Lembram que menconei no post a importância do nosso sentindo e da nossa razão para encontrarmos sentido nas coisas? Pois é, veja como isto é importante.
Imaginem nós, saindo da gota (um mundo 100% formado de água) e visualizando árvores, pessoas, livros, folhas e tudo mais. Nossa razão aquática olhará para tudo isto e enxergará apenas coisas (nada além). Porém, quando encontrarmos uma possa de água, mesmo que suja e lamacenta, exclamaremos: vejam!!! Lá!!! Outro planeta!!!! E ele é gigante!!!
Por outro lado, a pessoa que estiver lendo e nos ver saindo da gota, irá enxergar apenas uma gota gerando respingos. Nada mais. Não seremos vistos como uma vida, mas apenas como uma coisa (respingos de uma gota). Da mesma acontece quando astronautas deixam o Planeta em expedições espaciais. Lá fora, por observação, concluem que o espaço é uma imensidão "poluída" por coisas (pedras, poeiras e etc). Mas por que a poeira cósmica não seria uma forma de vida? E digo mais: será que neste exato momento não estamos sendo observados como coisas?
Acho tão primitivo acreditar que vidas extraterrestres terão cabeça, tórax e abdômen; membros inferires e superiores; reprodução sexuada e demais características humanas! Quando pensamos assim, legitimamos que apenas reconhecemos como vida uma espécie semelhante a nossa (os vegetarianos que o digam, e já escrevi sobre isso). Se refletirmos um pouco mais, perceberemos que esta forma primitiva de pensar também está presente no espaço terrestre. Se alguém atropela um cachorro, fica deprimido por ter tirado uma vida. Se atropela uma árvore, a depressão é pelo estrago no carro. Isso por que olhamos para as árvores, para os rios e para a natureza em geral como coisas; como insumos. Um absurdo bizarro de indiferença!
sexta-feira, 28 de maio de 2010
quinta-feira, 27 de maio de 2010
Deus criou a Terra? II (e se a teoria do Big Bang for comprovada?)
Recebi a seguinte mensagem sobre o post anterior:
Não se preocupe que logo descartaremos ou não as suas duvidas.. isso graças ao grande colisor de hádrons... ele jogas as partículas uma contra as outras Simulando o q diz na teoria de big bang ...
Na opinião de vocês, se o experimento funcionar, teremos a comprovação empírica da criação da Terra? Vamos filosofar a respeito.
Vocês já fizeram aquele experimento de gerar um broto de feijão em um algodão (acredito que todos fizeram, aliás, acredito que deve estar no currículo do MEC, enfim...). Lembram em que conclusão chegamos? Concluímos que, utilizando apenas água e algodão, conseguimos transformar um grão em um broto (Parabéns, cientistas!). Ninguém nos disse "viram alunos, é assim que os feijões nascem!". Muitos alunos, ainda inexperientes, até perguntam se esta é a única forma, mas aprendemos que esta é apenas uma das formas (na verdade, você pode usar qualquer superfície que se mantenha úmida). Ou seja, você apenas descobriu uma forma de fazer isto.
Se o acelerador de hádrons conseguir gerar um planeta através da colisão de duas partículas de prótons, podemos dizer que estamos diante de uma possibilidade da criação da Terra (Parabéns, cientistas!), mas não poderemos afirmar que esta é a única forma. Temos então uma possibilidade (que é completamente diferente de uma certeza).
Percebam o quanto Kant foi genial! Suas idéias são atemporais. Poderemos afirmar tudo sobre o mini-planeta que o colisor de hádrons criará, pois estaremos no mesmo espaço e no mesmo tempo dele, mas continuaremos em dimensões diferentes em relação à Terra, o que nos impossibilitará qualquer afirmação definitiva.
Não se preocupe que logo descartaremos ou não as suas duvidas.. isso graças ao grande colisor de hádrons... ele jogas as partículas uma contra as outras Simulando o q diz na teoria de big bang ...
Na opinião de vocês, se o experimento funcionar, teremos a comprovação empírica da criação da Terra? Vamos filosofar a respeito.
Vocês já fizeram aquele experimento de gerar um broto de feijão em um algodão (acredito que todos fizeram, aliás, acredito que deve estar no currículo do MEC, enfim...). Lembram em que conclusão chegamos? Concluímos que, utilizando apenas água e algodão, conseguimos transformar um grão em um broto (Parabéns, cientistas!). Ninguém nos disse "viram alunos, é assim que os feijões nascem!". Muitos alunos, ainda inexperientes, até perguntam se esta é a única forma, mas aprendemos que esta é apenas uma das formas (na verdade, você pode usar qualquer superfície que se mantenha úmida). Ou seja, você apenas descobriu uma forma de fazer isto.
