sábado, 1 de agosto de 2009

POR QUE O BRASIL NÃO VOTA LOGO NUM “COMBO”?

Post públicado por Reinaldo Azevedo, em seu Blog, ontem.

“Hoje em dia o Brasil pode ter tudo, já teve um presidente metalúrgico, pode ter um presidente negro, pode ter uma presidenta. A sociedade brasileira é madura o suficiente para saber que a sua multiplicidade pode ser representada de todas as formas.”

A fala acima é da ministra Dilma Rousseff, depois de um café da manhã com a presidente do Chile, Michelle Bachelet. O mais engraçado é que os sites que noticiam o evento acrescentam que “a ministra evitou comentar a sua candidatura à Presidência”.

Evitou?

Estamos em 2009, mas isso é 1984 puro. Ela, então, não falou de sua candidatura?

Ai, ai…

Eu nunca fui politicamente correto, nem quando era de esquerda — sim, aconteceu, já tive gripe suína. Esse papo de dividir pessoas em categorias sempre me enjoou. Na minha pré-história, achava que o procedimento só mascarava a luta de classes (ai, que vergonha!). Hoje em dia, acho que só mascara mau-caratismo.

Esse papo de que “chegou a vez das mulheres”, dos “negros” ou de sei lá quem faz supor que exista uma categoria naturalmente opressora, naturalmente íntima do poder, que deve ser desbancada. E que categoria seria essa? Bem, segundo entendo, é a do macho, branco e heterossexual, certo?

Por que não, então, um gay para suceder Lula? Branco ou preto? Esperem! Vamos fazer logo um “combo” de minorias. A candidata poderia ser mulher, negra e lésbica. E acho que a gente deve acumular experiências, incorporando qualidades de minorias passadas. Poderia ser mulher, negra, lésbica, meio analfabeta e eventualmente sem dedo. O “eneadactalismo” passaria a ser uma exigência para chegar ao topo.

Estou sendo cínico? Irônico? Sarcástico? É mesmo? Querem que eu leve a sério a política como reparação? Que dê corda a profissionais de causas, que decidem ocupar o lugar retórico das minorias? Não posso. Nunca consegui levar a sério essa abordagem.

Dilma, por exemplo, costuma tratar alguns homens de um modo que eles normalmente não aceitam ser tratados por outros homens. Mas aceitam a brutalidade da ministra. Nesse caso, o “ser mulher” vira só uma licença para a incivilidade. Avanço ou retrocesso? Julguem vocês mesmos.

2 comentários:

  1. Muito bom! Odeio este papos de minorias sendo "habilitadas" a upgrades na sociedade. É rídiculo. Assim como as tais de cotas...bom, isso é bem polêmico, mas acho que SER HUMANO é SER HUMANO...se a pessoa se coloca em posição de minoria é coitadismo do brabo!! Desculpa para aumentar sua conquista que foi conquistada usando sua dita diferença...a diferença se faz todo dia, por qualquer ser humano, por uma criança, por um idoso, por um homem de 30 anos.
    Nem sempre grandes objetivos são conquistados por pessoas de minorias, mas estas pessoas não chegaram lá dizendo...: sou um homem , de 30 anos, heterossexual, branco, solteiro, que trabalho desde que me formei...isso não dá manchete na Veja, muito menos na tI-ti-ti

    bj

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  2. Qualquer tentativa de discriminar é falaciosa... Mesmo porque o governante não governa para um grupo e sim para todos...

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