quinta-feira, 24 de junho de 2010

Não se atire no fosso das reflexões.

Peço desculpas aos que acompanham o blog, mas os encerramentos de semestre na UFRGS têm se demonstrado cada vez mais consumidores de tempo e, com isso, vão-se os momentos para leituras ou para rabiscar  idéias. Bom, chega de "blog-diário"...

Ultimamente, aprofundei minhas leituras em organizações e em sociologia. Tomei conhecimento sobre os temas em virtude da faculdade, mas é um mundo fascinante. Aproximei-me das obras de autores como Durkheim e Foucault. Também re-li figuras como Weber e Marx. Todos, sem exceção, são fascinantes. São pessoas e pessoas escrevendo sobre eles no mundo acadêmico. Um verdadeiro mundo tal como empreguei o termo. Porém, em todo lugar rico e belo há sempre uma periferia para nos causar desgosto.

Na periferia dos artigos acadêmicos estão as interpretações. Na verdade não. Qualquer pessoa é livre para interpretar um tema como entender. O problema está nas apropriações. Ahh, sim! Estas são revoltantes. Leio absurdos sobre comunismo descritos por esquerdistas que se quer leram algo sobre Marx. Da mesma forma que freqüentemente acesso leituras de economistas classificando e julgando o Marxismo. Também leio acadêmicos defendendo seus cursos como se houvesse uma guerra acadêmica que precisa ser vencida por quem têm o curso mais complexo, antigo e importante. Mas acredito que encontrei a justificativa.

O grande problema é o aprofundamento. Sim, algumas pessoas aprofundaram tanto seus conhecimentos em um tema, que perderam a habilidade de versar sobre os demais. Outros, já estão no sexto doutorado do mesmo curso e nem se lembram mais o que lhes motivou a iniciar os estudos. Desta forma, estas pessoas tornam-se incapazes de aceitar que seus estudos ou seus temas possam estar errados (em qualquer aspecto que for; do complexo ao banal) e travam batalhas com qualquer um que ousar contrária a sua.

De qualquer forma, enquanto me resta serenidade (espero nunca perdê-la), deixo três dicas fundamentais a respeito:
1 - Se é para disputar quem faz a faculdade mais complexo, antigo e importante do mundo, recomendo: inscreva-se em uma competição de arremesso de sementes de melancia por cusparadas. O mérito dos vencedores deve ser o mesmo;
2 - Dê sua opinião, sempre, mas esclareça que ela é sua. Não tente torná-las verdades absolutas, principalmente quando você for criticar algo. Neste caso, faça uma imersão antes;
3 - Por último, e não menos importante, antes de aprofundar suas reflexões sobre um tema, não se esqueça de amarrar uma corda na cintura.

3 comentários:

  1. Este comentário foi removido pelo autor.

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  2. Olá!

    Realmente tens razão,é algo bem comum os "doutores" se perderem nas teorias.Acabam por perder a conexão com a realidade,e aí vem aquelas idéias geniosas,perfeitinhas,mas a prática...isso,óbvio,sem contar que é extremamente difícil compreender os filósofos e estudiosos de outras épocas,afinal eles estavam em um contexto bem diferente do nosso,e nós temos uma tendência a refletir sobre suas idéias carregando o nosso próprio jargão de conhecimentos,cultura,ideais,enfim.
    Os conselhos que deste devem ser observados por todos nós...
    Abraço!

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  3. Pois é, Aline!
    Acho que foi Liev Tolstoi quem escreveu que é mais fácil criar 10 principios filosóficos do que colocar apenas um em prática.

    abraço

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