Assisti, há poucos dias, um documentário de vegetarianos condenando a utilização da carne como alimento. O nome do programa era "Comer carne ou não? De que lado você está?". Vi uma senhora chamar de covardes e de desalmados aqueles que matam animais para se alimentarem de suas partes (seja a carne, seja seus órgãos) e "obriguei-me" a refletir sobre o assunto.
Quando comecei a pensar sobre os hábitos carnívoros, senti-me culpado. É um pouco cruel perceber que matamos seres vivos para nos alimentar. Porém, a boa reflexão precisa externar às culpas, ser fria na analise e racional com os fatos. Então, pergunto: está errado matar um ser vivo para comer sua carne? Ou melhor: está errado matar um ser vivo para comer-lhe as partes (afinal, era isso que a vegetariana entrevistada afirmava estar errado)? Para responder a pergunta, precisamos analisar o porquê agimos desta forma e necessitamos classificar o que é um ser vivo. Então, vamos à análise e utilizarei a biologia para fazê-la.
Como não somos autotróficos (seres que produzem seu próprio alimento) precisamos nos alimentar de um ser vivo (seja uma planta, seja um animal). Uma girafa devora uma folhagem com a mesma voracidade que o leão dilacera uma zebra. Nós, humanos, atacamos os dois reinos. Portanto a nossa sobrevivência depende da morte de outros seres e por isso os comemos, pois queremos continuar vivos (esse papo lembra um pouco a geladeira Família Dinossauro). Agora, vamos à classificação.
Simplificando um pouco, a biologia define como ser vivo a entidade que possuir produção celular e atividade metabólica. Logo, uma planta como o trigo e a alface são seres vivos. Quando um vegetariano come um pão ou se alimenta de uma alface ele está comendo parte do corpo de seres vivos. Também não estaria errado? Qual a diferença entre uma planta e um animal?
Uma planta não possui olhos, nariz e boca. Suas funções metabólicas, em alguns casos, são realizadas por raízes (alimentação) e folhas (respiração). Nossas fibras musculares (nossa carne), podem ser comparadas aos tecidos de sustentação das plantas. Isso tudo, para nós, humanos, não é comum. Defendemos (neste caso, os vegetarianos) os animais pela familiaridade que temos com eles. Não vemos um chá de folhas como um suco de pulmão, assim como não imaginamos que um aipim frito possa ser comparado com boca ou língua frita, e a estranheza causada por estas comparações é que embasa a idéia de que não nos sentimos familiarizados com os vegetais.
Após esta análise e esta classificação concluí que os vegetarianos não são contrários a tirar a vida de um ser para se alimentar de uma parte dele. Sua bandeira é: "não tire a vida de um ser semelhante a você, apenas o faça com aqueles que não encontrar semelhança". Talvez eles não saiam por ai exclamando isto, mas agem desta forma.
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Muito bacana seu post, aliás sempre acompanho todos e gosto muito dos textos.
ResponderExcluirEste post disse exatamente o que eu falei esses dias com alguns amigos, que a alface está lá toda faceira tomando seu solzinho, quando de repente aparece um vegetariano e lhe arranca a vida.
Sou a favor de reduzir o consumo de carne, mas não penso em obrigação para os outros. Reduzir também o consumismo de tudo e viver com equilíbrio. Aí, quem sabe um dia, possa deixar de me alimentar de carne.
Pobre alcafe!!!!
ResponderExcluirhehehe
Pois é, por não se assemelhar a ela é que acredito que os vegetarianos não julgam errado comê-la, mas, para mim, é uma vida também.
abraço e obrigado pelo elogio aos textos!
Bem interessante tua ótica. Acho que é por aí mesmo que eles se baseiam.
ResponderExcluirQue assunto complicado de comentar. Tempos atrás falei com isso com uma vegetariana, que no caso, intensamente defensora. Às vezes gera uma discussão tão difícil, sabe.
Reduzir o consumo de carne, bom, quem sabe. Não fiz isso ainda.
Agora, aquele pezinho de tomate lindo, carregadinho de tomatinhos verdinhos ou amadurecendo, já pensaram que os arrancaram do pé ainda pequeninhos ???? Tadinho do "filhote" de tomate !!!
