sábado, 12 de setembro de 2009

ENSAIO SOBRE O IMPACTO DA EDUCAÇÃO NA CIENCIA 3/4

A luz no fim do túnel


Apesar de tudo, a boa notícia é que esta postura educacional/científica não é unânime. Há pessoas, embora poucas, que conseguem passar por todos os anos da educação fundamental sem perder o ímpeto da dúvida. Continuam tentando transformar informações em conhecimento, mesmo que os métodos gratificam aqueles que apenas a decoram. Enfrentam colegas chamando-lhes de “nerds”, como se estudar fosse pejorativo. Assistem aos mesmos colegas serem recepcionados com festas, sempre que ganham as disputas de jogos infantis contra outras escolas, enquanto ouvem um singelo “Parabéns!”, ao se formar com a melhor nota da turma. Nestes, a capacidade reflexiva e pensante foi lapidada por sua insistência. Destas poucas pessoas, apenas algumas buscam a carreira de cientistas, pois se tornaram adultos capazes de defender seus ideais científicos em detrimento ao consumismo e encontram nas faculdades o patrocínio para suas teses.


Antes que possamos pensar que estas pessoas não existem, Nicolau Tesla (1856 - 1943) foi um destes. Morreu pobre, pois abriu mão de um contrato milionário para continuar suas pesquisas, que resultaram na invenção da corrente alternada (sem ela, possivelmente não teríamos energia elétrica em nossas residências). Atualmente, nossas universidades também estão cheias de jovens Nicolaus em seus centros de pesquisas. De qualquer forma, não é preciso, e nem justo, que os cientistas, cujas causas são o benefício da sociedade, morram na pobreza e sem reconhecimento.

Um comentário:

  1. BOM DIA DE NOVO!!! Junior, não acredito mais tanto nesta teoria de que pesquisador morra na pobreza. Pode não ficar rico, mas como muitos estão ali por paixão, são felizes em simplesmente ter dinheiro para viver e dar a família dignidade e alicerces. Vou dar um exemplo que conheço muito bem, pois estou dentro deste ambiente e convivo muito com esta pessoa. Professor Jefferson C. Simões. Ele é respeitado no mundo todo. Dá palestras junto com Al Gore, sobre Aquecimento Global. Lidera expedições a Antártica a mais de 15 anos. Tem pós-doutorado em Cambridge, mas nunca abandonou a UFRGS e está sempre lutando e buscando recursos para aumentar nosso núcleo de pesquisas. Vive com simplicidade, possui um carro e diz que assim vai ser, pois nenhuma família precisa mais de um carro na garagem. Mas teria dinheiro pra isso, pois possui apoio de várias instituições que acreditam no seu trabalho, que claro, se aproveitam disso pra apoiar uma causa justa e assim brilhar ao lado de seus resultados. Ele está sempre fora do país, e seus filhos são tão dedicados e estudiosos quanto ele.
    É uma pessoa tão simples, que te cumprimenta de cabeça baixa, mas quando fala, fala com propriedade. Ontem ele estava tão cansado, que entrei na sala dele, estava dormindo em um colchonete no chão, pois havia ficado até as 6 hs no PC trabalhando, preparando palestras, etc. Então te afirmo, assim como ele, eu poderia citar mais uns 15 exemplos, isso só de pessoas que trabalham comigo, e possuem o mesmo perfil científico, amorrrrrrrrrrrrrrrr pelo que faz. Só que como já afirmei antes, a pessoa tem que ter foco, não pode priorizar nada que não seja a busca de resultados, e equilibrar isso com família. HJ a ciência é mais valorizada que nos tempos de nossos antigos cientistas, vide Marx, que formulou uma das teorias mais complexas do século XIX, e tinha que ser patrocinado por um amigo abastado. Hoje quem luta pela ciência, consegue apoio sim, apesar de possuir sérios interesses por trás. Mas se sua causa for justa, terá respaldo depois.
    A luta pela ciência, é a luta individual de cada um de nós cientistas, para que seu trabalho seja aplicável em benefício da sociedade.

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