Como devem ter percebido, bastou as aulas começarem para os posts diminuírem. O fato de estudar (seja administração, seja filosofia, seja gerenciamento de projetos, seja inglês...), trabalhar e manter as minhas atividades (seja surf, seja violão, seja escrita, seja leitura...) me remete a uma necessidade de valorizar mais meu tempo. Aliás, aproveito o momento para compartilhar minha visão sobre este recurso.
1º Verdade: Todos, mas todos, sem exceção, dispõem de tempo livre.
Faça um teste (meio maluco, mas muito interessante): marque, durante todo o seu dia, o tempo que desprende em cada atividade. Crie uma relação como:
- 06:30 às 07:00: acordei e fui para o trabalho;
- 8h às 08:30: conversei sobre o final de semana com os colegas;
- 08:30 às 09h: li meus e-mails e algumas noticias na internet;
- etc, etc, etc.
É engraçado observar que, ao final do dia, você passa mais tempo lendo e-mails do que qualquer outra coisa. Ou então que passa três horas dentro de um ônibus sem fazer outra coisa que não seja observar a rua. Você também pode constatar que, no domingo, passa seis horas do dia assistindo TV. Lacunas de ócio também poderão serem constatadas nesta análise.
2º Verdade: As prioridades são mal definidas
Não há nada errado em assistir TV, muito menos em contemplar a paisagem ou desfrutar de uma sessão prolongada de ócio, desde que estas sejam as suas prioridades de vida. A maioria das pessoas não as defini com clareza, e isto gera frustração. São muitos os que gostariam de visitar os parentes com mais freqüência, sair para tomar chimarrão aos domingos ou simplesmente ler os livros que se empilham na prateleira (e aumentam a cada formatura, aniversário ou qualquer outra data). Talvez o que muitos de nós precisamos é de prioridades e não de mais tempo livre.
3º Verdade: O tempo é visto como um recurso infinito
Cuidamos apenas dos nossos bens materiais e concentramos nossas preocupações, esforços e cuidados nisso. Ninguém valoriza seu tempo. Faz-se uso dele muito largamente como se fosse gratuito. Porém, quando doentes ou próximos da morte, estamos prontos para abrir mão de tudo que temos por mais uma semana de vida (confuso isso!). Um exemplo disto são os dispositivos de segurança que colocamos em nossos bens materiais para evitar o roubo. O que você faz para evitar que pessoas ou programações indesejadas roubem seu tempo? Nada é feito, pois há uma visão generalizada de que o nosso tempo, em vida, é infinito (talvez para fugir da certeza de que um dia iremos morrer). Se refletirmos um pouco, perceberemos que este recurso é mais finito que qualquer bem material, dos quais muitos atravessam gerações.
“Se pudéssemos apresentar aos homens a conta dos dias futuros, da mesma forma como se faz com os que já passaram, como tremeriam aqueles que vissem restar-lhe poucos anos e como os economizariam. Se já é difícil administrar o que, embora pouco, é certo, deve-se conservar com muito cuidado aquilo que não se pode saber quando acabará.” *
“Não temos uma vida breve e sim fazemos com que seja assim. Pequena é a parte da vida que vivemos, porque o restante, não é vida, e sim tempo.” *
*Sêneca, filosofo estóico no Ensaio Sobre a Brevidade da Vida
sexta-feira, 28 de agosto de 2009
terça-feira, 25 de agosto de 2009
O diferencial dos babacas!
Sim, nós homens somos babacas! Falta-me um termo mais adequado para classificar a raça, no entanto, por hora, este serve. Quando penso na grandiosidade das mulheres, não vejo como pensar diferente dos homens. Os relacionamentos deixam isto mais evidente.
O primeiro e, talvez, o pior diferencial dos homens é a traição. Tudo bem que seja da natureza masculina trair (ou por quê produziríamos milhares de células gaméticas a cada relação sexual, enquanto a mulher produz apenas uma e em alguns dias do mês? Porque somos máquinas de reprodução, ora bolas!). Embora trair seja muito mais uma função genética do que uma orientação moral, o que falta aos homens, neste caso, é a empatia (sentimento em sobra na maioria das mulheres). Respeitar a genética é desrespeitar a mulher. Ou pior: é magoá-la, feri-la. Ao ignorar isto, surge o segundo diferencial dos homens: o egoísmo.
Eu conheci uma pessoa, a Pity (diga-se de passagem, uma pessoa incrível), que, um dia, deixou de falar com a sua melhor amiga. Adivinhem o motivo? A amiga lhe confessou que traia o namorado e coube à Pity a pergunta: "Por que você faz isto com ele?". Por descordar da atitude, Pity afastou-se dela. Vejam só! Se qualquer homem conta a um amigo que está traindo, a pergunta passa a ser: "E ela é gostosa, pelo menos?". Nossa cultura machista permite que isto seja engraçado, porém é de um egoísmo tremendo. E o egoísmo desencadeia o próximo diferencial masculino: o orgulho.
Se você é um ser humano, certamente conhece alguma mulher que já tenha perdoado uma traição. Sabe o que esta pensa quando decide se deve ou não perdoar? Vou tentar descrever:
1º - Quem garante que ele não vai me trair novamente? (pensam isso pelo receio de perdoar, ser traida novamente e sofrer outra vez).
2º - Será que consigo deixá-lo? (receiam que possa doer mais a separação do que o risco de ser traída outra vez).
3º - Conseguirei confiar nele como antes?
Se você conhece muita gente, se relaciona com os mais diversos tipos de pessoas e/ou já esteve em vários locais diferentes, talvez conheça algum homem que já tenha sido traído e tentou perdoar. Sabe o que ele deve ter se questionado?
1º - Se eu perdoar, o que irão dizer aqueles que souberem que fui traído?
2º - Como vou conseguir olhar para o cara com quem ela me traiu?
3º - Quando transar com ela novamente, será que não vou ficar pensando se ela curtiu com o outro cara mais do que comigo?
Enquanto as mulheres se preocupam com a estabilidade e o futuro da relação, os homens estão preocupados em como irão se sentir e o que irão pensar dele. O orgulho os impede de perdoar. O único homem que perdoou no mundo todo (pois não devem existir dois), provavelmente agravou o próximo defeito masculino: o desprezo
Os homens desprezam suas companheiras. Se você parar uma mulher na rua, qualquer mulher, qualquer uma mesmo, e fizer a seguinte pergunta: "seu namorado ou marido costuma elogiar-lhe ou é mais comum ele apontar os seus defeitos?", certamente a resposta será os defeitos. Isto por que os homens não dão valor as mulheres. Se você pode falar das qualidades, por que insistir nos defeitos? Talvez os homens façam isto para se sentir superiores. Como as mulheres aceitarão as críticas (até para não discutir), isto irá legitimar a "superioridade" deles. E assim repetem o gesto sempre que precisam amaciar o ego (ou seja, sempre!). Embora pareça, esta ainda não é a última diferença masculina: o desrespeito
O homem não desrespeita a mulher, diretamente. Na verdade, a falta desta virtude se manifesta com as diferenças. Isto mesmo, os homens não sabem respeitar as diferenças. Uma mulher é sensível, gosta de carinho, adora receber atenção e ser ouvida (para não me estender muito). Quando o homem age de forma grosseira e desatenciosa, ele ignora estas diferenças (ser sensível e gostar de carinho), ou melhor, as desrespeitas. A mulher consegue ter paciência para ouvir o homem contar o seu dia no trabalho e até decora o nome de alguns colegas para se demonstrar mais atenciosa. No entanto, o homem consegue esquecer todas as datas importantes (além de não respeitar que as mulheres as valorizem). Quando seu time perde, as mulheres que não entendem nada de futebol apenas afagam seu companheiro e tentam mudar de assunto (um pouco para fazê-lo se sentir bem, outro pouco para não estampar seu despreparo com o assunto). Já os homens, se a mulher chegar em casa contando que brigou com a melhor amiga ou discutiu com a mãe, ele a ignora e corta o assunto com duas ou três palavras (deixando bem claro que não lhe interessa a conversa).
Pois é, já fui (ou talvez ainda seja) um babaca munido de traição, de egoísmo, de orgulho, de desprezo e de desrespeito. Porém estou tentando mudar isto (comecei a estudar filosofia, mas se vai funcionar não sei). Quero muito ser um homem melhor e acredito que, ao corrigir isto, atingirei meu objetivo. Por fim, decidi que só voltarei a namorar após corrigir estas diferenças. Até lá, poupo algumas pessoas extraordinárias da babaquisse masculina (pelo menos da minha).
O primeiro e, talvez, o pior diferencial dos homens é a traição. Tudo bem que seja da natureza masculina trair (ou por quê produziríamos milhares de células gaméticas a cada relação sexual, enquanto a mulher produz apenas uma e em alguns dias do mês? Porque somos máquinas de reprodução, ora bolas!). Embora trair seja muito mais uma função genética do que uma orientação moral, o que falta aos homens, neste caso, é a empatia (sentimento em sobra na maioria das mulheres). Respeitar a genética é desrespeitar a mulher. Ou pior: é magoá-la, feri-la. Ao ignorar isto, surge o segundo diferencial dos homens: o egoísmo.
Eu conheci uma pessoa, a Pity (diga-se de passagem, uma pessoa incrível), que, um dia, deixou de falar com a sua melhor amiga. Adivinhem o motivo? A amiga lhe confessou que traia o namorado e coube à Pity a pergunta: "Por que você faz isto com ele?". Por descordar da atitude, Pity afastou-se dela. Vejam só! Se qualquer homem conta a um amigo que está traindo, a pergunta passa a ser: "E ela é gostosa, pelo menos?". Nossa cultura machista permite que isto seja engraçado, porém é de um egoísmo tremendo. E o egoísmo desencadeia o próximo diferencial masculino: o orgulho.
