sexta-feira, 31 de julho de 2009

Série POLÍTICA: definições básicas I

estado e Estado: a diferenças entre as mesmas palavras

Leia com atenção o texto abaixo que extraí da internet (leia rápido e sem re-ler nenhuma parte):

Em 1964, o Alto Comissariado do ex-estado da Palestina solicitou à Liga Árabe a fundação de uma Organização para a Libertação da Palestina (OLP), cuja missão seria a destruição do Estado de Israel. Em 1988, a OLP proclamou o estabelecimento de um Estado palestino. O principal líder da organização foi o egípcio Yasser Arafat, falecido em 2004. Arafat, após anos de luta contra Israel, renegou a luta armada, a violência e o terrorismo e iniciou as negociações que levaram aos Acordos de Paz de Oslo.

A menos que você tenha estudado, estuda ou leciona sobre o assunto; não conseguirá entender o que acabou de ler. Sempre fiquei confuso com esse negócio de Fatah, Hamas, Estado da Palestina no estado de Israel e, ano passado, com o pretesto de me preparar para um vestibular, decidi me aprofundar no assunto. Vou tentar clarear as coisas dando o significado de “Estado” e explicando, brevemente, a história de Israel.



A Palavra Estado
Entende-se Estado, com "E" maiúsculo, como a Instituição política que administra um território específico e demarcado. As pessoas deste território seguem as diretrizes deste Estado, definidas no livro da sua Constituição. O território em si, com suas demarcações geográfica, é o que chamamos de estado (com “e” minúsculo).


Israel
Para explicar a história de Israel, e não ser cansativo, vou utilizar uma linha do tempo bem simples e resumida. Vamos a ela:
1897 – Sionistas eram os Judeus que defendiam a existência de um território próprio. Um território Judeu. Neste ano, eles decidiram que voltariam à Palestina, de onde foram expulsos no século III pelos Romanos. A Palestina pertencia ao Estado Turco Otomano naquela época, que era constituída por cerca de 500 mil Árabes muçulmanos (vide mapa abaixo);
1903 – O número de Judeus na Palestina atinge 25.000;
1914 – O número de Judeus na Palestina atinge 60.000;
1945 – Como os Judeus sofriam com a perseguição da SS (polícia de elite do Partido Nazista da Alemanha) na Europa, a solução para muitos foi a fuga para a Palestina;
1946 - O número de Judeus na Palestina atinge 600.000. Agora, eles são maioria em relação aos Árabes e as divergências culturais começam a ficar mais acirradas;
1947 – A ONU, com o apoio dos EUA, intervêm na região e cria dois Estados: O Árabe, chamado de Palestina, responsável pela administração das regiões da Cisjordânia, das Colinas de Golan e da cidade de Jerusalém; e o Judeu, chamado de Israel, responsável pelas demais regiões (vide mapa abaixo);
1948 – Israel declara independência, mas Egito, Síria, Líbano e Jordânia (Liga Árabe) contra-atacam. Como os Judeus tinham o apoio bélico dos EUA, eles conseguem derrotar seus adversários;
1967 – Israel, novamente com o apoio dos EUA, derrota os países árabes em definitivo. E faz pior: toma a Cisjordânia, as Colinas de Golan e Jerusalém (chamada de Guerra dos 6 dias);
1987 – Os universitários criaram um partido político chamado de Hamas que, ao lado do Fatah (estes fundado pelo líder histórico dos Palestinos em 1959, Yasser Arafat) protestavam contra a ONU (protestos conhecidos como INTIFADAS)
1988 – Arafat busca apoio da liga árabe para fundar uma organização para libertação da Palestina e por fim no Estado de Israel (isto, para o Hamas, legitimava a existência de Israel e os aliados começam a ter atrito);
1993 - Nos acordos de Oslo (uma série de acordos na cidade de Oslo, na Noruega, entre o governo de Israel e o Presidente da Organização para a Libertação da Palestina (OLP), Yasser Arafat, mediados pelo presidente dos EUA, Bill Clinton) foi criada a Autoridade Nacional Palestina (ANP). A ANP seria um poder estatal para administrar as regiões tomadas na Guerra dos 6 dias e o território da Faixa de Gaza, com o intuito de existir até a desocupação da região por israelenses. Este fato oficializa a cisão entre Hamas (que não aceitavam, e ainda não aceitam, a existência de Judeus em sua região) e Fatah (que a partir de então aceita que Israel possa existir).
2009 - Como os israelenses não deixaram a região da Guerra dos 6 dias e a Faixa de Gaza, a ANP existe até hoje e tornou-se o Estado destes territórios. O poder político na região passou a ser motivo de conflito entre os partidos políticos Fatah e Hamas.


Certa vez escrevi que a história o afasta da ignorância. Pois bem, retorne ao inicio do post e re-leia o texto que extraí da internet.




(prometo não me aprofundar em história nos próximos posts da série)


quinta-feira, 30 de julho de 2009

Série POLÍTICA


Ontem, cheguei a uma conclusão: criarei uma série de posts dedicados à política. O objetivo principal é orientar um pouco as pessoas sobre a importância deste assunto. Não sou um cientista político e, por este motivo, não entrarei em detalhes. Também não sou um jurista para desmembrar as assembléias, mas sei o suficiente para ter consciência política e isto é o que quero despertar nos leitores.

Pensei em apresentar a relação da política com a filosofia, mas meus conhecimentos nesta área ainda não são suficientes para escrever algo completo. Portanto vou focar em três pontos:
1 - Demonstrar a diferença entre as formas de gestão dos Estados modernos: o comunismo de Cuba, o Parlamento inglês, o pseudo-comunismo Chinês, a democracia brasileira, e outros modelos;
2 - Explicar como funciona a democracia brasileira: o que fazem -ou deveriam fazer- os senadores, os vereadores, os deputados, etc.
3 - Explicar por que esta democracia não tem funcionado em nosso país.
Entre um post e outro irei apresentando a série.

Qual o objetivo disto?
Se eu conseguir que uma pessoa acompanhe a série e, nas próximas eleições, assuma uma postura mais responsável na hora de votar, terei alcançado meu objetivo. Qualquer coisa acima disto, superará minhas expectativas.

quarta-feira, 29 de julho de 2009

A moral dos seus atos

Se lhe perguntassem por que você não atearia fogo em um morador de rua para se divertir, qual seria a sua resposta? Porque é errado!?!?!? Só isso? Talvez, após pensar um pouco, a resposta mude para "Porque eu poderia feri-lo ou matá-lo e isto não seria correto". Todos concordarão que matar é errado e recriminariam o ato, porém se chegassem em casa e percebessem que um assaltante está apontando uma arma para seus pais, a moral antes defendida, de que ferir e matar é um erro, deixará de existir. Este exemplo hipotético apenas exemplifica que a maioria das pessoas não critica os valores da sua moral.

A moral não pode ser relativa. Ao não se aplicar a todos os exemplos possíveis, ela tornar-se-á vulnerável. Qualquer pessoa pode vir com uma segunda opinião e influenciar você. O jovem Bruno –aquele filho de Juiz federal, que ateou fogo no índio Galdino-, por exemplo, certamente sabia que atear fogo em um pataxó era errado, mas seguramente não sábia o por quê. Quando seus amigos lhe disseram: “cara, mas será muito divertido ver o índio apavorado”, ele não tinha argumento para discutir com eles. E o pior, na sua consciência não sabia que estava fazendo algo errado.

Em outro exemplo, imagine uma pessoa que todos os meses acessa um sistema, gera um relatório, o imprimi e o deixa sobre uma mesa. O gesto é repetido sem que seja questionado o seu propósito. Um dia, alguém a diz: “se você deixar o relatório naquela outra mesa, estará ajudando ainda mais". E então, o individuo vai lá e deixa o relatório no local sugerido. Sem saber, ele está deixando a informação da folha de pagamento da empresa não mais na mesa do RH, mas sim na recepção. Na sua visão, nada foi feito errado, embora a falha tenha sido grave.

Quando você não sabe por que age, corre o risco de cometer um grande equívoco. Todos enxergarão que você falhou, mas, na sua visão, nada está errado. Por este motivo devemos definir a moral de nossas ações. Se a primeira resposta fosse "não atearia fogo em nenhum ser vivo, nem em um humano ou em um animal, pois minha satisfação não pode depender do sofrimento ou da humilhação alheia", este posicionamento seria irrefutável e se aplicaria em qualquer caso.

