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Tenho um tio que é agricultor e planta fumo. Quando criança, passava minhas férias na casa dele e um dia o vi fumando um palheiro e disse: "Tio, não fuma isso que vicia!!!" e ele respondeu-me: "esse aqui é fumo puro filho e não cigarro". Aquilo foi novo para mim, pois, até então, acreditava que fumo e cigarro fossem sinônimos. Depois de descobrir que compostos, como a nicotina, são adicionados ao cigarro para provocar o vício é que entendi o que o meu tio dizia.
O Ministério da Saúde conseguiu aprovar a lei que impede a publicidade de cigarros. Fico imaginando quantas empresas não foram afetadas com isso. Jornais, emissoras de TV, publicitários, empresas de marketing e até eventos foram impedidos de vinculo ao cigarro. Mas se o objetivo é evitar que as pessoas morram de câncer, tenham impotência, provoquem doenças respiratórias em crianças que fumam de maneira passiva e todos os alertas que eles fazem nessas campanhas, como as do mercadinho que citei, por que eles simplesmente não determinam a retirada da nicotina dos cigarros? Assim, eliminariam o vício das pessoas.
Quando achei que tinha aprendido tudo sobre tabaco com meu tio, veio o último ensinamento ao ler o site de Economia do jornal O Estado de São Paulo. Lá, uma reportagem destacava que o governo havia aumentado 20% o IPI cobrado na venda do cigarro para compensar as reduções nos automóveis e nos eletrodomésticos brancos.
Portanto se o Ministério da Saúde realmente se preocupasse com os fumantes, ao invés destes anúncios de mau gosto, simplesmente transformariam o industrializado cigarro em fumo interiorano. Infelizmente, para a administração pública, salvar vidas não é um bom negócio.
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