Se o acelerador de hádrons conseguir gerar um planeta através da colisão de duas partículas de prótons, podemos dizer que estamos diante de uma possibilidade da criação da Terra (Parabéns, cientistas!), mas não poderemos afirmar que esta é a única forma. Temos então uma possibilidade (que é completamente diferente de uma certeza).
Percebam o quanto Kant foi genial! Suas idéias são atemporais. Poderemos afirmar tudo sobre o mini-planeta que o colisor de hádrons criará, pois estaremos no mesmo espaço e no mesmo tempo dele, mas continuaremos em dimensões diferentes em relação à Terra, o que nos impossibilitará qualquer afirmação definitiva.
quarta-feira, 26 de maio de 2010
Deus criou a Terra?
Em sua opinião, a explicação para criação da Terra é científica ou religiosa? O planeta teria se formado pela agregação de poeira cósmica em rotação, pela colisão de partículas ou por uma entidade divina? Independente do que você diga ou afirme, você estará usando a fé.
Fiquei um pouco confuso com esta conclusão. Perguntei-me: "Como posso ter fé considerando-me ateu (talvez agnóstico)?" Mas de fato tenho fé, assim como qualquer pessoa no mundo. Cheguei a esta conclusão ao refletir sobre duas idéia de Kant. Em uma delas, ele explica que o espaço e o tempo pertencem à condição humana, sendo atributos da nossa consciência e não do mundo físico. Já na outra, o filósofo define que a lei da causalidade é inata a nós (sempre tentaremos buscar a origem das coisas), principalmente se já tivermos desenvolvido nossos sentidos e nossa razão (experiência de vida). Tá, mas o que isso tem a ver a origem do nosso planeta? Tem muito a ver, mas ficará mais claro com um exemplo.
Digamos que você esteja sentando à sobra de uma arvore, lendo um bom livro e, de repente, caia uma gota entre as páginas, interrompendo a sua leitura. Qual será a sua reação? Devido a lei da causalidade, e por você já ter sentidos e razão lapidados, ao passo que já vivenciou situações semelhantes, você não conseguirá deixar de olhar para cima, buscando a origem do intruso gotejo. Caso o galho esteja seco, você irá observar as folhas. Se elas também estiverem, você olhará para o céu a fim de perceber se não irá chover e assim consecutivamente até encontrar sua resposta, que aparecerá em breve. Mas você só conseguirá encontrar a origem por que a gota existiu no seu espaço e no seu tempo. Ou seja, ela começou a cair enquanto você lia o livro (mesmo tempo) e saindo de baixo da árvore e analisando sua origem você pode identificá-la (mesmo espaço). Mas e se você estivesse dentro da gota e, ao nascer, percebesse que ela encontra-se em queda livre (não fumei nem bebi nada, só faz parte da explicação)? Respondo: você não conseguiria saber a origem dela. Neste caso, os tempos não seriam mais os mesmos, pois a gota já existiria quando você nasceu. O espaço também não seria mais o mesmo, ao passo que você estaria dentro dela e, por conseguinte, sua visão não seria mais externa e periférica. Tudo que você saberia (sua experiência e razão) teria sido desenvolvido lá dentro. Mesmo que você conseguisse sair da gota e olhasse o universo ao redor dela, você não saberia para onde olhar a fim descobrir sua origem (sem mencionar que tudo que descobriria seria novo e lhe causaria incertezas ainda maiores, assim como acontece com os astronautas). E é esta a nossa relação com a Terra.
Nascemos dentro dela e cada vez que saímos para dar uma espiada, não sabemos em que sentido devemos olhar para descobrir sua origem. Pertencemos a espaços e a tempos diferentes. O que me faz concordar com Kant, por ter afirmado que nunca seremos capazes de saber como as coisas são em si, mas apenas como elas se mostram para nós. A Terra nunca mostrou sua origem para nós. Ela não é como uma gota, na qual uma simples olhada nos fará descobrir seu surgimento.