Portanto devemos parar de agir sem saber o motivo. Questione-se por que deve falar a verdade, por que deve respeitar seus pais, por que deve ser um bom cidadão, por que se casar, por que estudar, e assim com todo que interaja com a sua vida. Utilize a razão para refletir sobre seus atos. Como descreve Kant, só é livre o sujeito que age pela razão e livre dos conceitos sociais.

terça-feira, 28 de julho de 2009

Filmes: a qualidade dos "alternativos"


Quem me conhece sabe o quanto sou exigente, chato, crítico e perfeccionista. Por isso, em se tratando de filmes, faz um bom tempo que desisti dos títulos americanos e tenho me dedicado a vasculhar as profundezas européias e asiáticas da sétima arte. Ora pesco uma velha bota, ora um vistoso salmão -nenhum paralelo entre Itália e Japão-, mas o saldo sempre é positivo.

Comecei esta nova "mania" há dois anos, quando precisava assistir filmes brasileiros e peguei gosto por cinema alternativo. Depois, comecei a vasculhar entre os filmes da Europa e da Ásia. Ai, fiquei impressionado ao perceber o quanto podemos aprender com os filmes. Neste final de semana, após assistir mais um, alimentei uma inquietação. Com investimento financeiro pesado, tudo tem obrigação de ser bom: as empresas desorganizadas podem contratar os melhores profissionais -a RBS é uma bagunça, mas a crise passa longe de lá-, os atletas se destacam no esporte -a China só ganhou as últimas olimpíadas por que aumentou em 15 vezes seu orçamento para esportes-, as cirurgias transformam as mulheres simples em mulherões -uma estimada amiga minha afirmava que todas as mulheres ricas tem obrigação de serem bonitas-, e por ai vai. Qual a única forma de enfrentar isto?

A empresa sem recurso precisa de talento para não ser pega por uma crise, os atletas sem investimento precisam de esforço para superar a elite e as mulheres precisam de conteúdo para se destacarem em um ambiente de beleza adquirível. Logo, um filme fora de Hollywood precisa de talento, de esforço e de conteúdo para ser bom. Cientes desta realidade, a indústria do cinema de países da Europa e da Ásia -principalmente o mercado europeu e, mais principalmente ainda, o alemão- investe nestas três qualidades, produzindo filmes excepcionais.

Meu pai sempre dizia: "respeite a experiência dos mais velhos" e ele tem razão, pois as artes cênicas já eram difundidas na China e em Roma quando EUA ainda era uma mata repleta de índios.

segunda-feira, 27 de julho de 2009

Hipocrisia anti-gay

Post publicado na última quinta-feira, pelo Jornalista Denis Russo (a Super Interessante era outra revista na época deste cara, mas tudo bem), hoje colunista da Veja.




Quando adolescentes se juntam para infernizar seus colegas gays, ou bater neles, não é incomum que haja meninos gays entre os agressores. Não é difícil de entender por quê: num mundo em que ser gay é algo terrível, condenável, imoral, participar de um ataque covarde pode ser um jeito de desviar a atenção de si para os outros. “Eu não sou gay. Até bato em gays.” É também um jeito de descarregar a raiva contra sua própria homossexualidade.

O chocante é que esse padrão não se dá apenas entre crianças. Adultos gays não assumidos estão entre os maiores inimigos dos homossexuais. É esse o tema do documentário Outrage, de Kirby Dick, que assisti esta semana. O filme revela que vários dos políticos mais conservadores dos Estados Unidos, os mais ferozes oponentes de direitos para homossexuais, na verdade são gays firmemente trancados em seus armários.

O filme desmascara um a um esses políticos: os deputados David Dreier, Ed Schrock e Jim McCrery, o senador Larry Creig, o gerente de campanha de Bush Ken Mehlman, o atual governador da Flórida, Charlie Crist. Todos são republicanos. Todos são conservadores. Todos têm um longo histórico de votar contra o direito ao casamento ou à adoção, contra a inclusão da homofobia entre os chamados “crimes de ódio”, contra qualquer direito aos homossexuais. Não se trata de mera boataria: o documentário toma o cuidado de mostrar provas: fotos, gravações, depoimentos.

O problema de reprimir a sexualidade é que uma hora ela escapa (vide os escândalos recorrentes na Igreja Católica). Esses políticos conservadores, forçados a fingir que são maridos responsáveis e defensores dos valores da família, cedo ou trade escorregam e são flagrados em bares gays, na companhia de garotos de programa, ou em banheiros públicos. Muitas vezes eles são denunciados por ex-parceiros, que se irritam com a hipocrisia. Um blogueiro chamado Michael Rogers fez sua carreira desmascarando políticos anti-gay que na verdade são gays.

Saí do filme com a sensação de que muito do movimento conservador contra os direitos dos homossexuais na verdade se apoia em líderes que são gays e não conseguem lidar com isso. Não é incrível?

Foi inevitável fazer o paralelo com o Brasil. Aí, como aqui, a imprensa não fala abertamente do assunto. Mas talvez o sistema americano, com seu apego aos “valores da família”, acabe favorecendo a hipocrisia, o fingimento, principalmente entre os conservadores. O fato é que em nenhum dos dois países os homossexuais políticos costumam sair do armário: o risco eleitoral seria grande demais, eles avaliam. Será que seria mesmo? Ou será que parte dos eleitores acabaria premiando sua sinceridade? O que aconteceu na última eleição para prefeito de São Paulo, quando um ataque preconceituoso contra a sexualidade de Gilberto Kassab saiu pela culatra e acabou ajudando a elegê-lo, me faz ter essa dúvida.



Minha opinião (Júnior Alves):
Há dois aspétos envolvendo casamento de pessoas do mesmo sexo:

1 - O casamento no civil corrige injustiças ao legitimar o parceiro (a) os seus direitos. Penso na situação de duas pessoas construindo tudo juntas durante 30 anos, uma morre e a outra fica sem nada. Não seria justo.

2 - Agora, querer casar na igreja é desrespeito. Isto, porque o local foi criado e é mantido por religiosos que são opositores ao casamento gay. Querer se casar, tudo bem, mas fazer isto dentro do local considerado sagrado por aqueles que recriminam o gesto, ai é desrrespeito e confronto.
As diferenças de culturas precisam ser respeitadas e não confrontadas.

Tudo tem um começo (será???)

Há dois anos, em uma sala de aula, começava a mudar minha maneira de pensar. Tinha um professor, Márcio Estrela, que começara ali, sem querer, um trabalho de lapidação na minha personalidade reflexiva. Eu observava um diálogo dele com um aluno –o qual reproduzirei com falhas, mas manterei sua essência- e gostaria de compartilhar com todos. Diziam eles:

Aluno: "Professor, na minha visão, o tráfico, a criminalidade e a miséria estão concentrados nos grandes centros populares, como as favelas e os morros. Não há mais solução para isso no Brasil. Essa demagogia de que há muita gente do bem lá e, por isso, as investidas policiais devam ser comedidas, é um erro. Com isso há uma inversão de valores e os policiais, por matarem inocentes, tornam-se os culpados de tudo”
Márcio: "Mas você concorda que pessoas de bem devem morrer para isso?"
Aluno: "Sinceramente, quem está lá está envolvido de certo modo, pois não fazem nada para mudar."
Márcio: "Então, se um governante tivesse o poder de estourar uma bomba lá, matando a todos e “resolvendo” o problema com apenas um botão, ele estaria certo?"
Aluno: "Não acredito que estaria certo, mas vejo essa como a única maneira de eliminar o problema a curto prazo."
Márcio: "E se você estivesse lá, sendo uma das pessoas do bem, concordaria em morrer pela “causa maior”?"
Aluno: "Não estaria lá professor, pois descordo tanto daquele meio que já teria saído de lá para não ser cúmplice".
Márcio: "Então vamos aumentar a lente e analisar o mundo. Responda de forma bem objetiva: em qual continente você vê a maior quantidade de produção e exportação de drogas"
Aluno: "América do Sul"
Márcio: "Em qual você vê a maior pobreza?
Aluno: "África"
Márcio: "Em qual você vê os maiores índices de criminalidade?
Aluno: "América do Sul"
Márcio: "Bom, dos três pontos que você citou como mazelas do país, a América do Sul, em uma visão do mundo, apresenta dois. Para um europeu, nós –a América do Sul- somos a favela do mundo. Então, presumo que você concordaria que eles – os europeus- acionem uma bomba atômica e destruíssem o nosso continente?
Aluno: "Não, pois morreriam muitas pessoas que não tem nada a ver com a história"
Márcio: "Assim como em uma favela?"
Aluno: "É diferente, pois aqui há um país, o nosso, se destacando e progredindo. Contribuímos de diversas formas para os outros países, despontamos em relação aos nossos vizinhos e somos um país em visível evolução!"
Márcio: "E você acha que eles sabem disso? Será que as favelas também não contribuem significativamente para manutenção da nossa sociedade?"
Aluno: "Talvez, mas isso eu não sei responder"
Márcio: "Se você é desinformado em relação ao seu próprio país, como quer que alguém em outro continente saiba que estamos em país em evolução?"
Aluno: "Independente disso, há diversos grupos aqui no Brasil tentando mudar esta realidade"
Márcio: Mas para eles não muda há muito tempo. Será que não pensam como você, ou seja, se você realmente discordasse das ações da América, e fosse uma pessoa de bem, não deveria ter procurado outro continente para morar?"
Aluno: "Ahhh, mas é preciso ter muita grana para morar em um país desenvolvido"
Márcio: "E você acha todos moram em uma favela por opção ou, justamente, por falta de opção?"

