sábado, 28 de novembro de 2009

Instinto de Defesa


O instinto é uma espécie de inteligência primitiva e foi fundamental para a manutenção de nossa espécie. Nossos primeiros ancestrais homínideos não eram dotados de muita inteligência e, neste caso, lá estava o bom e velho instinto para lhes dizer o que e quando fazer (nunca como fazer e por isso as formas irracionais de agir). Adentro um pouco no campo da psicologia, mais por atrevimento do que por preparo, e concluo que continuamos dependendo do instinto para sabermos quando devemos agir, porém, nossa sapiência já nos confere direito de decidir o que e como reagiremos aos nossos instintos. Isso se aplica a todos eles. Aliás, há um instinto que não dominamos ainda: o da defesa.

Todo animal, racional ou não, possui instinto de defesa. Ao sentirmo-nos ameaçados, reagimos. Peça para alguém jogar uma bola de tênis no seu rosto. Por mais que você perceba que ela se move na sua direção em uma velocidade muito lenta para lhe ferir, você não conseguirá recebê-la sem, ao menos, piscar. Isso por que não controlamos o instinto de defesa. Só que nosso instinto ultrapassou o campo da defesa física e adentrou no campo da racionalidade.

Diariamente produzimos material intelectual: apresentações, análises, relatórios e outros documentos no trabalho; seminários, trabalhos de conclusão, trabalhos simples e resenhas para a faculdade; ou até mesmo em casa, utilizando blogs, escrevendo poemas, pintando quadros ou criando artesanatos. Muito de nós (e incluo-me, muitas vezes, neste exemplo), ao perceber sua obra criticada, não conseguem utilizar a critica para aprimorar seu trabalho. Preferem confrontá-la, pois olham para o que produziram e lembram-se do esforço, do empenho, da dedicação e de toda a dificuldade que deu para criá-la, ou seja, se enxergam como parte da obra, passando a deixar a racionalidade de lado e permitindo apenas que instinto de defesa atue. Desculpas, justificativas, discórdia e tudo mais que for preciso para defender uma parte sua. Como qualquer animal que possui apenas o instinto para reagir o faria.

Agindo desta forma, não evoluímos. Não conseguiremos distinguir a critica construtiva da destrutiva. Não permitimos que os comentários sobre nós sejam emitidos perto de nós e tão pouco conseguimos refletir ou perceber nossos erros. Aceitar críticas, ouvir sugestões e reconhecer os erros não são apenass virtudes, são provas da evolução de algumas pessoas. Se você for racional, terá o direito de se defender e não o dever. Portanto, algumas vezes, abra mão deste direito e reconheça que você pode estar errado.

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