Desconhecer os partidos políticos é desconhecer a ideologia do político que estamos elegendo. Quando votamos, é tão importante entender o partido quanto ouvir o político. Uma coisa está diretamente relacionada a outra. Todos já devem ter ouvido a frase de que "o político representa o partido no governo" e é a mais pura verdade.
Vamos a um exemplo:
Na democracia brasileira, cada partido tem o direito de indicar um candidato para governador (a regra é mais complexa que isto, mas não vou entrar em detalhes). Este político é escolhido pela sua elegibilidade, ou seja, pela capacidade que ele tem de angariar votos. Outro ponto considerado na escolha é a aderência do candidato à ideologia do partido. Como eu descrevi no último post da série, um político socialista deve preservar os preceitos socialistas e o mesmo ocorre com o político democrata. Mas qual é o real impacto disto na sociedade?
No Rio Grande do Sul, em 1999, o Governador Olívio Dutra permitiu que a Ford saísse do estado. Em resumo, a montadora já possuía o terreno e, inclusive, já havia iniciado as instalações, porém o governo do estado não liberou os incentivos fiscais exigidos pela empresa. Em contra partida, o Congresso Nacional (na época, presidido por ACM) aprovou uma lei liberando incentivos fiscais para o Nordeste. Com isso, a Bahia de ACM entrou na jogada e levou a Ford. Os gaúchos, até hoje, reclamam da negligência de Olívio, mas todos reclamam em vão.
Dias atrás, eu conversava com um colega de trabalho sobre o assunto e ele dizia se sentir arrependido em ter votado no governador do PT. Questionei-lhe o porquê da insatisfação do voto e ouvi o caso da Ford como justificativa. Então, tornei a questioná-lo se ele era a favor da instalação da Ford e sua resposta foi sim. Por último, perguntei por que ele votou em um político socialista então, mas para esta pergunta ele não tinha resposta.
Nas eleições de 1998, Olívio foi claro ao afirmar, em seu plano de governo, que sua gestão iria favorecer o pequeno empresário e não o grande. Só isto seria suficiente para alguém que quer uma montadora em seu estado votar em outro candidato. Para aos eleitores que não leem planos de governo, como o meu colega, bastaria atentar-se à legenda do candidato. Como já citei, é política socialista não investir em grandes empresas, favorecer empresas pequenas e focar na gestão e no fortalecimento das empresas estatais.
Portanto, quando votar, é preciso alinhar os seus ideais com os ideais do partido (e não basear-se apenas nas palavras de um político, pois há um aparato atrás dele, que é a sua legenda) do seu candidato. Isso é ideologia afim.
Muitos são os que reclamam dos políticos. Poucos são os que fazem a sua parte na democracia (como estudar planos de governo ou, simplesmente, entender o que é um partido político e qual a sua função).
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Posts anteriores da Série:
http://taosofia.blogspot.com/2009/08/serie-politica-paradoxo-partidario-i.html
http://taosofia.blogspot.com/2009/08/serie-politica-definicoes-basicas-iii.html
http://taosofia.blogspot.com/2009/08/serie-politica-conceitos-basicos-ii.html
http://taosofia.blogspot.com/2009/07/serie-politica-definicoes-basicas-i.html
http://taosofia.blogspot.com/2009/07/serie-politica_30.html
Vamos a um exemplo:
Na democracia brasileira, cada partido tem o direito de indicar um candidato para governador (a regra é mais complexa que isto, mas não vou entrar em detalhes). Este político é escolhido pela sua elegibilidade, ou seja, pela capacidade que ele tem de angariar votos. Outro ponto considerado na escolha é a aderência do candidato à ideologia do partido. Como eu descrevi no último post da série, um político socialista deve preservar os preceitos socialistas e o mesmo ocorre com o político democrata. Mas qual é o real impacto disto na sociedade?
No Rio Grande do Sul, em 1999, o Governador Olívio Dutra permitiu que a Ford saísse do estado. Em resumo, a montadora já possuía o terreno e, inclusive, já havia iniciado as instalações, porém o governo do estado não liberou os incentivos fiscais exigidos pela empresa. Em contra partida, o Congresso Nacional (na época, presidido por ACM) aprovou uma lei liberando incentivos fiscais para o Nordeste. Com isso, a Bahia de ACM entrou na jogada e levou a Ford. Os gaúchos, até hoje, reclamam da negligência de Olívio, mas todos reclamam em vão.
Dias atrás, eu conversava com um colega de trabalho sobre o assunto e ele dizia se sentir arrependido em ter votado no governador do PT. Questionei-lhe o porquê da insatisfação do voto e ouvi o caso da Ford como justificativa. Então, tornei a questioná-lo se ele era a favor da instalação da Ford e sua resposta foi sim. Por último, perguntei por que ele votou em um político socialista então, mas para esta pergunta ele não tinha resposta.
Nas eleições de 1998, Olívio foi claro ao afirmar, em seu plano de governo, que sua gestão iria favorecer o pequeno empresário e não o grande. Só isto seria suficiente para alguém que quer uma montadora em seu estado votar em outro candidato. Para aos eleitores que não leem planos de governo, como o meu colega, bastaria atentar-se à legenda do candidato. Como já citei, é política socialista não investir em grandes empresas, favorecer empresas pequenas e focar na gestão e no fortalecimento das empresas estatais.
Portanto, quando votar, é preciso alinhar os seus ideais com os ideais do partido (e não basear-se apenas nas palavras de um político, pois há um aparato atrás dele, que é a sua legenda) do seu candidato. Isso é ideologia afim.
Muitos são os que reclamam dos políticos. Poucos são os que fazem a sua parte na democracia (como estudar planos de governo ou, simplesmente, entender o que é um partido político e qual a sua função).
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