Após alguns segundos de reflexão, o aluno concluiu: "É professor, você tem razão. Ao concordar com você percebi que falei algo que eu mesmo discordo"

Não conhecia a retórica Sócrates na época -e talvez nem o meu professor-, porém mais importante que a teoria é a aplicação prática e isto aprendi naquela aula. Questionei-me de quantas vezes me posicionei se analisar minha opinião. Quantas opiniões eu tinha e nem, ao menos, questionar-me de por que as tinha.

Enfim, a partir deste dia comecei a refletir sobre as opiniões que tinha e os posicionamentos que adotava. Mudei da água para o vinho nos últimos dois anos e atribuo a maior contribuição destas mudanças às aulas daquele professor.

domingo, 26 de julho de 2009

Lula: um neonazista!

As pessoas possuem uma visão formada sobre tudo e muitas não sabem no que a fundamentam. Ter uma visão sem base é ruim, mas pior é não questioná-la. Portanto vamos "cavocar" um mito.

O Nazismo talvez seja o melhor exemplo disto. É consenso de que ele foi algo ruim e o neonazismo -aqueles jovens que incentivam o racismo e tatuam a suástica no braço-, por sua vez, precisa ser reprimido pelo mesmo motivo, no entanto nem aqueles que o aversam quanto os neo-ignorantes que o seguem, sabem, de fato, o que foi o Nazismo. Este era apenas um partido político: Partido Nacional Socialista dos Trabalhadores Alemães. Se pensarmos um pouco, concluiremos que o presidente do nosso país, cujos índices de popularidade superam aos da Era Vargas Populista, também pertence ao Partido dos Trabalhadores. Em ambos os casos, o seu fundador chegou ao poder de maneira democrática. Por silogismo, concluísse que o Lula é um neonazista! Alguns podem ler isto e dizer: "credo!", mas por que temos esta visão tão ruim do Nazismo?

Primeiro porque seu fundamento era socialista e não capitalista. Logo após a Segunda Guerra Mundial, foi missão dos EUA destruir a popularidade dos partidos socialistas. Para isso, financiou todos os filmes que seguissem essa linha e militarizou as zonas suscetíveis a esta influencia, inclusive o Brasil. Para tanto, os estadosunidenses vincularam o partido Nazista à morte dos Judeus e ai ficou fácil causar aversão nas pessoas sobre o socialismo.

Reconstituindo a história, o Nazismo era o partido político (repleto de pessoas boas e de pessoas más, como todo partido) e a Schutzstaffel (SS) era a polícia de elite nazista. Esta foi a responsável por criar os campos de concentração, as caldeiras, as câmaras de gás e todo o aparato que sustentou o holocausto. Claro que, como a intenção era criticar o partido e não apresentar os fatos, todos os crimes sempre foram atribuídos pela mídia ao Nazismo, nunca deixando claro a diferença deste para a SS.

Não sou socialista, muito pelo contrário. Defendo o capitalismo. Só acho que isso precisa ser feito com fatos e não com propaganda antiética. Também acredito que as pessoas devem ser resultantes daquilo que aprendem e não daquilo que as ensinam.

sexta-feira, 24 de julho de 2009

Reflita (sempre)!

Comento sempre que a reflexão é uma capacidade inerte ao homem, mas que precisamos de estímulos para exercitá-la. Amém é um filme, como poucos, que nos oportuniza isto.

Sua temática é a Segunda Guerra, mas explora dois aspectos poucos comentados: a postura da Igreja Católica, pelo Papa Pio XII, em relação à morte dos Judeus e o fato de nem todos os nazistas terem concordado com a postura da SS.

Enfim, um excelente filme, europeu, não comercial e, sem dúvida, fará você refletir.
Bom filme a todos!!!

quarta-feira, 22 de julho de 2009

A pedagogia do crime

Em meus últimos dias de férias da UFRGS, decidi ocupar-me -além da preparação para algumas certificações- com a filosofia. Iniciei um curso no IDC e a experiência tem sido gratificante. São poucas as horas diárias, mas sinto-me em um ambiente familiar, no qual a inquietação e a reflexão são virtudes que não surpreendem ou polemizam.
O nível dos colegas de curso é surpreendente. Ontem discutíamos, utilizando a retórica, o assunto ética e um colega trouxe ao "debate" um texto de Moacyr Scliar, no qual ele, sabiamente, altera um assaltante de bárbaro à gestor da ordem, pois questiona se este não estaria sendo ético ao corrigir a desigualdade social e dar um rumo mais adequado a um dinheiro que está sendo gasto com ostentação e com prazeres.
Enfim, o professor, que por sinal é doutor em filosofia, não conseguiu encontrar uma resposta e não serei eu quem se atreverá a fazer isto. Como acreditava Sócrates, o homem é a morada do conhecimento, portanto deixo-vos ler, refletir e concluir, utilizando o conhecimento que possuem.





Texto de Moacyr Scliar, da Zero Hora de 09/06

Existem textos que são importantes para a compreensão do país em que vivemos. A carta de Pero Vaz de Caminha. Os Sertões, de Euclides da Cunha. A carta-testamento, de Getúlio Vargas. A estes deveríamos acrescentar um diálogo que, apesar de tosco, é muito significativo do clima social e emocional em que vivemos. Um vídeo apreendido pela polícia de Santa Catarina mostra o diálogo entre Rafael Borba – que tem antecedentes criminais por tráfico de drogas e homicídio, e que está sendo acusado por sequestro – e seu filho, de quatro anos, e uma sobrinha de três. A menina porta um revólver de brinquedo. O tio orienta-a a agredir, “dar tiros” e exigir dinheiro de uma boneca: “Diz pra ela: ‘Cadê meu dinheiro, boneca?’”. Em seguida, mostra como dar uma coronhada na cabeça da boneca.

Podemos pensar que este homem é maluco – um sádico, no mínimo. Mas será que é esta a imagem que ele tem de si próprio? Provavelmente não. Ali está o homem, deitado na rede, conversando com o filho e com a sobrinha, um retrato comum da vida familiar brasileira (e de outros países, mas a rede identifica o lugar). Exercita a vocação de educador, comum a pais e a tios; talvez até mais a tios, se considerarmos a importância que o termo “tio” tem para as crianças. E usa uma boneca como recurso educativo, o que, de novo, não é tão fora do comum: bonecos e bonecas são usados nos cursos de Medicina para demonstrar manobras de ressuscitação.

O que o homem ensina, contudo, a todos nós impressiona e horroriza. Simplesmente mostra como fazer um assalto, e um assalto que não exclui a violência: o recurso à coronhada é apresentado como possível, e desejável, alternativa em caso de resistência da vítima. Mas, de novo, aquilo que a nós revolta, parece normal para o improvisado mestre: está iniciando seus pequenos discípulos na profissão que pratica, tal como o fazem há milênios os profissionais. É – para ele – uma profissão igual às outras, uma profissão que, na atual conjuntura, adquiriu foros de legitimidade. “Cadê o meu dinheiro, boneca?” é o que ele pergunta, não “Cadê o teu dinheiro?”. O dinheiro está com a boneca apenas por acaso; esse dinheiro tomou um rumo errado, coisa que o assaltante, pela violência, corrigirá. Daí o revólver. Detalhe importante: essa arma certamente foi adquirida numa loja de brinquedos, num supermercado. Armas assim são usadas por milhares, por milhões de crianças, que desta maneira imitam, senão os próprios pais (muitos dos quais, mesmo não sendo assaltantes, têm armas em casa), então os filmes que são exibidos todos os dias na tevê, sem falar nos videogames. Nos filmes também não faltam frases violentas, intimidadoras. Nem coronhadas.