Se você é um ser humano, certamente conhece alguma mulher que já tenha perdoado uma traição. Sabe o que esta pensa quando decide se deve ou não perdoar? Vou tentar descrever:
1º - Quem garante que ele não vai me trair novamente? (pensam isso pelo receio de perdoar, ser traida novamente e sofrer outra vez).
2º - Será que consigo deixá-lo? (receiam que possa doer mais a separação do que o risco de ser traída outra vez).
3º - Conseguirei confiar nele como antes?
Se você conhece muita gente, se relaciona com os mais diversos tipos de pessoas e/ou já esteve em vários locais diferentes, talvez conheça algum homem que já tenha sido traído e tentou perdoar. Sabe o que ele deve ter se questionado?
1º - Se eu perdoar, o que irão dizer aqueles que souberem que fui traído?
2º - Como vou conseguir olhar para o cara com quem ela me traiu?
3º - Quando transar com ela novamente, será que não vou ficar pensando se ela curtiu com o outro cara mais do que comigo?
Enquanto as mulheres se preocupam com a estabilidade e o futuro da relação, os homens estão preocupados em como irão se sentir e o que irão pensar dele. O orgulho os impede de perdoar. O único homem que perdoou no mundo todo (pois não devem existir dois), provavelmente agravou o próximo defeito masculino: o desprezo
Os homens desprezam suas companheiras. Se você parar uma mulher na rua, qualquer mulher, qualquer uma mesmo, e fizer a seguinte pergunta: "seu namorado ou marido costuma elogiar-lhe ou é mais comum ele apontar os seus defeitos?", certamente a resposta será os defeitos. Isto por que os homens não dão valor as mulheres. Se você pode falar das qualidades, por que insistir nos defeitos? Talvez os homens façam isto para se sentir superiores. Como as mulheres aceitarão as críticas (até para não discutir), isto irá legitimar a "superioridade" deles. E assim repetem o gesto sempre que precisam amaciar o ego (ou seja, sempre!). Embora pareça, esta ainda não é a última diferença masculina: o desrespeito
O homem não desrespeita a mulher, diretamente. Na verdade, a falta desta virtude se manifesta com as diferenças. Isto mesmo, os homens não sabem respeitar as diferenças. Uma mulher é sensível, gosta de carinho, adora receber atenção e ser ouvida (para não me estender muito). Quando o homem age de forma grosseira e desatenciosa, ele ignora estas diferenças (ser sensível e gostar de carinho), ou melhor, as desrespeitas. A mulher consegue ter paciência para ouvir o homem contar o seu dia no trabalho e até decora o nome de alguns colegas para se demonstrar mais atenciosa. No entanto, o homem consegue esquecer todas as datas importantes (além de não respeitar que as mulheres as valorizem). Quando seu time perde, as mulheres que não entendem nada de futebol apenas afagam seu companheiro e tentam mudar de assunto (um pouco para fazê-lo se sentir bem, outro pouco para não estampar seu despreparo com o assunto). Já os homens, se a mulher chegar em casa contando que brigou com a melhor amiga ou discutiu com a mãe, ele a ignora e corta o assunto com duas ou três palavras (deixando bem claro que não lhe interessa a conversa).
Pois é, já fui (ou talvez ainda seja) um babaca munido de traição, de egoísmo, de orgulho, de desprezo e de desrespeito. Porém estou tentando mudar isto (comecei a estudar filosofia, mas se vai funcionar não sei). Quero muito ser um homem melhor e acredito que, ao corrigir isto, atingirei meu objetivo. Por fim, decidi que só voltarei a namorar após corrigir estas diferenças. Até lá, poupo algumas pessoas extraordinárias da babaquisse masculina (pelo menos da minha).
domingo, 23 de agosto de 2009
Consumo Local
Sou um cara estranho. Não que eu aparentemente seja assim ou que meus padrões de comportamento classifiquem-me desta forma, mas apenas tenho umas manias estranhas (acho que todos nós temos, mas não tentarei buscar solidariedade ao meu estranhismo).
Vou falar sobre uma das minhas manias. Esta se manifesta quando vou ao mercado. Tenho o hábito de ler a embalagem de todos os produtos que compro para saber onde eles são fabricados, para só então comprá-los. O motivo pelo qual faço isso é para tentar comprar o máximo de produtos fabricados na minha região. Mais precisamente, no meu estado.
Sempre achei isso meio birutice, ou, como supra classifiquei, "estranhisse". No entanto trata-se de um auspicioso gesto muito em voga nos países de "primeiro mundo". Li no blog de Denis Russo que, nos EUA, este hábito tem "forçado" as grandes marcar a construir pequenas indústrias próximas a regiões em que esta tendência é evidente. Tudo isso porque as marcas que tinham unidade fabril próximas a estes locais representavam 60% das vendas, segundo os dados apresentados no blog.
Ver uma empresa sendo construída por que pessoas prestam atenção a embalagens é incrível. Isto expressa o poder que temos de promover mudanças. Ao invés de ficarmos questionando políticos por não incentivarem a construção de indústrias ou a geração de empregos na nossa região, podemos adquirir alguns hábitos, até então, estranhos e fazer algo que esteja ao nosso alcance e que realmente tenha efeito.
Vou falar sobre uma das minhas manias. Esta se manifesta quando vou ao mercado. Tenho o hábito de ler a embalagem de todos os produtos que compro para saber onde eles são fabricados, para só então comprá-los. O motivo pelo qual faço isso é para tentar comprar o máximo de produtos fabricados na minha região. Mais precisamente, no meu estado.
Sempre achei isso meio birutice, ou, como supra classifiquei, "estranhisse". No entanto trata-se de um auspicioso gesto muito em voga nos países de "primeiro mundo". Li no blog de Denis Russo que, nos EUA, este hábito tem "forçado" as grandes marcar a construir pequenas indústrias próximas a regiões em que esta tendência é evidente. Tudo isso porque as marcas que tinham unidade fabril próximas a estes locais representavam 60% das vendas, segundo os dados apresentados no blog.
Ver uma empresa sendo construída por que pessoas prestam atenção a embalagens é incrível. Isto expressa o poder que temos de promover mudanças. Ao invés de ficarmos questionando políticos por não incentivarem a construção de indústrias ou a geração de empregos na nossa região, podemos adquirir alguns hábitos, até então, estranhos e fazer algo que esteja ao nosso alcance e que realmente tenha efeito.
quinta-feira, 20 de agosto de 2009
Série POLÍTICA: Paradoxo partidário I
A partir de agora já posso dar minhas opiniões políticas.
No último post da série, comentei sobre a influência dos regimes e das teorias organizacionais nos partidos políticos. Então, vamos direto ao assunto.
Todos sabem (infelizmente, pois somos bombardeados em relação a este assunto pela grande mídia) que nos EUA há dois partidos majoritários (diferentemente do que muitos pensam, não são os únicos): Republicano e Democrata. O primeiro preocupa-se em defender a reputação do país no exterior e o segundo em defender o país internamente. Isso explica por que o governo Bush preocupava-se com a Guerra do Iraque, enquanto seu país afundava em uma crise. Quando os americanos percebem que os assuntos internos precisam de atenção, elegem um político democrata (como ocorreu nas últimas eleições). Mas e no Brasil? Você saberia quais os dois regimes e/ou teorias prevalecem?
Mais infelizmente ainda, poucos sabem disso. Bom, na função que assumi, tentarei esclarecer. Por aqui, a exemplo dos EUA, embora existam outras linhas de governo, apenas dois são majoritários: os partidos socialistas (pT, pTb, pSb, ppS, pcO...) e os partidos democráticos (pmDb, pDt, psDb, DEM...). Quando os democráticos estão no poder, as políticas visam a nação como um todo. No governo FHC eram comuns os planos de privatizações, a implantação de impostos que atingiam toda a população, políticas externas mais agressivas e, principalmente, a estabilização econômica. Agora, com o Lula no poder, dentro da linha social, o foco é o Bolsa Família, o Fome Zero, o Energia para Todos, o PAC da Rocinha, o fortalecimento das empresas estatais e a redução de imposto em produtos populares.
Tudo é muito simples e claro, embora a realidade mais próxima de nós seja a mais distante da nossa visão (nossa! poético isto!)
O paradoxo que citei no título está nas pessoas não perceberem ou não se interessarem por isso. Está em um favelado votar em um político democrata ou um empresário votar em um socialista.
___________________
Posts anteriores da Série:
http://taosofia.blogspot.com/2009/07/serie-politica_30.html
http://taosofia.blogspot.com/2009/07/serie-politica-definicoes-basicas-i.html
http://taosofia.blogspot.com/2009/08/serie-politica-conceitos-basicos-ii.html
http://taosofia.blogspot.com/2009/08/serie-politica-definicoes-basicas-iii.html
No último post da série, comentei sobre a influência dos regimes e das teorias organizacionais nos partidos políticos. Então, vamos direto ao assunto.
Todos sabem (infelizmente, pois somos bombardeados em relação a este assunto pela grande mídia) que nos EUA há dois partidos majoritários (diferentemente do que muitos pensam, não são os únicos): Republicano e Democrata. O primeiro preocupa-se em defender a reputação do país no exterior e o segundo em defender o país internamente. Isso explica por que o governo Bush preocupava-se com a Guerra do Iraque, enquanto seu país afundava em uma crise. Quando os americanos percebem que os assuntos internos precisam de atenção, elegem um político democrata (como ocorreu nas últimas eleições). Mas e no Brasil? Você saberia quais os dois regimes e/ou teorias prevalecem?