É, como tu falaste, ele não tem olho, boca, etc.
Eu como sempre venho para contariar, porque não tem graça concordar com tudo. Neste caso, em partícular, existem milhares de teses para não se comer carne, inclusive aquelas que mesmo possuindo sempre o lado positivo, não me afasta da idéia que a carne fica apodrecendo em nosso intestino por dias, pois demora mais a se decompor, dificultando a digestão. Terras devolutas, gado criado solto, no pasto, hectares de terra, o que deixa o gado musculoso, com a carne dura e vastas terras improdutivas para pequenos agricultores, que se veem obrigados a vende-las aos grandes criadores do entorno, pois a oferta e muito boa, o que torna mais escassa a produção de verduras, frutas e vegetais o que faz subir seu preço. Se é pela vida de TODOS seres vivos, vamos defender então o direito das pessoas de aumentar a oferta dos produtos agricolas, diminuindo o preço ao consumidor, o que tornaria a alimentação mais saudável.
ResponderExcluirNão como carne a quase 2o anos, nunca fez falta, pois nunca tive anemia, meus dentes não são de carnívoro, visto que meus caninos são atrofiados, como de todo resto das pessoas. Deixamos de ser carnivoros a muitos milhares de anos...simplesmente se consome carne por hábito, não por necessidade.
Meus motivos para não comer são hábitos familiares de uma boa alimentação...simples assim.
A proteína pode ser reposta de várias formas.
E volto a post anterior seu: como julgar a filosofia de vida das pessoas? Não me parece coerente condenar vegetarianos e defender o direito a posturas fúteis de vida. Se não há argumentos pra não comer carne, o que resta para outros tipos de hábito?
abs
Olá Felícia, pois é cabe a nós, os carnívoros, lutar pela vida dos pobres tomates!!! Hehehe
ResponderExcluirEles não tem boca para falar de sua dor ou face para expressar seu sofrimento. hehehehe
Olá Googlenisse!
ResponderExcluirVocê deve saber que há diversos tipos de proteínas e apenas na carne encontramos a carnitina e a avicultura também é uma forma de produção de carne (bem mais leve para o organismo do que a carne vermelha), porém este não é o ponto da questão que iniciaste.
...
Como aumentar a produção de produtos agrícolas? O CEASA chega a pagar R$0,05 para cada pé de alface ao agricultor. Com este preço baixo, como incentivar que os produtores o plantem ainda mais?
...
Faça uma lista com os cursos universitários mais procurados e , ao lado, faça uma lista daqueles que pagam os melhores salários (na média) aos profissionais. Perceberá que há uma lógica entre elas.
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Na economia, as maiores lições estão nos ensinamentos mais simples e a lei da oferta X procura é a maior delas. As pessoas estão aumentando o consumo de carne e diminuindo o de vegetais. Por conseguinte, o preço da carne aumenta e dos vegetais despenca e cada vez menos o segundo possui interessados na sua produção. Com carne tornando-se um negócio lucrativo, cada vez mais teremos "profissionais" interessados no trato do gado.
...
A resposta para esta questão está no equilibrio. Precisamos ensinar nossa geração futura (nós também ainda podemos aprender) a importância de consumir alimentos saudáveis (assim como a carne, mas na sua dose correta). Se não o fizermos, a situação ficará ainda pior e os fatos citados por você se agravarão, mas julgo que este é um assunto para o próximo post.
Aff quanta abobrinha em figura!!
ResponderExcluirA imaginação vai longe na cabecinha de berinjela
E olha q eu sou carnivoro, mas estou parando
Olá Wolverine,
ResponderExcluirSugiro ler mais então, a final, como futuro vegetariano, precisará gostar mais de abobrinha. ;-)
Abraço.
eu naum gosto de carne oooooodeeeiooo carne.a coisa masi ruim que existe na tera é carne coitados dos animais que morrem pra nois seres humnos comer....eu acho injusto isso.
ResponderExcluirSOU UMA CRIANÇA DE 10 ANOS