A cena é, portanto, um ritual de iniciação. A menina está sendo apresentada a um tipo de vida que agora faz parte de comunidades, de famílias: o sequestro da notícia resultou de uma cooperação familiar, a mulher do provável sequestrador identificando – erradamente, porque provavelmente ainda não está bem treinada para isso – a possível vítima.

É este o cenário que queremos? Se não é, temos que começar a tomar providências imediatas para isso, usando a lição que o professor do crime nos dá: precisamos falar mais com nossos filhos, precisamos transmitir-lhes afetos, precisamos mostrar-lhes que o caminho da violência não leva a nada . Bonecas, que funcionam como modelos para futuras mamães, e papais, devem ser acariciadas e beijadas. Bonecas devem ouvir historinhas encantadoras. Mesmo porque, se há pergunta que as as bonecas não sabem responder é: “Cadê o meu dinheiro?”.

terça-feira, 21 de julho de 2009

Os políticos podem ser as vítimas.

Ontem, o jornal O Estado de São Paulo -no meu caso, o estadao.com.br-, denunciou um esquema em que despachantes "limpam" carteiras de habilitação. Funciona, mais ou menos, assim: o sujeito ultrapassa o limite de multas e a sua carteira é bloqueada. Ele entra em contato com o "escritório da limpeza", paga R$3.000,00 e os despachantes conseguem nomes e assinaturas -por vezes, falsificadas- de pessoas que assumam em suas carteiras as multas, utilizando um artifício legal, pois a lei permite que alguém assuma os pontos.

Lendo toda esta sujeira, concluo que vivemos no país da falta de ética mesmo. Todas, mas todas as classes são contaminadas por esta insuficiência. O mais pobre, ao perceber que o caixa do supermercado lhe deu um troco errado, se cala; A classe média limpa suas carteiras de trânsito; A classe alta sonega impostos e lavam dinheiro -leiam o caso Dantas-. Conclusão lógica: nossos políticos não são corruptos. Nossa sociedade que é! Os políticos, por sua vez, são o reflexo da sociedade, pois são progênitos dela.

Imagino o dia em que o pequeno e honesto Collor, aos 6 anos, foi ao mercado e ouviu do amiguinho: "o cara ia te cobrar metade do preço e você avisou ele que estava errado!?!?! Que otário". Chateado, anos depois, o pequeno e, relutantemente, honesto Collor pegou um ônibus com a sua mãe, que lhe disse: "se o cobrador -trocador, para outros estados- lhe perguntar, você diz que tem menos de 6 anos, assim não pagamos passagem". Triste e desolado, o relutante Collor, aos 15 anos de idade, falou ao pai: "não vejo a hora de fazer 18 anos para dirigir" e o pai, prontualmente, respondeu: "senta aqui no meu lugar que o pai vai te ensinar a dirigir". Transtornando e pensando "então não preciso esperar para ter o que eu quero, que legal", o já crescido e rapagão Collor começou a mudar. Aos 17, quando se preparava para uma festa com os amigos, lhes disse: "pou!!!, que pena que ainda não temos idade para beber" -não preciso transcrever a reação deles-. Veio o vestibular na universidade particular, quando descobriu que não precisava estudar para ser aprovado; em seu primeiro emprego, que só o obteve porque o pai era amigo de uma pessoa na empresa e entregou o currículo do filho direto a ela, percebeu que a formação não era tão importante. Por fim, descobriu a política.


Ao chegar no poder, pensou: "Agora vou colocar em prática tudo que aprendi na vida"

(e ainda queremos que nossos políticos sejam honestos!)

segunda-feira, 20 de julho de 2009

Hoje vou almoçar no deserto.


Apesar de chateado pelo retorno à civilização “moderna”, após um final de semana em uma praia semi-deserta, estou contente. Em breve, um dos meus melhores amigos -o Diogão-, retorna da Austrália. Lembrei-me de que este é um país incrível. Se Hollywood ficasse lá, talvez a parte aculturada do mundo soubesse um pouco mais sobre ele. Quem sabe os pseudo-culturados não imaginassem que outback é o nome de um restaurante australiano. Quem sabe...

A Austrália não é tão incrível por suas paisagens e a sua arquitetura quanto é por sua cultura. Acima, postei o mapa-múndi que eles utilizam para educar suas crianças. Parece que há algo errado? Pois é, não há nada errado! As posições das coordenadas geográficas foram criadas por convenção. Um dia, disseram: Norte fica para cima e o Sul para baixo. Se você inverter o mapa do Brasil, por exemplo, o importante é que o Rio Grande do Sul continue no Sul e o Amapá no Norte.

Como quem criou as projeções cartográficas que utilizamos atualmente foram os europeus (a mais comum delas é a de Mercator), eles definiram que o Norte seria desenhado na parte superior do Mapa, assim a Europa ficaria no topo. E como a Terra é redonda, a Europa também foi desenhada no meio (desculpem-me geógrafos, mas precisava sintetizar a história).

Colocar seu país no centro de um mapa-múndi, e na parte superior dele, não é apenas uma questão de convenção geográfica, mas de formação cultural. As crianças aprendem que sua nação é superior e o mundo está ao seu redor. O mais importante de tudo: lá, na Austrália, os professores demonstram a projeção de Mercator (com a Austrália lá no canto inferior direito) e explicam para suas crianças o motivo de usarem outro padrão. Isto fomenta nelas o ímpeto de distinguir convenções de fatos científicos. De questionar verdades absolutas. Imagina uma nação constituída de crianças que são preparadas para questionar. Pense como serão quando adultas.

Pois é, o negócio mesmo é continuar admirando o formato de ensino da Austrália e permanecer esperando por amigos que precisam ir até lá para ter um padrão de vida descente. Por aqui, quem teria poder de implantar a maneira australiana de ensino é analfabeto e deve achar que aquele é apenas o país dos cangurus e do Crocodilo Dandy.

domingo, 19 de julho de 2009

Os "educadores" precisam voltar à escola


CPERS e PSOL, duas instituições ligadas à esquerda gaúcha, não têm o objetivo de atender suas solicitações e sim, apenas reinvindicá-las. Trata-se de pura e simples reinvindição. Penso no dia que algum gorvernante atendê-las. Posso imaginar os membros das legendas olhando-se, desacorsoados, dizendo: "gente, eles atenderam! e agora, o que faremos???". Sua causa é o confronto e assim baseam suas ações.
Mas vamos supor que eles não sejam meros baderneiros que se ridicularizam por migalhas na mídia. Supomos que queiram, com esses gestos, atender suas solicitações. Bom, neste caso eles precisariam frequentar a escola em que o PT leciona. Talvez, quando irem, aprenderão como se faz política em um país como o Brasil.

O PT ficou durante anos enfrentando corjas lideradas por Sarneys, Collors e Temers. Este enfrentamento ocorria através de protestos, arruaças, reinvindicações e outras medidas muito semelhantes aos "companheiros" supra citados. Seus líderes comandavam e exautavam-se em greves, criaram movimentos populares, trajavam-ses de jeans e camiseta com adesesivos fixados ao peito, e nunca foram ouvidos. Um dia, o PT percebeu que estava no Brasil: um país sem ética; de povo, culturalmente, influênciado pela mídia e pela aparência; cujo lobby político tem mais influência do que os líderes eleitos pelo povo. Bastou o PT trajar seu líder de terno, aparar-lhe a barba, remover-lhe os adesivos e ensiná-lo a fazer este lobby com os Sarneys, Collors e afins para que chegassem ao poder e tivessem suas solicitações atendidas.

É ruim admitir que este é o único jeito? Não. É péssimo! No entanto a única forma de mudarmos isso é criando uma sociedade mais ética, mas começando pela sua base. No ensino fundamental. Focando em nossas crianças para que se tornem adultos dignos. E quem deveria estar lutando por isso é justamente o CPERS, que, através das palavras de sua presidente, Rejane de Oliveira, no editoral da Zero Hora do dia 18/07, alega já estarem "lutando pelo futuro dos alunos". Balela pura, pois nunca vi uma única bandeira do CPERS reinvindicado algo diferente de gratificação para professores. O que fazem sim é utilizar os alunos como escudo de uma guerra por centavos!

sábado, 18 de julho de 2009

Permita-se!