Mais infelizmente ainda, poucos sabem disso. Bom, na função que assumi, tentarei esclarecer. Por aqui, a exemplo dos EUA, embora existam outras linhas de governo, apenas dois são majoritários: os partidos socialistas (pT, pTb, pSb, ppS, pcO...) e os partidos democráticos (pmDb, pDt, psDb, DEM...). Quando os democráticos estão no poder, as políticas visam a nação como um todo. No governo FHC eram comuns os planos de privatizações, a implantação de impostos que atingiam toda a população, políticas externas mais agressivas e, principalmente, a estabilização econômica. Agora, com o Lula no poder, dentro da linha social, o foco é o Bolsa Família, o Fome Zero, o Energia para Todos, o PAC da Rocinha, o fortalecimento das empresas estatais e a redução de imposto em produtos populares.
Tudo é muito simples e claro, embora a realidade mais próxima de nós seja a mais distante da nossa visão (nossa! poético isto!)
O paradoxo que citei no título está nas pessoas não perceberem ou não se interessarem por isso. Está em um favelado votar em um político democrata ou um empresário votar em um socialista.
___________________
Posts anteriores da Série:
http://taosofia.blogspot.com/2009/07/serie-politica_30.html
http://taosofia.blogspot.com/2009/07/serie-politica-definicoes-basicas-i.html
http://taosofia.blogspot.com/2009/08/serie-politica-conceitos-basicos-ii.html
http://taosofia.blogspot.com/2009/08/serie-politica-definicoes-basicas-iii.html
quarta-feira, 19 de agosto de 2009
O que penso dos fiéis doadores...
Ouço muitos criticarem a IURD e os fieis que fazem suas doações. Poucos, porém, conhecem algum destes crentes. Como conheço, posso falar. São poucas (para não dizer nenhuma) as pessoas que doam esperando algo em troca. Na sua, esmagadora, maioria, as doações são feitas como uma retribuição. Ou seja, eles vão até a igreja em busca de algo e doam seu dinheiro em forma de agradecimento.
Pense em uma família com 4 filhos, cuja a única fonte de renda é o salário do pai que não passa de R$400,00 por mês. Você acha que estas pessoas se vestem bem? Acredita que elas frequentam bons ambientes? Já pararam para imaginar como esta gente é tratada diariamente?
Nossa sociedade é ridiculamente consumista e julga as pessoas pelo seu poder de consumo. Se uma destas pessoas humildes, com seus trajes e seu curto vocabulário, entrar em um restaurante nobre para pedir informação, estarão sujeitos a serem destratados e/ou humilhados. Se entrarem em uma loja, serão vistos como pedintes e, por este motivo, muitos acabam nem frenquentando os shoppings ou alguns locais públicos, como forma de proteger sua dignidade. O líder desta família, para ganhar seus dignos R$400,00, é destratado por seu chefe, que, por sua vez, também deve ser um desgraçado que ganha pouco mais do que isto.
Em resumo, este exemplo de pessoas que citei são diariamente agredidas, insultadas, humilhadas e ridicularizadas por nós; a sociedade consumista e mesquinha. Como suas dificuldades são expostas como defeitos, não lhes resta forçam para acreditar em um futuro mais digno.
Já entraram em uma das Igrejas do Sr. Bispo Edir? Entrem (já fiz isto) e perceberão que os bancos são estofados, há ar condicionado e os convidados são recepcionados por pessoas educadas e trajadas de terno e de gravada que recebem a todos com bolo e café.
Quando aquele mesmo pai de família e sua prole adentram à "Igreja das Indulgências", o tratamento, a cordialidade e o conforto lhes chocam. Ao atravessar a porta, eles deixam para trás um mundo de indiferença e de descaso para entrar em uma realidade, na qual as pessoas bem vestidas, que no antigo mundo lhe humilhavam, agora as recebem com educação e lhes servem com satisfação. Há um pastor que, ao invés de insultá-las, diz: “eu acredito em você e na sua garra, lute irmão e você será uma pessoa superior”, agindo como um psicólogo comunitário. A igreja, portanto é a fonte de dignidade para muitas pessoas segregadas pela sociedade e legitimadas a marginalidade pelo Estado.
O pai de família agora regressa motivado e disposto a conseguir um emprego melhor, a lutar por uma vida mais humana e a por fim nas humilhações. Agora, emana deste uma força que antes não estava lá. É natural que ele progrida na vida, consiga um emprego melhor e, depois de batalhar bastante, sua remuneração atinja algo acima de R$1.000. Na visão dele, isto só foi possível devido ao apoio que ele recebeu da igreja. Mesmo que doe 30% do seu salário, continuará ganhado mais do que antes de procurar a igreja (quase o dobro, por sinal).
Você já parou para calcular quanto as pessoas gastam em palestras motivacionais? Já se perguntou então, quanto se é gasto com psicólogos? Quantas pessoas procuram agências de emprego que, após conseguir a vaga, EXIGEM parte do seu salário? Aliás, quanto vale a sua dignidade e a da sua família? E qual o valor de virtudes como esperança, fé e motivação?
Antes de julgar as pessoas, coloque-se no lugar delas e talvez tudo faça um pouco mais de sentido.
Pense em uma família com 4 filhos, cuja a única fonte de renda é o salário do pai que não passa de R$400,00 por mês. Você acha que estas pessoas se vestem bem? Acredita que elas frequentam bons ambientes? Já pararam para imaginar como esta gente é tratada diariamente?
Nossa sociedade é ridiculamente consumista e julga as pessoas pelo seu poder de consumo. Se uma destas pessoas humildes, com seus trajes e seu curto vocabulário, entrar em um restaurante nobre para pedir informação, estarão sujeitos a serem destratados e/ou humilhados. Se entrarem em uma loja, serão vistos como pedintes e, por este motivo, muitos acabam nem frenquentando os shoppings ou alguns locais públicos, como forma de proteger sua dignidade. O líder desta família, para ganhar seus dignos R$400,00, é destratado por seu chefe, que, por sua vez, também deve ser um desgraçado que ganha pouco mais do que isto.
Em resumo, este exemplo de pessoas que citei são diariamente agredidas, insultadas, humilhadas e ridicularizadas por nós; a sociedade consumista e mesquinha. Como suas dificuldades são expostas como defeitos, não lhes resta forçam para acreditar em um futuro mais digno.
Já entraram em uma das Igrejas do Sr. Bispo Edir? Entrem (já fiz isto) e perceberão que os bancos são estofados, há ar condicionado e os convidados são recepcionados por pessoas educadas e trajadas de terno e de gravada que recebem a todos com bolo e café.
Quando aquele mesmo pai de família e sua prole adentram à "Igreja das Indulgências", o tratamento, a cordialidade e o conforto lhes chocam. Ao atravessar a porta, eles deixam para trás um mundo de indiferença e de descaso para entrar em uma realidade, na qual as pessoas bem vestidas, que no antigo mundo lhe humilhavam, agora as recebem com educação e lhes servem com satisfação. Há um pastor que, ao invés de insultá-las, diz: “eu acredito em você e na sua garra, lute irmão e você será uma pessoa superior”, agindo como um psicólogo comunitário. A igreja, portanto é a fonte de dignidade para muitas pessoas segregadas pela sociedade e legitimadas a marginalidade pelo Estado.
O pai de família agora regressa motivado e disposto a conseguir um emprego melhor, a lutar por uma vida mais humana e a por fim nas humilhações. Agora, emana deste uma força que antes não estava lá. É natural que ele progrida na vida, consiga um emprego melhor e, depois de batalhar bastante, sua remuneração atinja algo acima de R$1.000. Na visão dele, isto só foi possível devido ao apoio que ele recebeu da igreja. Mesmo que doe 30% do seu salário, continuará ganhado mais do que antes de procurar a igreja (quase o dobro, por sinal).
Você já parou para calcular quanto as pessoas gastam em palestras motivacionais? Já se perguntou então, quanto se é gasto com psicólogos? Quantas pessoas procuram agências de emprego que, após conseguir a vaga, EXIGEM parte do seu salário? Aliás, quanto vale a sua dignidade e a da sua família? E qual o valor de virtudes como esperança, fé e motivação?
Antes de julgar as pessoas, coloque-se no lugar delas e talvez tudo faça um pouco mais de sentido.
terça-feira, 18 de agosto de 2009
LCK
De Vinícius de Morais
De tudo, meu amor serei atento
Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto
Que mesmo em face do maior encanto
Dele se encante mais meu pensamento.
Quero vivê-lo em cada vão momento
E em seu louvor hei de espalhar meu canto
E rir meu riso e derramar meu pranto
Ao seu pesar ou seu contentamento.
E assim, quando mais tarde me procure
Quem sabe a morte, angústia de quem vive
Quem sabe a solidão, fim de quem ama
Eu possa me dizer do amor ( que tive ) :
Que não seja imortal, posto que é chama
Mas que seja infinito enquanto dure.
(dedicado a alguém especial, pelos litros de lágrimas de 2002 à 2008)
De tudo, meu amor serei atento
Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto
Que mesmo em face do maior encanto
Dele se encante mais meu pensamento.
Quero vivê-lo em cada vão momento
E em seu louvor hei de espalhar meu canto
E rir meu riso e derramar meu pranto
Ao seu pesar ou seu contentamento.
E assim, quando mais tarde me procure
Quem sabe a morte, angústia de quem vive
Quem sabe a solidão, fim de quem ama
Eu possa me dizer do amor ( que tive ) :
Que não seja imortal, posto que é chama
Mas que seja infinito enquanto dure.
(dedicado a alguém especial, pelos litros de lágrimas de 2002 à 2008)
segunda-feira, 17 de agosto de 2009
Edir Macedo X Globo
Voltando da aula, ouvi dois senhores conversando. Diziam eles:
- A Globo é foda mesmo né! Os caras agora estão atacando a Igreja do Reino de Deus;
- Pois é cara, eu tô acompanhado isso. Alguém tem de denunciar este abuso da fé;
- Este pastor da Universal é um salafrário mesmo. Usa a fé das pessoas para ficar rico.
Em partes, o diálogo dos tiozinhos não está errado. Em partes!
