A influência de uma má formação acadêmica nas ciências
As pesquisas e as ciências são responsáveis pela evolução da nossa sociedade. Chegamos ao grau de evolução que usufruímos hoje, através dos inúmeros objetos de pesquisas desenvolvidas por outros inúmeros cientistas. Demócrito, filósofo que estudava a natureza em 400 a.C., desenvolveu a teoria atômica da matéria. Sem ela, não teríamos explorado a química como fizemos e talvez não usufruíssemos de seus adventos. Alguns cientistas, como Galileu, Copérnico e Darwin, opuseram-se aos dogmas teocráticos de suas épocas, em nome do avanço que suas pesquisas trariam. Todos possuem algo em comum: a forma como foram educados.
Na época de Demócrito, não existiam instituições de ensino. Para ser educado, as famílias contratavam educadores que focava seu método em lógica matemática e ensinamentos filosóficos. O aluno aprendia da forma que melhor se adequava ao ensino. No caso dos renascentistas, as escolas e as faculdades, com poucos anos de existência, valorizavam o mestre. Cada professor decidia como seria sua aula e como conduziria suas turmas, sem mencionar que os alunos podiam interagir em todas as disciplinas. Com isso, após assistir a uma aula de geometria, Galileu abandonou a medicina para fazer matemática. Se fosse aluno do sistema atual de ensino, possivelmente Galileu seria apenas mais um médico.
Os cientistas atuais, por conseqüência de sua formação acadêmica, como já vimos, objetivam um bom salário. A eles não interessa a teoria a ser comprovada, mas o quanto irão ganhar. O bom salário dará a eles o conforto e o luxo consumista que aprenderam a gostar, como boa parte das pessoas em nossa sociedade. Para tanto, não importa se suas pesquisas resultarão em uma bomba atômica que dissemine a vida em uma região, ou em um mecanismo eletrônico que atrofie a capacidade de reflexão dos jovens. Seus valores éticos e morais não encontraram espaço para serem lapidados.
É preciso deixar claro que nunca houve pesquisa desinteressada. Demócrito era patrocinado pelo governo de Roma, que utilizava suas descobertas filosóficas para garantir a soberania do governo sobre os plebeus. No caso de Galileu, sua universidade financiava suas pesquisas em busca de renome. A diferença, então, está na decisão da pesquisa. Antes, cabia ao cientista dizer ao seu patrocinador no que ele estava estudando para que este demonstrasse interesse em financiá-lo, caso contrário, buscaria outras fontes de recursos. Hoje, os patrocinadores (indústria ou governo) dizem o que precisam e contratam os cientistas para que desenvolvam. O povo, em sua letargia, alheia-se aos investimentos em pesquisas e só os descobrem quando a mídia vincula a informação. Para o profissional, indefere se ele trabalhará na cura da AIDS ou no desenvolvimento de uma nova ferramenta bélica, pois a ele interessa o salário. Chegamos ao cúmulo de a indústria definir quais devem ser as novas formações acadêmicas (como é o caso dos cursos de Engenharia Metalúrgica e de Engenharia Petrolífera), para que os futuros cientistas já saibam no que irão trabalhar. O mais curioso é que a procura para estes cursos só aumenta, demonstrando a tendência moderna das pessoas procurarem um curso por sua empregabilidade e não por sua identificação com ele.
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ResponderExcluirBesteira...desculpe minha amiga Megs, mas aqui não faz ciência quem não tem competência. A única verdade é que o espaço é pequeno. Todos meus orientadores e co-orientadores são muito bem sucedidos, muitos com fama internacional. O que é exigido é muito estudo e dedicação. Isso realmente não é para qualquer um, pois a prioridade na vida tem que ser esta, infelizmente baladinhas e coisas fúteis passam longe de um cientista hoje. Pois se você não quiser abrir mão destas coisas para seguir carreira, tem quem queira, como disse, se tu for cientista, será bem remunerado e requisitado no mundo todo. Bem como na Índia, que é um país do Sul, assim como o Brasil, e possui linha de ponta em pesquisa tecnológica. Tanto que seus pesquisadores estão espalhados pelo mundo todo. Então discordo, ciência faz quem está disposto, não quem acha que pode levar com a barriga, mas daí é uma questão de personalidade e não do país onde se vive.
ResponderExcluirAhhh, e não se usa mais a expressão terceiro mundo, mas sim Países do Sul.Ok, desculpa a rispidez.
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ResponderExcluirdesculpe ai junior... roupa suja se lava em casa. então deletei, mas pretendo continuar lendo e comentando seu blog, pq não o conheço, mas penso q seu blog é legal, algumas considerações (como a do babaca) sou contra, mas outras acho bem legal, a vida é assim, não?
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