Vamos falar de praia,...

... pois neste final de semana estarei viajando. Irei para Itabiruba-SC. O lugar é pleno e perfeito até no inverno. Quem já esteve lá sabe do que eu estou falando. É um local sossegado, paradisíaco, com altas ondas, de fácil acesso, pousadas excelentes, etc, etc, etc.

Poucos -como eu há alguns meses atrás- conhecem "Itapira". Questionei-me como a descobri e lembrei-me que foi por indicação de um amigo. Refleti um pouco e conclui que a conheci não por causa, exclusivamente, da dica, mas por ter aceitado uma dica.

Quando pensava em um local assim, remetia-me à Ferrugem e era relutante em aceitar que houvesse outro semelhante. Só descobri que de fato havia por me permitir mudar e aceitar uma sugestão.

Conheço diversas pessoas que amam Garopaba ou Florianópolis, mas sua adoração as bloqueia de conhecer outros lugares como Galheta, Camacho, Itapira e outras praias incríveis. Permita-se inovar e sair da rotina, no entanto, se o lazer for o único ponto em que você não aceite sugestões, saiba que já estará acima da média!

sexta-feira, 17 de julho de 2009

A Clockwork Orange (Laranja Mecânica)


Achou Pulp Fiction fichinha, mas continua considerando seu diretor maluco? Pois é, eu era um desses até conhecer o pai maior do Tarantino: Stanley Kubrick.

Descobri o diretor após assistir A Clockwork Orange. O filme é um clássico por ser absolutamente maluco e ainda transmitir uma mensagem. Porém, neste caso, não saberia responder se o mérito maior é da direção, por conduzí-lo de forma única, ou do autor do livro que deu origem a tudo, o escritor Anthony Burgess. Para se ter uma idéia a narração é feita em um idioma próprio, o Nadsat. Para quem assistir ao filme, será comum ouvir os termos drugo, chavalco e, principalmente, moloko.

Ao final, mesmo os mais conservadores perceberão que assistiram a um clássico, devido à temática do filme. Seu tema é o comportamento da sociedade com os ex-prisioneiros. Somos instigados a nos questionar de como os tratamos. Não os acolhemos e os re-interamos por medo ou por preconceito? Embora muitos aleguem que por medo, quem assistir ao filme poderá perceber que, talvez, agissem com mesmo preconceito de diversos personagens.

Aos drugos, um bom filme!

quarta-feira, 15 de julho de 2009

A Importância do Significado e do Propósito

Li certa vez um conceito filosófico oriental fascinante. Dizia, mais ou menos, assim:"Para tudo na vida, você deve alinhar o significado ao seu propósito. Um cardápio significa uma lista de pratos e seus respectivos preços e o seu propósito é auxiliar os clientes do restaurante na escolha do seu prato. Porém, um cardápio em latim, para quem desconhece o idioma, continua tento o mesmo significado, mas irá perder o seu propósito".

Ano passado, conciliava a rotina de trabalho e de estudos para o vestibular da UFRGS. Sempre quis estudar em uma universidade federal e sabia que com o conhecimento que iria adquirir lá, teria o cargo que sempre almejei em uma grande empresa. Em meio a este momento, recebi uma proposta de emprego. Era muito boa. Embora fosse de uma empresa pequena, o salário era bom e a posição dentro dela privilegiada. Na época, estava desmotivado com o meu emprego e, apesar de estar em uma grande empresa, não estava fazendo o que gostava de fazer. Minha dúvida era: "Emprego desmotivador ou super oportunidade?" Meio óbvia a escolha, porém algo me deixava inquieto.
Em pouco tempo percebi que era o vestibular. Claro, no momento que aceitasse a proposta, teria que me dedicar integralmente ao trabalho, inclusive após o horário, e isso iria impactar nos meus estudos. A dúvida passou a ser: "continuo estudando para a UFRGS ou aceito o novo desafio?". Pedi diversos conselhos, mas nenhum tirava aquela dúvida da minha cabeça. Foi ai que recorri à filosofia.
Lembrei-me do ensinamento oriental e propus uma introspecção a respeito, questionando-me: "qual o significado de trabalho e qual o seu propósito, para mim". Bom, conclui que o significado era ganhar dinheiro. Para mim, trabalhar resume-se a isso. Por mais frio que possa parecer a análise, não consigo ser hipócrita. Aquele papo de que o trabalho enobrece o homem é verdade, mas não acordo todos os dias às 06h para coletar minha dose diária de nobreza. Faço isso porque tenho contas a pagar e realizações a conquistar. Portanto trabalhar significa sim -pelo menos para mim- ganhar dinheiro. E o qual o propósito de ganhar dinheiro? Conquistar meus ideais de vida. Então percebi minha inquietação.
Aceitar aquele emprego ia de encontro ao meu significado, pois ganharia mais dinheiro, mas conflitava com o meu propósito. Tinha na UFRGS um ideal de vida, assim como um cargo importante em uma grande empresa. Teria, portanto, que me desfazer de meus ideais para que a mudança mantivesse o propósito e não queria isso. Acabei não aceitando a proposta. Hoje, meu trabalho é motivador e estudo na federal.

Portanto quando estiver com dúvida, desmotivado, insatisfeito com a vida ou com aquela sensação de que você não realiza nada substancial, reflita sobre o significado do que lhe preocupa e se ele está alinhado com o propósito que tem para você. Procure fazer isso antes de você se sentir como um cardápio escrito em mandarim em um restaurante cheio de americanos.

terça-feira, 14 de julho de 2009

O Monge e a Xícara

Há uma parábola budista muito interessante sobre o valor da vida:
Um monge conservava uma xícara de chá ao lado de sua cama, e, toda noite, antes de dormir, ele a emborcava. Ao acordar, ele tornava a virá-la, deixando-a em sua posição convencional. Quando um intrigado discípulo lhe perguntou o porquê daquele gesto, o monge explicou que, simbolicamente, esvaziava a xícara da vida todas as noites, indicando que estava preparado para ser chamado, pois realizara tudo que pretendia para aquele dia. Ao acordar, ele olhava para o seu corpo, como quem não acreditasse estar vivo, e agradecia a bondade de Buda, virando a Xícara para que o seu Deus despejasse ali mais uma grandiosa dose de vida, e assim o monge começava seus dias.

Diversas vezes acordamos pela manhã preocupados, já estressados, vitimados pela profissão ou desgraçados pelo destino. Vamos para o trabalho ou para a aula lamentando que está chovendo ou reclamando do calor, torcendo para que aquele dia maldito acabe logo.

Há pouco tempo, meu pai estava em um hospital e, apesar de suas excelentes condições, o local tornavasse chocante algumas vezes. Digo isso porque quando ia vistá-lo, no caminho até o seu quarto, era inevitável o cruzamento com outros enfermos, muitas vezes, transportados em suas macas desacordados. Lembrando daquelas pessoas, penso quantas delas não dariam tudo que têm para voltarem a ter dias como os que lamentamos às vezes. Penso naquelas que observam pelas janelas de seus leitos, as pessoas caminhando com pressa na rua, e lamentam que elas não estejam dando valor para algo tão preciso como a vida. Imagino o quanto eles não se arrependem por não terem dado valor enquanto podiam.

Portanto não espere até estar em um hospital para perceber que a vida é finita. Agradeça todos os dias por essa generosidade imprevisível que é estar vivo, sem esperar recebê-la sempre. Na próxima manhã que acordar, a exemplo do monge, olhe para o seu corpo, percebendo que está vivo e que tem mais um dia inteiro pela frente. Deixe sua Xícara, seu copo ou a sua caneca -independente da sua religião- virada para receber sua dose diária de dádiva.

segunda-feira, 13 de julho de 2009

Reflexão

Nada como um bom final de semana!
Deixo-vos três frases geradas neste ensejo de inspiração:

"A beleza só é autentica quando se manifesta na simplicidade"

"Não permita que o passado interfira mais no seu presente do que o futuro"

"Sua tristeza não pode ter origem na felicidade de outra pessoa, assim como a sua felicidade não pode nascer da tristeza alheia"


***


Ainda falado de frases, retomo uma bastante conhecida:

"Antes de falar, avalie se as suas palavras serão melhores do que o seu silêncio"

Porém, desta vez, a complemento com os motivos para silenciar:
1º - Para não magoar alguém especial (você pode querer falar apenas para agredir ou para devolver uma agressão, mas lembre-se de que a dor ao magoar alguém que amamos é a única que fere mais o agressor do que a vítima);
2º - Para não perder seu tempo (você pode querer demonstrar que a outra pessoa agiu errado. Isso é válido, pois as palavras têm o poder da reflexão. No entanto não desperdice seu tempo com pessoas incapazes de refletir sobre seus atos).