Portanto um livro de cosmologia está para mim como a bíblia está para um religioso. Ambos abrimos nossos livros e utilizamos a fé para acreditar no que pessoas escreveram sem que pudessem utilizar seus sentidos e sua razão para afirmarem e comprovarem, de forma empírica, suas idéias.
segunda-feira, 17 de maio de 2010
Um povo ficha limpa
Extraído da coluna do David de Coimbra, da última sexta-feira (já dei minha opinião a respeito e gostaria de compartilhar a do colunista).
***
Fiz uma aprazível viagem à Itália, tempos atrás, a fim de cobrir uma missão econômica de empresários catarinenses.
Bem.
A folhas tantas, lá estávamos nós visitando uma empresa de reciclagem de plástico em algum bucólico lugarejo do Norte da Bota, não lembro qual, mas lembro que por perto havia igrejas e pizzas. Os italianos, empolgados, nos mostraram uma das utilidades que davam ao plástico usado, que, supunham, poderia ser empregada no Brasil.
Eram calçadas de plástico reciclado: placas retangulares de plástico duro do tamanho de uma laje de pedra, com bordas de dois ou três centímetros de altura, como se fossem tampas. As lajes de plástico tinham furos para deixar passar a água da chuva e eram encaixadas umas nas outras. Os italianos sorriam, orgulhosos de sua engenhosa invenção. Agachei-me para observar melhor a coisa. Enfiei o indicador por um dos orifícios e ergui a placa. Com ela pendurada, levantei a cabeça e perguntei aos italianos:
- Fica solta?
Eles confirmaram. Ficava solta. Pus-me de pé, balançando a cabeça:
- Então não vai dar certo no Brasil.
Os italianos entesaram:
- Por que não, Dio buono?
- Porque a turma vai levar embora.
- Turma? Mama mia, que turma?
- A turma. Todo mundo. O pessoal vai levar as calçadas pra casa.
- Mas por que catzo eles iriam fazer uma coisa dessas??? - intrigaram-se os italianos.
- Não precisa de motivo - respondi. - Eles vão fazer.
Os empresários brasileiros, mais de 20 deles entre pequenos, médios e grandes, todos concordaram comigo. É, a turma vai levar as calçadas para casa, não vai dar certo no Brasil. E assim se desfez a possibilidade de um reluzente negócio internacional.
Por que nós, brasileiros, concordamos em uníssono? Porque sabíamos que, aqui, no Patropi, enxameiam ladrões oportunistas pelos oito milhões e meio de quilômetros quadrados do território nacional. O cara não é um bandido por profissão, não anda com trezoitão na cintura, não enfia ninguém em porta-malas, mas não pode passear pela praia e ver um chinelo de dedos sobre uma esteira que dá de mão nele. Tivesse a chance, esse cara levaria para casa um milhão. Como não tem, fica com o troco errado da mercearia.
Somos todos assim? Todos nós? Claro que não. Nem a maioria de nós. Mas muitos de nós. Quantos? Ora, se fosse instado a estipular a proporção de desonestos que há no povo brasileiro diria que é, mais ou menos, à do Congresso Nacional.
Quer dizer: a democracia funciona. Nossos ladrõezinhos de ocasião estão todos representados na Câmara, no Senado e nas Assembleias. Todos com ficha limpa. Todos esperando a oportunidade de meter a mão no seu milhão.
***
Fiz uma aprazível viagem à Itália, tempos atrás, a fim de cobrir uma missão econômica de empresários catarinenses.
Bem.
A folhas tantas, lá estávamos nós visitando uma empresa de reciclagem de plástico em algum bucólico lugarejo do Norte da Bota, não lembro qual, mas lembro que por perto havia igrejas e pizzas. Os italianos, empolgados, nos mostraram uma das utilidades que davam ao plástico usado, que, supunham, poderia ser empregada no Brasil.
Eram calçadas de plástico reciclado: placas retangulares de plástico duro do tamanho de uma laje de pedra, com bordas de dois ou três centímetros de altura, como se fossem tampas. As lajes de plástico tinham furos para deixar passar a água da chuva e eram encaixadas umas nas outras. Os italianos sorriam, orgulhosos de sua engenhosa invenção. Agachei-me para observar melhor a coisa. Enfiei o indicador por um dos orifícios e ergui a placa. Com ela pendurada, levantei a cabeça e perguntei aos italianos:
- Fica solta?
Eles confirmaram. Ficava solta. Pus-me de pé, balançando a cabeça:
- Então não vai dar certo no Brasil.
Os italianos entesaram:
- Por que não, Dio buono?
- Porque a turma vai levar embora.