Sobre a "bondade da Globo"
A Globo não é santa. Ela não está fazendo caridade ou pensando no bem estar dos brasileiros (se fizessem isto, tirariam os BBBs e os No Limites do ar). Seu objetivo ao atingir o bispo da Universal é de, diretamente, atingir a Record (emissora de Edir Macedo). A Record, embora poucos saibam, comprou, com exclusividade, os direitos de transmissão das Olimpíadas de 2012. Na cerimônia de encerramento dos jogos olímpicos de Pequim, Galvão Bueno não pode convidar os telespectadores para estar junto com a Globo nos próximos jogos, como de costume. Ao invés disso, o narrador encerrou a transmissão dizendo: "agradeço aos nossos patrocinadores, pois são a nossa única fonte de recursos".
A Record entrou na negociação para os direitos de transmissão exclusivos da Copa de 2014, no Brasil. Ai a coisa esquentou. Além do Galvão querer encerrar sua carreira neste evento (por menor na história), a Globo sempre transmitiu a Copa. Nunca perderia, pois, entre as emissoras de brasileiras, é que possui os melhores contratos de patrocinadores e, com isso, ninguém teria condições de competir com ela. No entanto, como já sabemos, os recursos da Record vão além dos patrocinadores e é isso que a Globo quer derrubar.
Sobre a "exploração" da fé.
A Igreja Universal do Reino de Deus (IURD) não explora a fé das pessoas, mas sim a sua burrice. Alguém entregar uma casa e um carro para que Deus lhe dê um casamento ou mais saúde, não pode ser confundido com alguém que tem fé e sim ser comparado com um imbecil. Isto mesmo! Eles exploram a imbecilidade alheia. Para mim, isto não é crime. Quero deixar claro que não considero imbecil qualquer pessoa que doe dinheiro (seja para igrejas, seja para parentes, ou seja para caridade), mas sim àquelas que doam além do que pode ou as que objetivam receber algo em troca.
Amanhã escrevo o que penso sobre a IURD e seus fiéis (as aulas começaram e o tempo para blogar está curto).
quinta-feira, 13 de agosto de 2009
Série POLÍTICA: Definições Básicas III
Agora o assunto começará a ficar interessante. Vamos as últimas definições básicas:
- Regime Político;
- Teoria das organizações econômicas.
(o interessante é descobrir que nossos partidos políticos nasceram a partir da ideologia dos regimes ou destas teorias. Seriamos menos descontentes com a política se não fossemos tão alheios a isto, mas este será o assunto do próximo post da série).
Regime Político
1 - Democrático
Os regimes políticos democráticos se caracterizam por eleições livres, liberdade de imprensa, respeito aos direitos civis constitucionais, garantias para a oposição e liberdade de organização e expressão do pensamento político.
2 - Autoritário
Os regimes políticos autoritários operam através da suspensão das garantias individuais e das garantias políticas. Nestes regimes, as normas constitucionais são manipuladas ou reeditadas conforme os interesses do grupo ou partido que detêm o poder. Este é o exemplo das ditaduras.
3 - Totalitário
Muito semelhante ao modelo autoritário, porém no totalitarismo o poder é concentrado na figura de um líder supremo. Exemplos: Alemanha de Hitler, União Soviética de Stalin, Venezuela de Chaves.
Teoria das organizações econômicas
Não irei explicar as origens e a história de cada teoria. Apenas irei sintetizar como cada uma se aplica atualmente (do ponto de vista acadêmico, resumirei de uma maneira bem grosseira). Também não citarei todas, mas apenas aquelas que mais interessam para falarmos de política.
Linha Republicana
O foco aqui é a República, no caso, o poder do país. É uma linha quase competitiva, pois a prioridade de governo é transformar a nação em uma potência respeitada pelos demais países. Quando mais forte o país for na visão global, mais os ideais republicanos estão sendo atingidos. Sua prática é difundida em países como França e EUA.
Linha Democrática
Defende que o crescimento de um país precisa ser igualitário entre as suas clases. Se o pobre ganha, o rico deve ganhar na mesma proporção. Utiliza o capitalismo (outra teoria) como base. Em governos democráticos, é comum vermos privatizações, grandes empresas recebendo subsídios, bancos sendo resgatados e outras ações do gênero. Na sua visão, quando o grande ganha, os pequenos também ganham (uma grande empresa sustenta diversas pequenas empresas). Boa parte dos partidos políticos brasileiros são democráticos.
Linha Socialista
O trabalhador e o povo devem ser beneficiados. Nesta teoria, os grandes não podem ganhar na mesma proporção dos pequenos, pois isto seria injusto. Os socialistas defendem a propriedade coletiva dos meios de produção, ou seja, a visão aqui é do coletivo, mas estagnando aqueles que têm muito e investindo naqueles que têm pouco, e ai tentando encontrar um equilíbrio. Para Karl Marx, esta seria a transição do Capitalismo para o Comunismo. Quando um governo socialista está no poder, é comum ouvirmos falar em estatização, re-negociação de acordos internacionais (Evo, na Bolívia e Lugo, no Paraguai) e fortalecimento das empresas públicas (Lula, no Brasil, ao investir na Petrobrás).
Linha Comunista
A diferença desta para o socialismo é que no comunismo a propriedade deixa de ser privada e passa a ser do Estado. Desta forma, o governo decide como distribuir as riquezas e as terras.
http://taosofia.blogspot.com/2009/07/serie-politica-definicoes-basicas-i.html http://taosofia.blogspot.com/2009/08/serie-politica-conceitos-basicos-ii.html
- Regime Político;
- Teoria das organizações econômicas.
(o interessante é descobrir que nossos partidos políticos nasceram a partir da ideologia dos regimes ou destas teorias. Seriamos menos descontentes com a política se não fossemos tão alheios a isto, mas este será o assunto do próximo post da série).
Regime Político
1 - Democrático
Os regimes políticos democráticos se caracterizam por eleições livres, liberdade de imprensa, respeito aos direitos civis constitucionais, garantias para a oposição e liberdade de organização e expressão do pensamento político.
2 - Autoritário
Os regimes políticos autoritários operam através da suspensão das garantias individuais e das garantias políticas. Nestes regimes, as normas constitucionais são manipuladas ou reeditadas conforme os interesses do grupo ou partido que detêm o poder. Este é o exemplo das ditaduras.
3 - Totalitário
Muito semelhante ao modelo autoritário, porém no totalitarismo o poder é concentrado na figura de um líder supremo. Exemplos: Alemanha de Hitler, União Soviética de Stalin, Venezuela de Chaves.
Teoria das organizações econômicas
Não irei explicar as origens e a história de cada teoria. Apenas irei sintetizar como cada uma se aplica atualmente (do ponto de vista acadêmico, resumirei de uma maneira bem grosseira). Também não citarei todas, mas apenas aquelas que mais interessam para falarmos de política.
Linha Republicana
O foco aqui é a República, no caso, o poder do país. É uma linha quase competitiva, pois a prioridade de governo é transformar a nação em uma potência respeitada pelos demais países. Quando mais forte o país for na visão global, mais os ideais republicanos estão sendo atingidos. Sua prática é difundida em países como França e EUA.
Linha Democrática
Defende que o crescimento de um país precisa ser igualitário entre as suas clases. Se o pobre ganha, o rico deve ganhar na mesma proporção. Utiliza o capitalismo (outra teoria) como base. Em governos democráticos, é comum vermos privatizações, grandes empresas recebendo subsídios, bancos sendo resgatados e outras ações do gênero. Na sua visão, quando o grande ganha, os pequenos também ganham (uma grande empresa sustenta diversas pequenas empresas). Boa parte dos partidos políticos brasileiros são democráticos.
Linha Socialista
O trabalhador e o povo devem ser beneficiados. Nesta teoria, os grandes não podem ganhar na mesma proporção dos pequenos, pois isto seria injusto. Os socialistas defendem a propriedade coletiva dos meios de produção, ou seja, a visão aqui é do coletivo, mas estagnando aqueles que têm muito e investindo naqueles que têm pouco, e ai tentando encontrar um equilíbrio. Para Karl Marx, esta seria a transição do Capitalismo para o Comunismo. Quando um governo socialista está no poder, é comum ouvirmos falar em estatização, re-negociação de acordos internacionais (Evo, na Bolívia e Lugo, no Paraguai) e fortalecimento das empresas públicas (Lula, no Brasil, ao investir na Petrobrás).
Linha Comunista
A diferença desta para o socialismo é que no comunismo a propriedade deixa de ser privada e passa a ser do Estado. Desta forma, o governo decide como distribuir as riquezas e as terras.
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quarta-feira, 12 de agosto de 2009
Leiam, pois o texto é "Gigante"!
Por Airton Luiz Mendonça
(Artigo do jornal o Estado de São Paulo )
(Artigo do jornal o Estado de São Paulo )
O cérebro humano mede o tempo por meio da observação dos movimentos. Se alguém colocar você dentro de uma sala branca vazia, sem nenhuma mobília, sem portas ou janelas, sem relógio; você começará a perder a noção do tempo. Por alguns dias, sua mente detectará a passagem do tempo sentindo as reações internas do seu corpo, incluindo os batimentos cardíacos, ciclos de sono, fome, sede e pressão sanguínea. Isso acontece porque nossa noção de passagem do tempo deriva do movimento dos objetos, pessoas, sinais naturais e da repetição de eventos cíclicos, como o nascer e o pôr do sol.
Compreendido este ponto, há outra coisa que você tem que considerar: nosso cérebro é extremamente otimizado. Ele evita fazer duas vezes o mesmo trabalho. Um adulto médio tem entre 40 e 60 mil pensamentos por dia. Qualquer um de nós ficaria louco se o cérebro tivesse que processar conscientemente tal quantidade. Por isso, a maior parte destes pensamentos é automatizada e não aparece no índice de eventos do dia e, portanto, quando você vive uma experiência pela primeira vez, ele dedica muitos recursos para compreender o que está acontecendo. É quando você se sente mais vivo. Conforme a mesma experiência vai se repetindo, ele vai simplesmente colocando suas reações no modo automático e “apagando” as experiências duplicadas.