Por outro lado, quando "ouvir" o silêncio ao invés de uma resposta, avalie se a outra pessoa agiu desta forma porque você é especial para ela ou porque não acredita mais na sua capacidade de reflexão.

domingo, 12 de julho de 2009

O Ministério da Saúde adverte: política econômica pode levar à morte.

Toda vez que ia a estes mercadinhos que vendem cigarro no caixa, e lia aqueles anúncios (como esse ao lado) do Ministério da Saúde, pensava: "Nossa, esses caras se preocupam com os fumantes. Sempre tentado apertar o cerco nos cigarros. Seja com publicidade pesada, seja encaminhando leis agressivas". Mas, ao lembrar-me das palavras do meu tio, quando eu ainda tinha 10 anos, mudei de opinião.

Tenho um tio que é agricultor e planta fumo. Quando criança, passava minhas férias na casa dele e um dia o vi fumando um palheiro e disse: "Tio, não fuma isso que vicia!!!" e ele respondeu-me: "esse aqui é fumo puro filho e não cigarro". Aquilo foi novo para mim, pois, até então, acreditava que fumo e cigarro fossem sinônimos. Depois de descobrir que compostos, como a nicotina, são adicionados ao cigarro para provocar o vício é que entendi o que o meu tio dizia.

O Ministério da Saúde conseguiu aprovar a lei que impede a publicidade de cigarros. Fico imaginando quantas empresas não foram afetadas com isso. Jornais, emissoras de TV, publicitários, empresas de marketing e até eventos foram impedidos de vinculo ao cigarro. Mas se o objetivo é evitar que as pessoas morram de câncer, tenham impotência, provoquem doenças respiratórias em crianças que fumam de maneira passiva e todos os alertas que eles fazem nessas campanhas, como as do mercadinho que citei, por que eles simplesmente não determinam a retirada da nicotina dos cigarros? Assim, eliminariam o vício das pessoas.

Quando achei que tinha aprendido tudo sobre tabaco com meu tio, veio o último ensinamento ao ler o site de Economia do jornal O Estado de São Paulo. Lá, uma reportagem destacava que o governo havia aumentado 20% o IPI cobrado na venda do cigarro para compensar as reduções nos automóveis e nos eletrodomésticos brancos.

Portanto se o Ministério da Saúde realmente se preocupasse com os fumantes, ao invés destes anúncios de mau gosto, simplesmente transformariam o industrializado cigarro em fumo interiorano. Infelizmente, para a administração pública, salvar vidas não é um bom negócio.

sábado, 11 de julho de 2009

Dois mil anos atrás

Eis um escritor que sintetiza a união da história e da filosofia....
...Texto publicado na página 2 de ZH de 10/07, por David Coimbra:

Há uma cena de Calígula que é sempre citada por qualquer pessoa que tenha assistido ao filme, qualquer uma, infalivelmente, desde o seu lançamento, três décadas atrás. É quando o César em pessoa irrompe no casamento de um de seus centuriões, toma os noivos pelas mãos, puxa-os para outra peça da casa e, lá, sobre uma tosca mesa de madeira, deflora a noiva, para em seguida, empregando banha de porco como lubrificante, empalar o noivo com o próprio punho, havendo o agravante de sua mão estar adornada pelo robusto anel metálico com o selo imperial.O filme fez Porto Alegre trepidar de excitação. As filas emergiam das portas dos cinemas e se alongavam pelas calçadas naquele tempo de cinemas de calçada, e quebravam as esquinas, uma, duas, três esquinas. Era preciso apresentar carteira de identidade para entrar. Carteirinha de estudante não valia, tinha de ser identidade, a fim de garantir que nenhum menor inocente testemunhasse as cenas de sexo, mais do que explícito, furibundo.Calígula tornou-se célebre quase que só por suas passagens sexuais. Uma injustiça. O filme tem várias boas qualidades. Em primeiro lugar, é fiel ao relato histórico da vida na Roma dos primeiros césares. Em segundo, a trama é bem urdida e bem contada. Em terceiro, alguns atores são craques. Dois deles pegam a camisa 10 de qualquer seleção de Hollywood: Malcom McDowell e Peter O’Toole. Esses dois, aliás, ficaram furiosos com o diretor, alegando que foram enganados por ele – as cenas mais escandalosas de sexo teriam sido acrescentadas depois que McDowell e O’Toole gravaram suas participações.De fato, as cenas de sexo de Calígula são um tanto quanto... cruas, por assim dizer, mas os hábitos sexuais dos antigos romanos eram mesmo... crus.A segunda passagem mais citada de Calígula é uma em que o imperador decide prostituir as mulheres e as filhas dos senadores. Elas são conduzidas à força a um bordel com o preço tabelado: 20 minutos de refestelo com uma parenta de senador custa cinco moedas de ouro, que serão repassadas patrioticamente para o tesouro do Estado. Caio Calígula tinha especial apreço por ridicularizar o Legislativo, a ponto de empossar como senador o seu cavalo Incitatus. Seu desprezo pelo Senado valeu-lhe o amor do povo. Calígula só caiu em desgraça com os súditos quando a fome assolou Roma.Passados 20 séculos, aqui estamos nós brasileiros, como todo o Ocidente, herdeiros culturais do Império Romano. Hoje, como no século 1, os brasileiros exultariam ao ver deputados e senadores humilhados. Hoje, como no século 1, os brasileiros amam seu governante apenas porque, como os velhos césares, ele lhes dá pão.Dois mil anos de guerras travadas, de filosofias concebidas, de livros escritos, de palavras atiradas ao vento, e o povo é o mesmo, e os governantes são os mesmos, e os legisladores são os mesmos. Dois mil anos de suposta evolução e, assistindo ao repulsivo matrimônio de Lula e Sarney, a única triste conclusão a que se chega é que nada, realmente nada muda debaixo do sol.

quinta-feira, 9 de julho de 2009

Por que é bom ser Ateu?


Existem duas áreas de conhecimento que afasta você da ignorância: a Filosofia e a História. Há outros, não tenho dúvida, mas estes são os principais. Se os católicos estudassem história, além do que lhes é ensinado no ensino fundamental, seguramente não respeitariam tanto os dogmas da Igreja, pois o passado desta é podre. Isso mesmo, podre! Se eles tivessem a mínima noção filosófica, se questionariam: "Por que eu devo respeitar o Papa se ele não é citado na Bíblia? Por que devo me confessar para um padre se na Bíblia está escrito que, perante a Deus, todos somos iguais? Aliás, por que os padres também não estão na Bíblia?". Nestes casos, apenas sabendo história eles entenderiam de onde vêm os padres e o papa.

***

Já que estamos em um blog, e isso está diretamente ligado à escrita, pegamos o exemplo dos três principais escritores da Língua Portuguesa. Machado de Assis, assim como Eça de Queiroz, eram Realistas. O realismo brasileiro se caracterizava por satirizar as figuras da Igreja (repare que os personagens mais "paspalhos" de Machado tinham ligação com ela). Por sua vez o Realismo português era declaradamente anti-clero. O Crime do Padre Amaro, até hoje, é polêmico. Para completar a lista, José Saramago deixou a maior contribuição, na minha opinião, para a literatura: O Evangelho Segundo Jesus Cristo. Algo que só pode ser feito por alguém que requisitou a história e usou a filosofia para concluir a vida de Cristo.
Eu poderia falar de Richard Dalkins para melhorar a tese do ateísmo, mas deixo isso para outro post. Restrinjo-me a citar, "apenas", os três maiores escritores do nosso idioma para isso.

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Sou ateu e já comentei isto aqui no blog. Se você segue uma religião, mater-se-á fiel a ela. A Bíblia é incrível e possui inúmeras lições para vida, mas um budista jamais a lerá e perderá essa riqueza. Assim como os católicos nunca saberão o que é o Dharmapada. Os ensinamentos de Maomé, descritos no Alcorão, foram revolucionários para Constantinopla e ainda são úteis para as cidades modernas. A paz do espiritismo é única (converse com um espirita e você sentirá o que eu estou dizendo). No entanto um islâmico nunca saberá disso, pois, para ele, só há um Deus, Alá, e um profeta, Maomé (frase que o próprio Maomé alega ter ouvido do anjo Gabriel, se não estou enganado).
Em resumo, ser ateu não significa não ter uma religião e sim poder ter o lado bom de todas. Na religião, a melhor opção é não ter uma opção.

quarta-feira, 8 de julho de 2009

O povo é ingênuo ou os políticos são vivaldinos?

