sexta-feira, 6 de maio de 2011

Somos Selvagens

     Quanto mais leio sobre filosofia mais descubro que "os outros" estão errados. Aliás, não é preciso ler filosofia para constatar isso. Até ligando a TV é possível constatar. Quando Barack Obama se pronunciou sobre a morte de Bin Laden, ele disse: "não começamos esta guerra". Por sua vez, o terrorista (o Osama e não o Obama), após o ataque às torres gêmeas, disse que estava retribuindo à tirania americana por ter financiado guerras no Oriente Médio. Ou seja, ninguém é culpado! Nós humanos somos estranhos mesmo. Somos agentes de uma série de outras incoerências. Por exemplo: fabricamos armas! Sim, nós fabricamos e vendemos armas (nós, seres humanos). Que outra função terá uma arma se não tirar a vida de outra pessoa. Em resumo, produzimos equipamentos com o fim explicito de tirar vidas e muitos se orgulham disso. Outra coisa: por que alguém compra uma pick-up para andar na cidade? Um veículo imenso, que consome horrores de gasolina e custa um absurdo? Conforto? E as outras pessoas? Afinal, estamos utilizando um "baita" espaço no trânsito e liberando CO2 por uns cinco carros. Então, cheguei a uma conclusão sobre tudo isso: somos selvagens!

     Os animais só vivem em bando quando isso é uma vantagem estratégica. Caso contrário, seria cada um por si. Vingança também é um extinto animal de revidar a uma agressão. Um animal só não revida quando reconhece a superioridade do adversário e somos exatamente assim. Somos tão selvagens que só andamos sobre duas pernas por que nossos pais insistiram muito para isso. Só falamos, por que igualmente houve empenho deles. Pense nas crianças, que são seres humanos na exência (recem fabricados). Se você colocar um doce na frente de duas crianças de um ano de idade, elas não vão quebrar a barra ao meio e comer cada uma metade, demonstrando a inteligência humana ou nosso senso nato de convivência. Elas irão se avançar na barra e, a quem não conseguir pegar primeiro, avançará na outra criança para tentar tomar a barra. Outro exemplo: imaginem só se fossemos criados em uma selva por uma loba (não sei o porquê da loba, mas toda mitologia usa ela como exemplo e eu vou surfar a onda). Pense como seríamos. Mataríamos por comida, por sexo, por espaço ou por qualquer banalidade. Ou seja, se não formos lapidados, digo, educados, tendemos a agir como selvagens.

     É por isso que os maiores exemplos de cidadania, de convivência em sociedade, de respeito, de perdão e de outras virtudes tão escassas vêm de sociedades que priorizam a educação. Sua base é um ensino voltado para o desenvolvimento da pessoa e não para o desenvolvimento profissional (caso dos EUA e da Índia, que se orgulham de formar os melhores profissionais do mundo). Se não priorizarmos a educação, continuaremos agindo como animais: seja fechando ruas para comemorar a morte de uma pessoa, seja ignorando que vivemos em um mundo de recursos finitos.

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