Se você entendeu estes dois pontos, já vai compreender porque parece que o tempo acelera, quando ficamos mais velhos e porque os Natais chegam cada vez mais rapidamente. Quando começamos a dirigir automóveis, tudo parece muito complicado, nossa atenção parece ser requisitada ao máximo. Então, um dia dirigimos trocando de marcha, olhando os semáforos, lendo os sinais ou até falando ao celular ao mesmo tempo. Como acontece? Simples: o cérebro já sabe o que está escrito nas placas (você não lê com os olhos, mas com a imagem anterior, na mente); O cérebro já sabe qual marcha trocar (ele simplesmente pega suas experiências passadas e usa, no lugar de repetir realmente a experiência). Em outras palavras, você não vivenciou aquela experiência, pelo menos para a mente. Aqueles críticos segundos de troca de marcha, leitura de placa... São apagados de sua noção de passagem do tempo... Quando você começa a repetir algo exatamente igual, a mente apaga a experiência repetida. Conforme envelhecemos, as coisas começam a se repetir: as mesmas ruas, pessoas, problemas, desafios, programas de televisão, reclamações; enfim, as experiências novas (aquelas que fazem a mente parar e pensar de verdade, fazendo com que seu dia pareça ter sido longo e cheio de novidades), vão diminuindo. Até que tanta coisa se repete que fica difícil dizer o que tivemos de novidade na semana, no ano ou, para algumas pessoas, na década. Em outras palavras, o que faz o tempo parecer que acelera é a ROTINA!
Não me entenda mal. A rotina é essencial para a vida e otimiza muita coisa, mas a maioria das pessoas ama tanto a rotina que, ao longo da vida, seu diário acaba sendo um livro de um só capítulo, repetido todos os anos. Felizmente há um antídoto para a aceleração do tempo: M & M (Mude e Marque). Mude, fazendo algo diferente e marque, fazendo um ritual, uma festa ou registros com fotos. Mude de paisagem, tire férias com a família (sugiro que você tire férias sempre e, preferencialmente, para um lugar quente, um ano, e frio no seguinte) e marque com fotos, cartões postais e cartas. Tenha filhos (eles destroem a rotina) e sempre faça festas de aniversário para eles, e para você (marcando o evento e diferenciando o dia). Use e abuse dos rituais para tornar momentos especiais diferentes de momentos usuais. Faça festas de noivado, casamento, 15 anos, bodas disso ou daquilo, bota-foras, participe do aniversário de formatura de sua turma, visite parentes distantes, entre na universidade com 60 anos, troque a cor do cabelo, deixe a barba, tire a barba, compre enfeites diferentes no Natal, vá a shows, cozinhe uma receita nova, tirada de um livro novo. Escolha roupas diferentes, não pinte a casa da mesma cor, faça diferente. Beije diferente sua paixão e viva com ela momentos diferentes. Vá a mercados diferentes, leia livros diferentes, busque experiências diferentes. Seja diferente.
Se você tiver dinheiro, especialmente se já estiver aposentado, vá com seu marido, esposa ou amigos para outras cidades ou países, veja outras culturas, visite museus estranhos, deguste pratos esquisitos, em outras palavras, VIVA! Porque se você viver intensamente as diferenças, o tempo vai parecer mais longo. E se tiver a sorte de estar casado(a) com alguém disposto(a) a viver e buscar coisas diferentes, seu livro será muito mais longo, muito mais interessante e muito mais vivo do que a maioria dos livros da vida que existem por aí. Cerque-se de amigos. Amigos com gostos diferentes, vindos de lugares diferentes, com religiões diferentes e que gostam de comidas diferentes. Enfim, acho que você já entendeu o recado, não é?
Boa sorte em suas experiências para expandir seu tempo, com qualidade, emoção, rituais e vida.
terça-feira, 11 de agosto de 2009
Batida de Banana: dinheiro não traz satisfação.
Acabei de chegar da academia. Faminto, pensei: "o que comer que não seja muito pesado para quem precisa dormir daqui a alguns minutos?". Abri a geladeira, debrucei-me sobre sua porta e parei-me a observar seu interior. Dali, peguei o leite. No cesto de frutas, lá estavam elas, as bananas. Acrescentei um gelinho, meu barulhento liquidificador e pronto: batida de banana! Olhava para o jarro e pensava o quanto eu era um felizardo por ter aquilo. Mas como ter tanta satisfação com algo tão simples?
Fui criado em uma família de quatro irmãos, uma mãe auxiliar de enfermagem e um pai auxiliar de pedreiro. A formação acadêmica deles só era menor que seus saldos bancários. Mesmo assim, não lhes faltou destreza para criar a prole. Fomos ensinados a respeitar e a conhecer o valor de tudo e sabíamos bem que nada era de graça.
Meus pais criaram mecanismos interessantes de controlar o ímpeto de suas crianças. Havia o grande e esperado momento do dia. Eu e meus irmãos, enquanto minha mãe se movimentava na cozinha, ficávamos feitos gatos rodeando o dono quando ouvem o barulho da tigela. Adivinhe o que ela ia fazer? Sim, batida de banana! Prático, rápido, saboroso e, acima de tudo, barato! Era um copo para cada filho e, às vezes, até sobrava um pouco para mais um gole. Nós adorávamos aquele momento do dia.
Aprendi com meus velhos muito mais do que gostar de batida de banana ou saber que tudo custa dinheiro. Eles ensinaram-me que dinheiro não compra satisfação. Já vi pais gastarem uma boa grana no Mcdonalds e não conseguir cultivar nos seus filhos o que meus pais conseguiam com um copo de batida.
Fui criado em uma família de quatro irmãos, uma mãe auxiliar de enfermagem e um pai auxiliar de pedreiro. A formação acadêmica deles só era menor que seus saldos bancários. Mesmo assim, não lhes faltou destreza para criar a prole. Fomos ensinados a respeitar e a conhecer o valor de tudo e sabíamos bem que nada era de graça.
Meus pais criaram mecanismos interessantes de controlar o ímpeto de suas crianças. Havia o grande e esperado momento do dia. Eu e meus irmãos, enquanto minha mãe se movimentava na cozinha, ficávamos feitos gatos rodeando o dono quando ouvem o barulho da tigela. Adivinhe o que ela ia fazer? Sim, batida de banana! Prático, rápido, saboroso e, acima de tudo, barato! Era um copo para cada filho e, às vezes, até sobrava um pouco para mais um gole. Nós adorávamos aquele momento do dia.
Aprendi com meus velhos muito mais do que gostar de batida de banana ou saber que tudo custa dinheiro. Eles ensinaram-me que dinheiro não compra satisfação. Já vi pais gastarem uma boa grana no Mcdonalds e não conseguir cultivar nos seus filhos o que meus pais conseguiam com um copo de batida.
segunda-feira, 10 de agosto de 2009
Das Leben der Anderen
Comentei uma vez que o cinema alemão é excelente, porém atrevo-me a afirmar que é o melhor cinema da atualidade. Das Leben der Anderen (literalmente A vida dos Outros, em português) explora bem o que sintetizo como um excelente cinema: utilizar um bom tema (é o primeiro filme que assisto sobre censura e espionagem de artistas), somar bons atores com uma excelente trama e apresentar proximidade com a realidade. Não vou falar mais nada do filme. Deixarei que as suas curiosidades lhes conduzam a uma locadora.
Por falar na junção de cinema e realismo, cada vez mais me afasto dos filmes comerciais americanos. No dia dos pais, meu irmão tentava nos mostrar (para eu, minhas irmãs e meu pai) o quanto ele havia considerado incrível o último filme do Nicolas Cage (Presságio), exibindo para nós algumas cenas. Após ver um avião cair em uma rodovia e as pessoas descerem deste em chamas, questionei meu irmão como o Mr. Cage sabia que o avião cairia ali. Então, ele voltou em outra cena, em que uma escola americana cria uma cápsula do tempo para os alunos depositarem ali sua visão do futuro e, sua sogra, ainda jovem, insere na no reservatório as coordenadas de acidentes com o número de mortos. Ele descobre isso e o filme gira em torno dele tentar evitar as catástrofes. MEU DEUS!!!
Depois ouço as pessoas reclamando que lhes falta tempo. Credo!!!!!
Voltando, seguem outras dicas de bons filmes (os quais assisti por último)...
- Vozvrashcheniye (O Retorno) Russo Demonstra a realidade dos adultos na visão das crianças
- Lakposhtha Hâm Parvaz Mikonand (Tartarugas Podem Voar) Iraquiano Conta a história das crianças que viviam em uma das primeiras regiões atacadas pelos americanos na estúpida guerra de 2003.
sábado, 8 de agosto de 2009
Cotas nas Universidades
Sim, vamos tocar na ferida!
O ministro do STF, Gilmar Mendes, sempre posicionou-se contra as cotas raciais nas universidades, porém, no último dia 31, ele negou uma liminar que requeria a eliminação desta na UnB. A alegação do presidente do STF foi que a liminar solicitava reparação de uma injustiça através do cancelamento das cotas e, segundo a visão correta do jurista, isto não repararia a injustiça. Em seu texto, voz apresento a seguinte passagem (no mínimo interessante):
(…) é preciso enfatizar que, enquanto em muitos países o preconceito sempre foi uma questão étnica, no Brasil o problema vem associado a outros vários fatores, dentre os quais sobressai a posição ou o status cultural, social e econômico do indivíduo. Como já escrevia nos idos da década de 40 do século passado Caio Prado Júnior, célebre historiador brasileiro, “a classificação étnica do indivíduo se faz no Brasil muito mais pela sua posição social; e a raça, pelo menos nas classes superiores, é mais função daquela posição que dos caracteres somáticos.