- Turma? Mama mia, que turma?
- A turma. Todo mundo. O pessoal vai levar as calçadas pra casa.
- Mas por que catzo eles iriam fazer uma coisa dessas??? - intrigaram-se os italianos.
- Não precisa de motivo - respondi. - Eles vão fazer.
Os empresários brasileiros, mais de 20 deles entre pequenos, médios e grandes, todos concordaram comigo. É, a turma vai levar as calçadas para casa, não vai dar certo no Brasil. E assim se desfez a possibilidade de um reluzente negócio internacional.
Por que nós, brasileiros, concordamos em uníssono? Porque sabíamos que, aqui, no Patropi, enxameiam ladrões oportunistas pelos oito milhões e meio de quilômetros quadrados do território nacional. O cara não é um bandido por profissão, não anda com trezoitão na cintura, não enfia ninguém em porta-malas, mas não pode passear pela praia e ver um chinelo de dedos sobre uma esteira que dá de mão nele. Tivesse a chance, esse cara levaria para casa um milhão. Como não tem, fica com o troco errado da mercearia.
Somos todos assim? Todos nós? Claro que não. Nem a maioria de nós. Mas muitos de nós. Quantos? Ora, se fosse instado a estipular a proporção de desonestos que há no povo brasileiro diria que é, mais ou menos, à do Congresso Nacional.
Quer dizer: a democracia funciona. Nossos ladrõezinhos de ocasião estão todos representados na Câmara, no Senado e nas Assembleias. Todos com ficha limpa. Todos esperando a oportunidade de meter a mão no seu milhão.
sexta-feira, 14 de maio de 2010
Herói do Nosso Tempo
Gostaria de compartilhar esta dica de filme com todos: Herói do Nosso tempo (titulo original, em francês, "Va, Vis et Deviens", que significa "Vá, Viva e Transforme-se").
A partir da história real da fuga de judeus etíopes para Israel, em 1984, o filme relata a trajetória de um menino (Salomão) cristão, negro, nascido na Etiópia e que se passa por judeu para ser aceito em Israel a fim de tentar superar sua condição subumana.
Às vezes assisto filmes da Idade Média e vejo como a religião possuía poder e influencia sobre as decisões políticas. Ainda bem que não estamos mais na Idade Média...
terça-feira, 11 de maio de 2010
Frases em relação ao post anterior
Aproveitando o tema do último post, vou encerrá-lo com duas frases muito verdadeiras para mim.
Machado de Assis
Friedrich Nietzsche
Deus, para a felicidade do homem, inventou a fé e o amor. O Diabo, invejoso, fez o homem confundir fé com religião e amor com casamento.
Machado de Assis
Há sempre alguma loucura no amor. Mas há sempre um pouco de razão na loucura.
Friedrich Nietzsche
segunda-feira, 10 de maio de 2010
O erro dos relacionamentos
Tenho uma grande amiga que acaba de superar o que ela chamou de "pé na bunda". Conversávamos pelo MSN e ela me dissera o seguinte:
"eu fiz de tudo por nós, de verdade. A minha vida era em função do nosso relacionamento...
...quando a gente terminou eu fiquei sem chão, pq não sabia nem ver tv mais sozinha".
Imagine-se solteiro (a). Bem, você possui a sua vida e ela é feita por seus amigos, sua família, seus hobbies, seus compromissos e etc. Então, um belo dia, você conhece alguém. Esta pessoa é bacana, vocês se gostam e começam um relacionamento. Aos poucos, vão passando a conviver e, naturalmente, fazendo mais coisas juntos. Até este ponto, a estória é a mesma para todos. Porém, algumas pessoas, a partir de então, deixam para trás tudo que faziam e passam a viver em função desta nova relação e é justamente este o erro.
O namoro deve ser acrescentado à sua vida e não substituí-la. Se você já possuía uma série de atividades antes, mantenha-as e apenas acrescente o namoro. Uma coisa é você deixar de fazer festas por que não está mais solteiro (a), outra, e bem diferente, é deixar de estar com seus amigos, sua família ou de fazer qualquer coisa que sempre lhe deu prazer. Ao substituir sua vida por um relacionamento, automaticamente, este passa a ser sua vida e, quando acaba, você ficará "sem chão" (como a minha amiga).
Por melhor que seja a relação, nenhuma conseguirá suportar a pressão de substituir a sua vida. Ao deixar de fazer tudo que considerava importante, intrinsecamente, delegará ao relacionamento a responsabilidade de suprir todas as suas lacunas e isto não é a sua função.
