segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

Terminou a faculdade? Bacana! Próximo passo, melhorar de emprego, não é?

     Ano passado, enquanto decidia em quem ia votar para presidente, criei tópicos como educação, segurança e saúde e comparei as realizações de cada partido. Nesta pesquisa, decidi entender (e não comprar pronto o que a mídia tenta nos vender) o que levou o governo Lula a criar o sistema de aprovação automática, no qual as escolas públicas foram recomendadas a não reprovar alunos com menos de 9 anos, pois considerava este o sistema mais imbecil que poderia ser pensado. Foi então que eu descobri que o Conselho Nacional de Educação (CNE) realizou três audiências públicas para discutir medidas que reduzissem a evasão escolar e, a partir destes encontros com o público, decidiu-se sobre a não reprovação. O pior foi admitir que o governo era (e sempre será) apenas o reflexo do povo. Aliás, se observarmos com clareza, veremos esta afirmação em todo o sistema educacional.

     Por que eles, os governantes, irão se preocupar com educação se, para a população que representam, ela é apenas um pré-requisito empregatício? Isso mesmo! Ninguém está interessado no conteúdo do ensino das escolas ou das faculdades (fazendo justiça, 0,001% dos brasileiros estão). O que todos (99,999%, para continuar sendo justo) querem é o diploma. Os pais lembram os filhos que precisam estudar na infância para que não se tornem garis (não sei o porquê, mas sempre o utilizam como exemplo de subemprego) e que precisarão fazer uma faculdade para terem um bom emprego. E assim crescemos, acreditando que devemos ter um bom inicio nos estudos para não cairmos e um excelente término para termos chances de ascensão.

     Alguém pode ler o que acabei de escrever e pensar "Isso não é verdade! Tenho lido muito sobre a importância de tornar o ensino médio público tão bom quando o particular. Aliás, a sociedade têm pressionado para isso". Ok, não discordo quanto a este fato, porém discordo que isso seja um exemplo de preocupação com o ensino. Isso ocorre apenas por que os alunos de escolas particulares, devido ao seu ensino mais forte, adquirem vantagem nos vestibulares das universidades públicas. No Brasil, universidade pública é sinônimo de "Canudo de Graça". Se a preocupação é apenas com o diploma, que forma melhor de obtê-lo se não sem custo? É a partir daí que se iniciam as discussões sobre a qualidade das escolas públicas.

     Bom, então o que o governo faz para melhorar a qualidade da educação? Populariza as universidades. Isso é muito mais barato do que tentar igualar o ensino ao particular. Hoje, em cada esquina há uma "universidade" com cursos aprovados pelo MEC e com custo muito similar ao gratuito, cuja aptidão dá-se ao aluno que souber assinar o nome. Sem falar na ampliação das salas de aula, na contratação de professores e nos regimes de cotas para as universidades federais. Logo, a população esquece que as escolas públicas são medíocres, pois estão, mesmo com este lixo de educação, conseguindo lugar em faculdades e, por conseguinte, desde que mantenham suas mensalidades em dia e não excedam os limites de faltas, terão seus estimados diplomas.

     Esta preocupação ridícula com currículo (explicita na mentalidade daqueles que terminam suas faculdades pensando que agora estarão aptos a disputar um belo espaço no mercado de trabalho) só continuará fazendo de nós, brasileiros, uma nação de empregados. E outra: parem de acreditar que a Microsoft, o Google e o Facebook foram empresas criadas por garotos despretensiosos em suas garagens. Zuckerberg era um nerd fenômeno de notas do ensino médio (high school, nos EUA) que aceitou a proposta para estudar em Harvard quando criou o Facebook. O Google foi criado por Larry Page e por Sergey Brin como estudo de seus doutorados em Stanford. E, antes de fundar a Microsoft, Bill Gates obteve 1590 pontos dos 1600 possíveis no teste de aptidão em Harvard (aliás, aos 16 anos, ele já era pesquisador visitante na Universidade de Massachusetts).

     Nossa mentalidade em educação permite apenas sonharmos em trabalhar para uma dessas empresas; Nunca em criá-las.

2 comentários:

  1. eu diria menos....0,00001 %....e cada vez mais...sério, queria fugir do mundo, por estas e outras, quanto mais vc se enjandra no sistema, mais nojo pega...to tapada de nojo pelas coisas que sei e vi.

    bjs
    ps: torcendo para vc sentir o minimo de dor possível amanhã (HJ), porque certo sei que vai dar!

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  2. Pois é, mas acredito que este seja um dos motivos que fazem as pessoas deixarem o Brasil e se sentirem tão bem em outros lugares.

    A prpósito, ligaram-me hoje cedo transferindo minha cirurgia para amanhã (vc estava certa, é amanhã mesmo, hehehe).

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