Assim, somos levados a acreditar que a exclusão no acesso às universidades públicas é determinada pela condição financeira. Nesse ponto, parece não haver distinção entre “brancos” e “negros”, mas entre ricos e pobres. Como apontam alguns estudos, os pobres no Brasil têm todas as “cores” de pele. Dessa forma, não podemos deixar de nos perguntar quais serão as conseqüências das políticas de cotas raciais para a diminuição do preconceito. Será justo, aqui, tratar de forma desigual pessoas que se encontram em situações iguais, apenas em razão de suas características fenotípicas? E que medidas ajudarão na inclusão daqueles que não se autoclassificam como “negros”?
Ano passado, ao me inscrevi para o vestibular, marquei a opção de "Egresso de Escola Pública", ou seja, assim teria direito as vagas destinas a estes alunos, fazendo uso do que chamam de "cotas sociais". No entanto obtive score para classificação sem necessidade deste recurso, pois, se não houvesse cotas, minha posição seria a 120 (em um total de 160 vagas disponíveis). Com o advento das cotas, minha posição final foi 98 (se não estiver enganado). Portanto nada altera meu mérito, uma vez que não dependi da ajuda. Mesmo assim, se algum colega meu me olhasse e dissesse "cara, você só chegou aqui porque sempre foi pobre e estudou em colégio público", eu responderia "e você porque fez os melhores cursinhos e é rico". Qual a diferença de mérito? A conquista dele seria mais honrosa que a minha mesmo que tenhamos disputado em condições desiguais? Acho que não. Comparo este caso com uma corrida de automóveis entre um pobre e um rico. Com o seu carrinho velho e de motor fraco, o pobre deveria ter o direito de arrancar 10 segundos antes. Resultado destas cotas: repara a desigualdade social.
Mas e se um colega olhar para o outro e falar "Você só entrou aqui porque é negro". Qual será a resposta do colega negro? "e você porque é branco"??? O Júnior aqui poderia lhe responder: "Olha amigo negro, -e não me entenda mau por utilizar esta forma de tratamento, pois você a utilizou também em sua auto-declaração para poder estar aqui-, estou aqui porque, apesar do trabalho, estudei em todo o tempo de folga que tive nos últimos dois anos. Excluí-me de amigos e de lazer para estar aqui, pois meus pais não tinham condições financeiras quando eu era mais jovem e precisei começar a trabalhar com 14 anos de idade, o que me impossibilitava de fazer o terceiro ano pela manhã e estudar em um cursinho à tarde. Embora não tenha precisado, pois tirei uma excelente média" Não obstante eu faria uma só pergunta ao colega: "E você, por que não fez o mesmo?"
No semestre passado vi uma cena chocante. Eu estava no bar do Antônio, no Campus Centro, e observei uma mesa com quatro alunos de cor negra e, no outro canto do bar, outros quatro de cor branca. Até então, havia considerado a cena apenas curiosa, no entanto, quando me sentei próximo a mesa dos brancos (apenas porque estava ao lado de onde peguei meu café), os ouvi falando sobre as cotas e olhando para a outra mesa. No momento em que saí do bar, ao passar pela mesa com os colegas negros, por sua vez os ouvi falando sobre racismo. Logo pensei: "Regredimos!!!". Levamos anos de evolução para entender que somos iguais e que este papo de raça é uma bobagem segregadora, mas estamos retomando isto. Quem já presenciou uma matrícula da "Era Cotas" sabe do que estou falando. Como as matrículas na UFRGS são feitas por colocação no vestibular, os últimos colocados serão os últimos a serem escritos. No caso de um curso com 160 vagas, por exemplo, se não tiver ali 15% de alunos do ensino público, os últimos da fila dão lugar a estudantes neste perfil para completar a cota (como a escola Tiradentes e colégio Militar são considerados públicos e existem vários outros Júnior, isto quase não chega a acontecer), mas ocorre muito no caso das cotas por raça. De mesmo modo, se não tiver 15% de negros entre os 160, os últimos darão lugar até completar a cota. Resultado: como as filas de matrícula são formadas de 10 em 10 alunos, a última fila é formada, exclusivamente, por negros. Resultado destas cotas: segregação racial.
Que contribuição este sistema tem para o fim do racismo, ou estaria ele fazendo manutenção deste? Os negros que aceitam participar dele, não estariam abrindo mão das conquistas de igualdade de seus antecessores por uma vantagem? Quantos estão utilizando a cota racista e tiveram condições melhores que as minhas na infância?
Tenho diversos amigos negros, adoro todos eles e sou um defensor do fim do sistema de cotas por raça, pois detesto racismo. Espero que este mal seja reparado a tempo de evitar situações de preconceito provocadas por imbecis, com na foto acima, que utilizam o tema como pano de fundo para expressar seu racismo.
O ministro do STF, Gilmar Mendes, sempre posicionou-se contra as cotas raciais nas universidades, porém, no último dia 31, ele negou uma liminar que requeria a eliminação desta na UnB. A alegação do presidente do STF foi que a liminar solicitava reparação de uma injustiça através do cancelamento das cotas e, segundo a visão correta do jurista, isto não repararia a injustiça. Em seu texto, voz apresento a seguinte passagem (no mínimo interessante):
(…) é preciso enfatizar que, enquanto em muitos países o preconceito sempre foi uma questão étnica, no Brasil o problema vem associado a outros vários fatores, dentre os quais sobressai a posição ou o status cultural, social e econômico do indivíduo. Como já escrevia nos idos da década de 40 do século passado Caio Prado Júnior, célebre historiador brasileiro, “a classificação étnica do indivíduo se faz no Brasil muito mais pela sua posição social; e a raça, pelo menos nas classes superiores, é mais função daquela posição que dos caracteres somáticos.
Assim, somos levados a acreditar que a exclusão no acesso às universidades públicas é determinada pela condição financeira. Nesse ponto, parece não haver distinção entre “brancos” e “negros”, mas entre ricos e pobres. Como apontam alguns estudos, os pobres no Brasil têm todas as “cores” de pele. Dessa forma, não podemos deixar de nos perguntar quais serão as conseqüências das políticas de cotas raciais para a diminuição do preconceito. Será justo, aqui, tratar de forma desigual pessoas que se encontram em situações iguais, apenas em razão de suas características fenotípicas? E que medidas ajudarão na inclusão daqueles que não se autoclassificam como “negros”?
Ano passado, ao me inscrevi para o vestibular, marquei a opção de "Egresso de Escola Pública", ou seja, assim teria direito as vagas destinas a estes alunos, fazendo uso do que chamam de "cotas sociais". No entanto obtive score para classificação sem necessidade deste recurso, pois, se não houvesse cotas, minha posição seria a 120 (em um total de 160 vagas disponíveis). Com o advento das cotas, minha posição final foi 98 (se não estiver enganado). Portanto nada altera meu mérito, uma vez que não dependi da ajuda. Mesmo assim, se algum colega meu me olhasse e dissesse "cara, você só chegou aqui porque sempre foi pobre e estudou em colégio público", eu responderia "e você porque fez os melhores cursinhos e é rico". Qual a diferença de mérito? A conquista dele seria mais honrosa que a minha mesmo que tenhamos disputado em condições desiguais? Acho que não. Comparo este caso com uma corrida de automóveis entre um pobre e um rico. Com o seu carrinho velho e de motor fraco, o pobre deveria ter o direito de arrancar 10 segundos antes. Resultado destas cotas: repara a desigualdade social.
Mas e se um colega olhar para o outro e falar "Você só entrou aqui porque é negro". Qual será a resposta do colega negro? "e você porque é branco"??? O Júnior aqui poderia lhe responder: "Olha amigo negro, -e não me entenda mau por utilizar esta forma de tratamento, pois você a utilizou também em sua auto-declaração para poder estar aqui-, estou aqui porque, apesar do trabalho, estudei em todo o tempo de folga que tive nos últimos dois anos. Excluí-me de amigos e de lazer para estar aqui, pois meus pais não tinham condições financeiras quando eu era mais jovem e precisei começar a trabalhar com 14 anos de idade, o que me impossibilitava de fazer o terceiro ano pela manhã e estudar em um cursinho à tarde. Embora não tenha precisado, pois tirei uma excelente média" Não obstante eu faria uma só pergunta ao colega: "E você, por que não fez o mesmo?"
No semestre passado vi uma cena chocante. Eu estava no bar do Antônio, no Campus Centro, e observei uma mesa com quatro alunos de cor negra e, no outro canto do bar, outros quatro de cor branca. Até então, havia considerado a cena apenas curiosa, no entanto, quando me sentei próximo a mesa dos brancos (apenas porque estava ao lado de onde peguei meu café), os ouvi falando sobre as cotas e olhando para a outra mesa. No momento em que saí do bar, ao passar pela mesa com os colegas negros, por sua vez os ouvi falando sobre racismo. Logo pensei: "Regredimos!!!". Levamos anos de evolução para entender que somos iguais e que este papo de raça é uma bobagem segregadora, mas estamos retomando isto. Quem já presenciou uma matrícula da "Era Cotas" sabe do que estou falando. Como as matrículas na UFRGS são feitas por colocação no vestibular, os últimos colocados serão os últimos a serem escritos. No caso de um curso com 160 vagas, por exemplo, se não tiver ali 15% de alunos do ensino público, os últimos da fila dão lugar a estudantes neste perfil para completar a cota (como a escola Tiradentes e colégio Militar são considerados públicos e existem vários outros Júnior, isto quase não chega a acontecer), mas ocorre muito no caso das cotas por raça. De mesmo modo, se não tiver 15% de negros entre os 160, os últimos darão lugar até completar a cota. Resultado: como as filas de matrícula são formadas de 10 em 10 alunos, a última fila é formada, exclusivamente, por negros. Resultado destas cotas: segregação racial.