É claro que nenhuma mulher gosta de ouvir que você deixará de estar com ela para jogar futebol ou beber com os amigos. Da mesma forma que nenhum homem fica confortável ao saber que a namorada quer assistir um filme com as amigas em uma sessão Lulu. Porém isto não quer dizer que você foi "escanteado" ou que a pessoa goste mais dos amigos do que você, mas apenas que, naquele momento, preferirá fazer outra coisa. Se seus pais são separados, por exemplo, e você for visitar seu pai, isso não significa dizer que deixou de gostar da sua mãe. Apenas, naquele momento, optou em ficar com seu pai. Só isso. Simples assim!
Somente quando estamos desiludidos com um relacionamento que acabou é que não nos agrada a idéia de ter alguém. Ninguém gosta de estar sozinho, porém lembre-se de ter alguém na sua vida e não a sua vida em alguém.
"eu fiz de tudo por nós, de verdade. A minha vida era em função do nosso relacionamento...
...quando a gente terminou eu fiquei sem chão, pq não sabia nem ver tv mais sozinha".
Imagine-se solteiro (a). Bem, você possui a sua vida e ela é feita por seus amigos, sua família, seus hobbies, seus compromissos e etc. Então, um belo dia, você conhece alguém. Esta pessoa é bacana, vocês se gostam e começam um relacionamento. Aos poucos, vão passando a conviver e, naturalmente, fazendo mais coisas juntos. Até este ponto, a estória é a mesma para todos. Porém, algumas pessoas, a partir de então, deixam para trás tudo que faziam e passam a viver em função desta nova relação e é justamente este o erro.
O namoro deve ser acrescentado à sua vida e não substituí-la. Se você já possuía uma série de atividades antes, mantenha-as e apenas acrescente o namoro. Uma coisa é você deixar de fazer festas por que não está mais solteiro (a), outra, e bem diferente, é deixar de estar com seus amigos, sua família ou de fazer qualquer coisa que sempre lhe deu prazer. Ao substituir sua vida por um relacionamento, automaticamente, este passa a ser sua vida e, quando acaba, você ficará "sem chão" (como a minha amiga).
Por melhor que seja a relação, nenhuma conseguirá suportar a pressão de substituir a sua vida. Ao deixar de fazer tudo que considerava importante, intrinsecamente, delegará ao relacionamento a responsabilidade de suprir todas as suas lacunas e isto não é a sua função.
É claro que nenhuma mulher gosta de ouvir que você deixará de estar com ela para jogar futebol ou beber com os amigos. Da mesma forma que nenhum homem fica confortável ao saber que a namorada quer assistir um filme com as amigas em uma sessão Lulu. Porém isto não quer dizer que você foi "escanteado" ou que a pessoa goste mais dos amigos do que você, mas apenas que, naquele momento, preferirá fazer outra coisa. Se seus pais são separados, por exemplo, e você for visitar seu pai, isso não significa dizer que deixou de gostar da sua mãe. Apenas, naquele momento, optou em ficar com seu pai. Só isso. Simples assim!
Somente quando estamos desiludidos com um relacionamento que acabou é que não nos agrada a idéia de ter alguém. Ninguém gosta de estar sozinho, porém lembre-se de ter alguém na sua vida e não a sua vida em alguém.
sexta-feira, 7 de maio de 2010
Frase de Liev Tolstoi
Sem dúvida este é um autor que precisa ser lido e re-lido. Acabo de fazer um trabalho para uma cadeira de sociologia que, dada à falta de objetividade do texto, fez-me lembrar desta frase:
.
Quando as pessoas falam de forma muito elaborada e sofisticada, ou querem contar uma mentira, ou querem admirar a si mesmas. Ninguém deve acreditar em tais pessoas. A fala boa é sempre clara, inteligente e compreendida por todos.