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Estava lendo minha Zero Hora de terça-feira e mais uma vez a sessão de política noticiava as denúncias contra a governadora Yeda. O ato dela de comprar casa com dinheiro de campanha seria errado, mas o que podemos fazer? Não há como evitar isso sem uma reforma política, e acabamos nos conformando (o presidente fez do filho um fazendeiro e ninguém falou nada). O grande problema estará se as investigações concluírem envolvimento dela no caso Rodin (aquele rolo do Detran). Mas o que fazer? Encaminhar uma denuncia ao Ministério Público (não é exatamente assim, mas estou falando de forma bem resumida). Cabe a este órgão apurar os fatos e determinar a punição da governadora. Para isso, conta com os melhores juristas do país. Procuradores absolutamente preparados para conduzir processos como esse.
A questão é que o caso da Yeda já está com o Ministério Público (MP), devido ao último depoimento do lobista Lair Ferest. Ou seja, a governadora já está sendo julgada pelo instrumento criado para este fim.
Todavia, para minha surpresa, o mesmo jornal trazia uma reportagem da Deputada Federal Luciana Genro pedindo a votação para uma CPI e para o impeachment da governadora. Credo!!! A democracia está perdida!!!

1º - O legislativo não consegue nem 19 assinaturas para a CPI e pretende conseguir 36 para um impeachment?
2º - O quê a Luciana Genro tem a ver com isso se o caso já está sendo julgado pelo Ministério Público?
Então, vos dou uma resposta para duas perguntas: campanha política gratúita em véspera de eleições!

Para que eu não pareça injusto ou parcial, apresento minhas justificativas:

Uma CPI possui os seguintes poderes:
- Quebrar sigilo bancário;
- Solicitar informações ao BACEM ou à CVM;
- Interrogar suspeitos.
A quebra do sigilo bancário já foi solicitado pelo MP e, sobre um interrogatório, o STF (Supremo Tribunal Federal) garante ao investigado de uma CPI a possibilidade de ficar em silêncio, evitando-se a auto-incriminação. Ou seja, CPI, hoje, é um instrumento inútil (a menos que se queira explorar a ignorância do povo para fazer campanha política, pois neste caso é bastante útil).
Quando digo que este assunto não diz respeito à deputada, façamos uma análise as atribuições de um Deputado Federal:
- Propor e debater leis de interesse nacional;
- Fiscalizar o Presidente, o Vice e os Ministros;
- Auxiliar no orçamento nacional.
Engraçado, mas não encontrei "Fiscalizar o governo estadual". Ora gente, o Rio Grande do Sul é a base eleitoral da Deputada Luciana Genro. Fiscalizar o presidente e os ministros é algo que não dá visão, por isso ela vem a Porto Alegre, quando deveria estar em Brasília, e se posiciona contra um político que está mais sujo do que pau de galinheiro para receber espaço na mídia local. Ai, o povo em sua infinita ignorância conclui: "Bah!!! Essa mulher põe pressão nos corruptos! Vou votar nela!". Se ela realmente quer colocar corruptos na cadeia ou ao menos tirá-los dos seus cargos no executivo, por que não trabalha no MP? Credo!!! A democracia está definitivamente perdida!!!

terça-feira, 7 de julho de 2009

A Ética no Trânsito

Há um consenso popular de que, no trânsito, as pessoas deixam de ser imprudentes quando “sentem no bolso" as suas infrações. Os responsáveis por as coibirem sabem disto e utilizam este artifício. Estes mecanismos seriam desnecessários se os condutores não agissem como crianças e soubessem diferenciar ética de moral.
Os motoristas precisam compreender que ética é o motivo pelo qual agimos e moral é o reflexo da nossa ética. Se encontrarmos uma mala com dinheiro e a devolvermos, estaremos agindo com moral, pois fizemos o que era correto. No entanto é preciso analisar se a ética também estava correta. Caso tenhamos devolvido o dinheiro porque temos consciência de que ele não é nosso, a ética (ou seja, o motivo que nos levou a agir com moral) estará perfeita, porém se o devolvermos pelo receio que descubram que ficamos com o dinheiro, a ética estará corrompida.
Há poucos dias atrás, saia de Montenegro, em direção a Porto Alegre, de carona com um amigo. Ao passar pelo município de Santa Rita, observei uma lombada eletrônica apagada. Ela não registrava as velocidades e, consecutivamente, não denunciava aqueles que ultrapassavam o limite determinado. Pois bem, a bordo do carro, observei que meu amigo sabia do não funcionamento do equipamento e manteve a sua velocidade elevada. Questionei-o do porquê de não ter reduzido, conforme orientava a sinalização, e ele respondeu: "Você não percebeu que a lombada não estava funcionando?".
O gesto dele levou-me a uma triste conclusão: uma lombada eletrônica legitima a nossa falta de ética. Enquanto estes equipamentos estão ativos, todos reduzem suas velocidades, mas não por consciência de que é seguro reduzir e sim por que receiam a multa. Agem como crianças que, na desatenção dos pais ou na queda do cercadinho que garante a sua segurança, rompem o limite determinado. Alguns evitam uma conduta correta, pois confundem uma pessoa ética com uma pessoa extremamente regrada; um “certinho” e não querem ser classificados deste modo. Não percebem que guardas de transito, pardais, lombadas eletrônicas e todo tipo de legitimadores da falta de ética são mecanismos financiados por nós; com o nossos impostos.
Portanto é preciso haver consciência de que o custo da nossa falta de ética é muito superior do que simples e ocasionais multas de trânsito. Ético não é alguém demasiadamente correto, e sim uma pessoa adulta que não precisa de um “cercadinho eletrônico” para não romper um limite criado para garantir a sua segurança.

segunda-feira, 6 de julho de 2009

Inteligência é opcional!

     A inteligência é, simplesmente, por definição, a faculdade de raciocinar, de interpretar e de entender. Por sua vez, define-se ignorância como a falta de instrução; desconhecimento.
     Ora, tudo parece muito óbvio. Façamos um silogismo rápido e perceberemos que se o inteligente é o oposto do ignorante, o ignorante, como vimos, é o desprovido de conhecimento, logo, o inteligente é aquele que possui conhecimento! (uaauu!)
     Calma, não é tão simples assim. O conhecimento vem a partir das informações que absorvemos (sejam elas transmitidas em uma sala de aula, em uma revista, em um livro, em um filme, em uma estação de rádio, etc), portanto uma pessoa inteligente é apenas alguém com a capacidade de transformar informação em conhecimento e é justamente ai que eu quero chegar.
Pense em uma pessoa que você considera muito inteligente. Tente encontrar mais uma (será difícil, mas esforce-se). Reparou que elas possuem uma característica em comum: o gosto pela leitura? Por que isso? Há duas formas de você adquirir informação: de forma passiva e de forma ativa.
     De forma passiva, como diz o nome, você apenas receberá a informação. Não a classificará, não a trabalhará, não a julgará. Nada! Apenas receberá da forma como ela está sendo transmitida. E quem define como ela será transmitida? Bem lógica esta: o veículo de comunicação que você escolheu. A televisão é a maior fonte de informação passiva das pessoas atualmente. No Brasil, segundo o IBGE, 95% das casas possuem uma televisão! Sim, isso mesmo: 95%!!! O mais incrível é a fidelidade das pessoas às suas emissoras. Muitos programam sua televisão para já ligarem na Rede Globo, por exemplo. E ali ficam. Assistem a novela das 6h de relance, o jornalzinho regional tomando um mate, a novela das 7h, que carinhosamente recebe o apelido "novelinha", jantam com o Jornal Nacional e param tudo, mas tudo mesmo, para contemplarem sua maior devoção: a novela das 8h. Concluímos então que as emissoras de televisão, principalmente a Globo, são as maiores fontes de informação das pessoas no nosso país. Reparou o poder que delegamos à elas? Justamente o poder de determinar como será a nossa inteligência.