Que contribuição este sistema tem para o fim do racismo, ou estaria ele fazendo manutenção deste? Os negros que aceitam participar dele, não estariam abrindo mão das conquistas de igualdade de seus antecessores por uma vantagem? Quantos estão utilizando a cota racista e tiveram condições melhores que as minhas na infância?
Tenho diversos amigos negros, adoro todos eles e sou um defensor do fim do sistema de cotas por raça, pois detesto racismo. Espero que este mal seja reparado a tempo de evitar situações de preconceito provocadas por imbecis, com na foto acima, que utilizam o tema como pano de fundo para expressar seu racismo.
quinta-feira, 6 de agosto de 2009
Série POLÍTICA: Definições Básicas II
Quero muito entrar nos assuntos polêmicos da política, mas para que tudo faça sentido, precisamos conceitualizar as coisas, distinguindo dois conceitos muito ambiguos:
1 – Forma de governo
É como o Estado irá se organizar para executar o seu poder. Exemplos:
Monarquia
República
Anarquia (ausência de uma forma de governo)
2 – Sistema de governo
Esta é a maneira de como o poder político será aplicado, diretamente ligada à Forma que ele irá governar. Exemplos:
Presidencialismo (apenas na república)
Parlametarismo (república e monarquia)
Absolutismo (apenas na monarquia)
Vejamos, portanto, as formas de governo e seus respectivos sistemas
Monarquia
É o governo constituído por um chefe de estado. Ela pode ser um:
- Império (Japão e seu líder é um Imperador)
- Principado (Mônaco e o seu líder é um Príncipe)
- Emirado (Kuwait e o seu líder é um Emir)
- Reino (Espanha e seu líder é o Rei)
- Sultanato (Omã e seu líder é um Sultão)
Os seguintes modelos constituem a Monarquia:
- Monarquia constitucional (ou Monarquia Parlamentarista)
Há um líder para o Estado, que apenas representa quase que simbolicamente a nação, e há um líder para o Governo, pois responde pelo país em tratados, acordos e afins; ou seja, que administra o país (chamem de “mandar”, quem preferir). Este é o caso do Japão, Espanha, Bélgica, Canadá, Reino Unido. Nestas monarquias, geralmente há um ministério e que governa o país, administrativamente, é o Primeiro-Ministro (ou Chanceler). Não há Senado (sortudos), mas apenas o Executivo (ministros) e o Parlamento (atuando como legislativo).
- Monarquia Absolutista
Aprendemos nas escolas que o absolutismo foi uma forma de governar extinta. Fala-se muito, inclusive, que a dinastia Bourbon foi a última absolutista. Claro que não. Absolutismo é o sistema em que há um líder absoluto sobre a nação e este é o caso do Qatar, da Arábia Saudita e do próprio Vaticano.
- Monarquia Religiosa
Infelizmente é a única Monarquia Religiosa do mundo é o Vaticano, cujo Papa é seu governante absoluto. Digo infelizmente, pois acredito que o Tibet deveria ser desanexado da China e utilizar o mesmo formato do Vaticano.
República
A República (do latim Res publica, "coisa pública") é forma de governo na qual o povo elege seu representante, que geralmente recebe o posto de Presidente. A república surgiu na Idade Média, com o objetivo de criar um sistema de contra ponto à Monarquia. Com ele, seus idealizadores buscavam sugerir um sistema mais voltado para as realizações do país e não conflitos dinásticos. Diminuiria também a concentração de riqueza da corte, pois os tributos arrecadados seriam convertidos ao povo em forma de beneces (esta parte tende a confundir um pouco os brasileiros, mas sigam a leitura, é normal). Esta forma de governar é dividida em dois modelos:
- República presidencialista (Brasil, EUA, África do Sul)
Os partidos políticos elegem seus candidatos e o povo o elege. O presidente é o chefe do governo e o chefe do estado. Cabe ao poder executivo decidir sobre as ações que influenciam diretamente o povo.
- República parlamentarista (Índia, Itália, China)
O parlamento nomea o presidente e o povo o elege. Neste formato, o Executivo não tem o poder de determinar, sem o aval do parlamento, qualquer política que afete o povo. Por exemplo, os investimentos em infra-estrutura precisam ser aprovados pelo parlamento.
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1 – Forma de governo
É como o Estado irá se organizar para executar o seu poder. Exemplos:
Monarquia
República
Anarquia (ausência de uma forma de governo)
2 – Sistema de governo
Esta é a maneira de como o poder político será aplicado, diretamente ligada à Forma que ele irá governar. Exemplos:
Presidencialismo (apenas na república)
Parlametarismo (república e monarquia)
Absolutismo (apenas na monarquia)
Vejamos, portanto, as formas de governo e seus respectivos sistemas
Monarquia
É o governo constituído por um chefe de estado. Ela pode ser um:
- Império (Japão e seu líder é um Imperador)
- Principado (Mônaco e o seu líder é um Príncipe)
- Emirado (Kuwait e o seu líder é um Emir)
- Reino (Espanha e seu líder é o Rei)
- Sultanato (Omã e seu líder é um Sultão)
Os seguintes modelos constituem a Monarquia:
- Monarquia constitucional (ou Monarquia Parlamentarista)
Há um líder para o Estado, que apenas representa quase que simbolicamente a nação, e há um líder para o Governo, pois responde pelo país em tratados, acordos e afins; ou seja, que administra o país (chamem de “mandar”, quem preferir). Este é o caso do Japão, Espanha, Bélgica, Canadá, Reino Unido. Nestas monarquias, geralmente há um ministério e que governa o país, administrativamente, é o Primeiro-Ministro (ou Chanceler). Não há Senado (sortudos), mas apenas o Executivo (ministros) e o Parlamento (atuando como legislativo).
- Monarquia Absolutista
Aprendemos nas escolas que o absolutismo foi uma forma de governar extinta. Fala-se muito, inclusive, que a dinastia Bourbon foi a última absolutista. Claro que não. Absolutismo é o sistema em que há um líder absoluto sobre a nação e este é o caso do Qatar, da Arábia Saudita e do próprio Vaticano.
- Monarquia Religiosa
Infelizmente é a única Monarquia Religiosa do mundo é o Vaticano, cujo Papa é seu governante absoluto. Digo infelizmente, pois acredito que o Tibet deveria ser desanexado da China e utilizar o mesmo formato do Vaticano.
República
A República (do latim Res publica, "coisa pública") é forma de governo na qual o povo elege seu representante, que geralmente recebe o posto de Presidente. A república surgiu na Idade Média, com o objetivo de criar um sistema de contra ponto à Monarquia. Com ele, seus idealizadores buscavam sugerir um sistema mais voltado para as realizações do país e não conflitos dinásticos. Diminuiria também a concentração de riqueza da corte, pois os tributos arrecadados seriam convertidos ao povo em forma de beneces (esta parte tende a confundir um pouco os brasileiros, mas sigam a leitura, é normal). Esta forma de governar é dividida em dois modelos:
- República presidencialista (Brasil, EUA, África do Sul)
Os partidos políticos elegem seus candidatos e o povo o elege. O presidente é o chefe do governo e o chefe do estado. Cabe ao poder executivo decidir sobre as ações que influenciam diretamente o povo.
- República parlamentarista (Índia, Itália, China)
O parlamento nomea o presidente e o povo o elege. Neste formato, o Executivo não tem o poder de determinar, sem o aval do parlamento, qualquer política que afete o povo. Por exemplo, os investimentos em infra-estrutura precisam ser aprovados pelo parlamento.
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Posts anteriores da Série:
http://taosofia.blogspot.com/2009/07/serie-politica_30.html
http://taosofia.blogspot.com/2009/07/serie-politica-definicoes-basicas-i.html
quarta-feira, 5 de agosto de 2009
Aos amigos, nosso melhor!
Já pararam para analisar o quanto as amizades são importantes e o quanto as valorizamos? Para mim, é inexplicável, mas protegemos nossos amigos tal como um pai protege seu filho. Talvez, sejam os únicos a conseguir isolar nossos males e nos extrair a bondade da essência.
Tive um líder, certa vez, que não se permitia ser agradável. A convivência com ele era instável, mas a grosseria era constante. Sempre achei que ele devia ter diversos problemas em casa para tratar as pessoas daquele modo. Certa vez, o ouvi conversando com um amigo ao telefone e fiquei surpreso. Ele conseguiu ser simpático, carismático e complacente. Algo inusitado para mim, vindo dele. Pensando bem, acho que todos somos, pelo menos um pouco, como o meu ex-chefe.
Lembro de vezes que me indispus no trabalho por estar com problemas em casa, e vice-versa. Em certaz ocasiões, fui grosseiro com meus pais por estar com dificuldade financeira. Outro exemplo é quando estou namorando. Questiono-me por que não consigo ter a mesma paciência com as pobres companheiras, como tenho com aqueles caras feiosos e peludos.
No geral, protegemos nossos amigos de nossos problemas. Quando os transbordarmos com eles, o fazemos apenas par pedir ajuda. Podemos cometer o erro de absorver problemas de um lado e de descarregá-los em outro, mas este equívoco passa longe dos amigos.
Não sei explicar o que envolve as amizades, mas sei que elas isolam nossos males e nos extraem toda a bondade que temos. Portanto sejam amigos de seus parentes, de seus colegas e de suas (seus) namoradas (os). Tenham diversos amigos verdadeiros e reconheçam que eles , junto com nossos pais, são o que temos de mais importante na vida.
O aniversariante do dia e inspirador do texto, meu amigo "Pexê", é uma destas pessoas importantes na minha vida.
Já que eu sou ateu mesmo, forte abraço meu velho e feliz ano novo. Que 0026 seja um ano de melhores realizações do que as melhores de 0025!