.
sábado, 1 de maio de 2010
A Síndrome do Pequeno Poder
Estava eu, no supermercado, esperando a minha vez de ser atendido, na fila dos "frios" (friamberia, tipo queijo, chester, presunto, etc) quando percebi um senhor mal humorado em minha frente. O tiozinho parecia ser bem humilde (pobre mesmo), devido sua simplicidade e sua forma de falar. A mim, ele não dirigira a palavra, mas percebi que se queixava de tudo que via. Quando chegou a sua vez de ser atendido, pediu 250g de presunto. Ao pesar, a moça lhe perguntou: "pode ser 242g senhor?" e ele respondeu: "não, eu pedi 250g!".E eu ali, assistindo. Então ela acrescentou uma fatia e, adivinhe!?!?! Passou!!! E eu ali, olhando. Quando a balança mostrou os 258g, a moça tornou a perguntar: "pode ser senhor?" e ele respondeu: "você não deve ter ouvido eu ter dito 250g!!!" e eu ali, esperando. Bom para resumir, a moça se irritou e pesou 242g, cobrou por isso e deu uma fatia grátis para o "mala" que, acreditem, ainda saiu reclamando. Olhei para o semblante da moça (imaginem a expressão de alguém que está trabalhando ha horas e acaba de vencer a batalha do presunto) e me perguntei:"mas um senhor tão simples, não deveria ter empatia com alguém em uma condição semelhante a sua?". Acho que devo ter pensado alto, pois, como se estivesse respondendo ao meu pensamento, ela disse: "os mais pobres são os mais chatos! Odeio gentinha". Então lembrei da minha teoria da Síndrome do Pequeno Poder.
Quando se é pobre em uma sociedade capitalista e materialista como a nossa, você, na maioria das vezes, é destratado. O sujeito é menosprezado pela sociedade até chegar ao trabalho (seja o ônibus que atrasa e não para, seja pelo metrô "atrolhado" de pessoas ou seja pelos motoristas dos carros que ignoram respeito aos pedestres). Quando chega, seu chefe dá cabo de continuar a humilhação (há quem pense que pessoas simples e pobres detestam trabalho e, com isto, precisam tratá-las como escravas). Ao retornar para casa encontram o mesmo problema da ida e só se terão dignidade ao chegar em casa (e nem sempre isso acontece).
Se na rua ele é destratado, no trabalho é humilhado e em casa nem sempre tem o respeito que merece, quando que esta pessoa irá se sentir melhor? Quando que ele terá algum tipo de poder? Lembra que mencionei que nossa sociedade era capitalista? Pois, é, quando o sujeito for trocar seu dinheiro por algum produto ou serviço ele terá um pequeno poder. O poder do cliente!
Ahh como é bom ser cliente. Neste mágico momento tudo muda. Não importa o quanto se é imbecil ou gentil, pobre ou rico, branco ou negro, enfim. Se você é cliente, você é bem tratado. Porém, há pessoas que sofrem da síndrome deste pequeno poder. É o momento delas descontarem todas as humilhações acumuladas. Seja na moça dos frios, seja no cobrador do ônibus, seja no taxista, ou com qualquer pessoa que o trate como cliente.
Portanto, quando você for humilhado ou destratado, releve, pois você pode estar diante de alguém afetado pela Síndrome do Pequeno Poder.
Quando se é pobre em uma sociedade capitalista e materialista como a nossa, você, na maioria das vezes, é destratado. O sujeito é menosprezado pela sociedade até chegar ao trabalho (seja o ônibus que atrasa e não para, seja pelo metrô "atrolhado" de pessoas ou seja pelos motoristas dos carros que ignoram respeito aos pedestres). Quando chega, seu chefe dá cabo de continuar a humilhação (há quem pense que pessoas simples e pobres detestam trabalho e, com isto, precisam tratá-las como escravas). Ao retornar para casa encontram o mesmo problema da ida e só se terão dignidade ao chegar em casa (e nem sempre isso acontece).
Se na rua ele é destratado, no trabalho é humilhado e em casa nem sempre tem o respeito que merece, quando que esta pessoa irá se sentir melhor? Quando que ele terá algum tipo de poder? Lembra que mencionei que nossa sociedade era capitalista? Pois, é, quando o sujeito for trocar seu dinheiro por algum produto ou serviço ele terá um pequeno poder. O poder do cliente!
Ahh como é bom ser cliente. Neste mágico momento tudo muda. Não importa o quanto se é imbecil ou gentil, pobre ou rico, branco ou negro, enfim. Se você é cliente, você é bem tratado. Porém, há pessoas que sofrem da síndrome deste pequeno poder. É o momento delas descontarem todas as humilhações acumuladas. Seja na moça dos frios, seja no cobrador do ônibus, seja no taxista, ou com qualquer pessoa que o trate como cliente.
Portanto, quando você for humilhado ou destratado, releve, pois você pode estar diante de alguém afetado pela Síndrome do Pequeno Poder.
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