     Ao ler, sua comunicação passa, necessariamente, a ser ativa. Você define a informação que irá receber e transformar em conhecimento. Quanto mais diversificar a sua leitura, maior será a abrangência das suas informações e maior será o potencial da sua inteligência. Ao ler o mesmo assunto em veículos diferentes (dois jornais diferentes, um blog e uma revista, por exemplo) você terá mais subsídios para interpretar a informação e entendê-la melhor. Comparando as notícias, você conseguirá perceber a tendência dos veículos. Faça esse exercício e perceba como eles são tão opostos quando criticam determinados políticos (santa ingenuidade, por que será?). Você logo encontrará os veículos mais imparciais e os utilizará com maior frequência.

     Há quem considere os filmes excelentes fontes de informação. A convicção está correta, até porque, apesar da comunicação ser passiva, a maioria deles são baseados em livros. Porém, fica a pergunta: como você chegou aos últimos filmes que você assistiu? Você foi à locadora ou ao cinema, leu a sinopse de um filme, se interessou por ele e decidiu que iria assistir ou já chegou perguntando se o filme "XYZ" estava locado ou em cartaz, descrevendo-o como aquele que todos estão falando e que as propagandas de televisão apresentam? Se a segunda questão foi o seu caso, você não escolheu o filme e sim ele que "invadiu" a sua casa (um termo muito utilizado pelas emissoras de TV, inclusive). Ou seja, novamente você estará permitindo que definam qual informação você irá receber.

     Portanto o que difere o ignorante de um inteligente não é a sua capacidade mental, como muitos, erroneamente, atribuem, mas sim a capacidade de transformar informação em conhecimento. A quem não se considera muito inteligente e pensa que isso é apenas uma herança de suas a sua família, pensem bem e talvez conseguirá perceber que você não herdou a ignorância de seus progenitores e sim o hábito de limitar suas fontes de informações às formas passivas. Mude isso! Dê um tempinho para sua TV e vá buscar informação em outras fontes. De certo modo, você já está fazendo isso agora. Parabéns!

domingo, 5 de julho de 2009

Não menospreze a grandiosidade das pequenas coisas.

Há pequenas passagens que mudam nossa vida. Conheço pessoas que alteraram seus hábitos ecológicos após assistir o filme do Al Gore. Tenho um amigo que deixou de fumar após receber o conselho de um ex-fumante com câncer. Um colega da faculdade confessou-me que alterou o seu senso de cidadania após uma aula do cursinho pré-vestibular. E tantos são os casos de pessoas que se transformaram após a leitura de um livro. Penso no poder das palavras e no impacto delas quando somadas a imagens (como todos os exemplos acima). Pois bem, minha consciência mudou após eu assistir ao vídeo abaixo. Um simples vídeo, feito de imagens e palavras, nada mais simples, o qual recebi por e-mail de um amigo (Márcio Gomes), conseguiu mudar minha forma de pensar os meus atos.

sábado, 4 de julho de 2009

Aos profissionais descontentes

A carreira de qualquer profissional passa por altos e baixos. É comum, em um momento de baixa, atribuirmos a responsabilidade da situação, única e integralmente, à nossa empresa. Comumente nos observamos questionando-a por não investir em seus funcionários e não apresentar a mesma linha de benefícios das suas concorrentes. Tenho uns conceitos meio radicais sobre empresas capitalistas (meus colegas sabem disso) e destaco três deles:

1º A empresa que lhe contratou não é uma ONG e não foi fundada pela Madre Teresa, ou seja, ela visa o lucro. Você é apenas um mecanismo para ela obtê-lo;

2º A carreira é sua e o negócio é da empresa! Saiba (se não souber, aprenda) distinguir ambos para dedicar mais energia à sua carreira. Seja um excelente profissional sempre e, consecutivamente, apenas preocupando-se com a sua carreira, estará contribuindo de forma significativa para o negócio da empresa, que, em resumo, é lucrar.

3º Está insatisfeito com o seu atual emprego? Então peça demissão. É medíocre um "profissional" que passa o dia falando mal da corporação para qual trabalha, questionando seus métodos e criticando os colegas. Em síntese, fazendo um trabalho cretino porque está insatisfeito.
Ao assistir os vídeos abaixo (do consultor de carreira Waldez Ludwing), identifiquei-me muito com todos e reciclei algumas idéias sobre empreendedorismo. Recomendo mesmo. Justifica o investimento do tempo:

Entrevista para o Sem Censura

PARTE 1


PARTE 2


PARTE 3



Entrevista no Programa do Jô

PARTE 1


PARTE 2


PARTE 3

sexta-feira, 3 de julho de 2009

Corrupção e vidraça

Aritgo de Humberto Ávila, publicado na Zero Hora de 02/07...

É comum escutar reclamações de passageiros relativamente aos danos causados às suas bagagens. Malas “tinindo de novas”, quando despachadas, são entregues amassadas aos passageiros. O que acontece com as bagagens entre o avião e a esteira localizada no terminal de desembarque é um grande mistério. Como ninguém sabe por quem nem como as bagagens são transportadas, não só tendem a menosprezar o trabalho dos funcionários, como não conseguem entender como uma tarefa supostamente tão simples pode eventualmente danificá-las, além de demorar tanto para ser concluída.

Faz alguns anos que essa situação foi alterada no aeroporto de Porto Alegre. A grande e sólida parede que separava o local de desembarque da área de transporte de bagagens foi substituída por um enorme e transparente vidro. O que antes era feito às escondidas passou a ser feito às escâncaras. E, porque tudo pode ser agora visto, tudo se alterou. A atitude dos funcionários mudou. Como seu difícil trabalho passou a ser enxergado, eles se sentiram valorizados. E aqueles poucos que outrora eventualmente jogavam com raiva as malas agora jeitosamente as colocam nas esteiras. O comportamento dos passageiros também se alterou. A singela tarefa de meramente retirar malas do avião e levá-las até as esteiras revelou-se uma trabalheira “que só vendo”. São centenas, quando não milhares de malas, de todos os tamanhos e formas. E, claro, pesos – de pequenas valises transportando “penas” a malas que parecem carregar “tijolos”. Os passageiros, que se incomodam com a singela – esta sim – tarefa de levar suas bagagens até o carro, passaram a respeitar, quando não mesmo a admirar, o penoso trabalho dos funcionários que vivem de carregar as malas dos outros. E descobriram que os danos provocados nas bagagens, que se tornaram cada vez mais raros, são muitas vezes produzidos pelo seu normal deslocamento durante os voos.

Se uma lição, uma só, dentre as tantas que hão de ser aprendidas, tivesse que ser tirada dos recentes escândalos envolvendo o Congresso Nacional, ela seria esta: sobram paredes e faltam vidros na atuação do poder público no Brasil. A partir do momento em que as atividades se tornarem transparentes, de modo que se saiba o que se faz com a coisa pública, quem faz e como se faz, tudo irá mudar. Chegou o momento de abrir as janelas e deixar o sol entrar. Ou, como diz a música do grupo Nenhum de Nós: “Amanhã eu vou abrir a casa. Vou deixar a luz do sol entrar. Uma vida inteira é demais pra esperar”.

quinta-feira, 2 de julho de 2009

Cuidado com o que você valoriza!


Ontem, ao ver meu time perder; e não apenas perder, mas tomar um "chocolate" no primeiro tempo; sai do estádio chateado, porém não abalado como em outras vezes. Fiquei pensando o porquê desta reação apática e desalinhada ao fanatismo do futebol. Foi quando recordei da filosofia.
Há uma doutrina na filosofia chamada Estoicismo. O conceito central do estoicismo é valorizar somente aquilo que ninguém pode tirar de você. O valor, então, é encontrado em coisas como a virtude.
Não valorizo o título. Se valorizasse isso, daria ao Corinthians o poder de alterar os meus valores. Também não posso valorizar a bravura do time, ou juntar-me-ia, às épocas de vacas magras, à turma do Portão 8. O que valorizo é o meu espírito de torcedor. Ninguém muda isso, pois é uma virtude. Gritei, cantei e empurrei o time até onde foi possível (aos amigos gremistas, recomendo que façam o mesmo).
Isso nos leva a uma reflexão que transcende ao futebol: o quanto valorizamos o materialismo. Pense em quanto poder um ladrão de carros tem sobre aqueles que não aperfeiçoaram uma atitude estóica. Muitos são os que valorizam mais o seu cargo dentro de uma corporação do que a sua carreira profissional. Estes pobres delegam aos seus líderes o poder de alterar seus valores.

Reflita sobre os seus valores e não tenho dúvida que terá uma vida mais tranquila e focada no que realmente é importante. Enquanto a maioria dos colorados passam seu pior dia nos últimos anos, sigo em frente em um dia absolutamente igual aos demais.

Abraço a todos!