirurgias transformam as mulheres simples em mulherões -uma estimada amiga minha afirmava que todas as mulheres ricas tem obrigação de serem bonitas-, e por ai vai. Qual a única forma de enfrentar isto?

A empresa sem recurso precisa de talento para não ser pega por uma crise, os atletas sem investimento precisam de esforço para superar a elite e as mulheres precisam de conteúdo para se destacarem em um ambiente de beleza adquirível. Logo, um filme fora de Hollywood precisa de talento, de esforço e de conteúdo para ser bom. Cientes desta realidade, a indústria do cinema de países da Europa e da Ásia -principalmente o mercado europeu e, mais principalmente ainda, o alemão- investe nestas três qualidades, produzindo filmes excepcionais.

Meu pai sempre dizia: "respeite a experiência dos mais velhos" e ele tem razão, pois as artes cênicas já eram difundidas na China e em Roma quando EUA ainda era uma mata repleta de índios.

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