Tive um líder, certa vez, que não se permitia ser agradável. A convivência com ele era instável, mas a grosseria era constante. Sempre achei que ele devia ter diversos problemas em casa para tratar as pessoas daquele modo. Certa vez, o ouvi conversando com um amigo ao telefone e fiquei surpreso. Ele conseguiu ser simpático, carismático e complacente. Algo inusitado para mim, vindo dele. Pensando bem, acho que todos somos, pelo menos um pouco, como o meu ex-chefe.
Lembro de vezes que me indispus no trabalho por estar com problemas em casa, e vice-versa. Em certaz ocasiões, fui grosseiro com meus pais por estar com dificuldade financeira. Outro exemplo é quando estou namorando. Questiono-me por que não consigo ter a mesma paciência com as pobres companheiras, como tenho com aqueles caras feiosos e peludos.
No geral, protegemos nossos amigos de nossos problemas. Quando os transbordarmos com eles, o fazemos apenas par pedir ajuda. Podemos cometer o erro de absorver problemas de um lado e de descarregá-los em outro, mas este equívoco passa longe dos amigos.
Não sei explicar o que envolve as amizades, mas sei que elas isolam nossos males e nos extraem toda a bondade que temos. Portanto sejam amigos de seus parentes, de seus colegas e de suas (seus) namoradas (os). Tenham diversos amigos verdadeiros e reconheçam que eles , junto com nossos pais, são o que temos de mais importante na vida.
O aniversariante do dia e inspirador do texto, meu amigo "Pexê", é uma destas pessoas importantes na minha vida.
Já que eu sou ateu mesmo, forte abraço meu velho e feliz ano novo. Que 0026 seja um ano de melhores realizações do que as melhores de 0025!
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terça-feira, 4 de agosto de 2009
Richard Dawkins
Hoje, não vos escrevo nada, apesar de estar com dois novos capítulos da série POLÍTICA prontos. Apenas utilizo o espaço para postar uns vídeos de um cara fora de série. Ele sintetiza o verbo refletir.
Seus livros também são fantásticos -não haveria como ser diferente-.
Bom, apreciem sem parcimônia.
VÍDEO 1
VÍDEO 2
VÍDEO 3
VÍDEO 1
VÍDEO 2
VÍDEO 3
segunda-feira, 3 de agosto de 2009
Duplo Sentido (ou sentimento)
Quase fui para gramado neste final de semana. Chegando ao trabalho hoje e lembrando do calor no sábado e da chuva no domingo, percebi ter feito um bom negócio em ter ficado. Não obstante lembrei-me da primeira vez que fui a Gramado.
Tinha 12 anos e estava concluindo a sexta série do primeiro grau. Entusiasmado com o pouco dinheiro que tinha, comprei uma camiseta do Natal Luz. Estava contente com a minha nova aquisição e queria ostentá-la. Ao vesti-la, a surpresa: havia um furo na camisa. Era uma falha na costura do lado direito, que tornava constrangedor continuar usando-a. Foi ai que vi um amigo meu com a mesma camisa.
Tínhamos uma identificação naquele momento, porém com sentimentos distintos. Foi então que ele, sorridente, veio em minha direção e mostrou que a sua camisa possuía a mesma falha. Seu estado lépido era por ter percebido que compartilhávamos o “problema”. Curiosamente fiquei contente e o sentimento de dor deu lugar ao anterior orgulho de ostentar a nova aquisição.
Às vezes, quando não nos sentimos bem ou estamos tristes, encontrar alguém que compartilhe aquele sentimento nos faz um bem indescritível. Se isto é certo ou errado, deixarei para a reflexão de cada um, mas como ser humano, não tive como agir diferente.
Tinha 12 anos e estava concluindo a sexta série do primeiro grau. Entusiasmado com o pouco dinheiro que tinha, comprei uma camiseta do Natal Luz. Estava contente com a minha nova aquisição e queria ostentá-la. Ao vesti-la, a surpresa: havia um furo na camisa. Era uma falha na costura do lado direito, que tornava constrangedor continuar usando-a. Foi ai que vi um amigo meu com a mesma camisa.
Tínhamos uma identificação naquele momento, porém com sentimentos distintos. Foi então que ele, sorridente, veio em minha direção e mostrou que a sua camisa possuía a mesma falha. Seu estado lépido era por ter percebido que compartilhávamos o “problema”. Curiosamente fiquei contente e o sentimento de dor deu lugar ao anterior orgulho de ostentar a nova aquisição.
Às vezes, quando não nos sentimos bem ou estamos tristes, encontrar alguém que compartilhe aquele sentimento nos faz um bem indescritível. Se isto é certo ou errado, deixarei para a reflexão de cada um, mas como ser humano, não tive como agir diferente.
domingo, 2 de agosto de 2009
Preserve os Seres Humanos
Li esta semana sobre a proliferação das águas-vivas. Na matéria, relacionavam o fato ao aquecimento global. Para quem já assistiu ao filme do Al Gore -Verdade Inconveniente-, não há como discordar desta relação.
Nestes últimos anos, Aquecimento Global tem virado moda e a frase "Salvem o Meio Ambiente" cada vez mais utilizada como seu slogan, porém há um erro nesta frase.
Na semana passada, enquanto ia até a casa de um grande amigo meu -abraço Pexê-, passava pelo bairro onde vivi minha infância. Lá, vi uma casa que, naquela época, apesar de recém construída, fora abandonada. Hoje, ela está completamente tomada pelo mato. A vegetação emerge do concreto. Chega a ser impressionante. As formas da residência estão comprometidas pela ondulação das gramíneas. Todos nós já ouvimos, pelo menos uma vez, a expressão "cuida bem ou o mato toma conta" e esta frase sintetizava a cena, mas já retomo o assunto e explico a relação.
As transformações que estamos causando na Terra, sem dúvida, em pouco tempo, desencadearão no fim da nossa espécie. Seja por elevação do nível do mar, seja pela diminuição da produção de alimentos, seja pela proliferação de espécies controladas por animais que não resistirão ou seja por qualquer outra destas causas. A Terra, em pouco tempo, será um lugar inóspito e anecúmeno. Tomada por desertos. A poluição bloqueará a radiação solar. Nosso planeta será escuro, sem vegetação e com escassez de água potável. Os últimos seres humanos disputarão espaço com cadeias de insetos que se adaptarão ao novo ambiente, ou seja, tornar-se-ão mais nocivos. Enfim, chegará o dia em que o último ser humano irá morrer. E o Meio Ambiente?
Bom, este ai estará completamente devastado. DEVASTADO -o que é completamente diferente de extinto, que será o nosso caso-. Depois de alguns milhõezinhos de anos, a vegetação retornará e invadirá as ruínas de nossa extinta espécie. Nossos prédios, antes gigantescos e imponentes, serão como a velha casa do bairro da minha infância. Como não cuidamos da Terra, o "mato tomará conta". Com o retorno da vegetação, o ciclo que dá origem a vida retornará e, com ele, a chuva. A umidade e o calor criarão condições para o ressurgimento da vida vegetal e, em alguns outros bilhõezinhos de anos, a Terra será linda, verde e habitável. E nós continuaremos extintos.
Portanto vamos mudar nossos hábitos, ingressarmos em um padrão de consumo sustentável e aderir à causa da preservação. Porém não mais para salvar o Meio Ambiente, mas sim a nós mesmos!
Na semana passada, enquanto ia até a casa de um grande amigo meu -abraço Pexê-, passava pelo bairro onde vivi minha infância. Lá, vi uma casa que, naquela época, apesar de recém construída, fora abandonada. Hoje, ela está completamente tomada pelo mato. A vegetação emerge do concreto. Chega a ser impressionante. As formas da residência estão comprometidas pela ondulação das gramíneas. Todos nós já ouvimos, pelo menos uma vez, a expressão "cuida bem ou o mato toma conta" e esta frase sintetizava a cena, mas já retomo o assunto e explico a relação.
As transformações que estamos causando na Terra, sem dúvida, em pouco tempo, desencadearão no fim da nossa espécie. Seja por elevação do nível do mar, seja pela diminuição da produção de alimentos, seja pela proliferação de espécies controladas por animais que não resistirão ou seja por qualquer outra destas causas. A Terra, em pouco tempo, será um lugar inóspito e anecúmeno. Tomada por desertos. A poluição bloqueará a radiação solar. Nosso planeta será escuro, sem vegetação e com escassez de água potável. Os últimos seres humanos disputarão espaço com cadeias de insetos que se adaptarão ao novo ambiente, ou seja, tornar-se-ão mais nocivos. Enfim, chegará o dia em que o último ser humano irá morrer. E o Meio Ambiente?
Bom, este ai estará completamente devastado. DEVASTADO -o que é completamente diferente de extinto, que será o nosso caso-. Depois de alguns milhõezinhos de anos, a vegetação retornará e invadirá as ruínas de nossa extinta espécie. Nossos prédios, antes gigantescos e imponentes, serão como a velha casa do bairro da minha infância. Como não cuidamos da Terra, o "mato tomará conta". Com o retorno da vegetação, o ciclo que dá origem a vida retornará e, com ele, a chuva. A umidade e o calor criarão condições para o ressurgimento da vida vegetal e, em alguns outros bilhõezinhos de anos, a Terra será linda, verde e habitável. E nós continuaremos extintos.
Portanto vamos mudar nossos hábitos, ingressarmos em um padrão de consumo sustentável e aderir à causa da preservação. Porém não mais para salvar o Meio Ambiente, mas sim a nós mesmos!
(a imagem acima demonstra como a cidade de Shernobyl está em apenas 23 anos sem a interferência do homem)
sábado, 1 de agosto de 2009
POR QUE O BRASIL NÃO VOTA LOGO NUM “COMBO”?
Post públicado por Reinaldo Azevedo, em seu Blog, ontem.
“Hoje em dia o Brasil pode ter tudo, já teve um presidente metalúrgico, pode ter um presidente negro, pode ter uma presidenta. A sociedade brasileira é madura o suficiente para saber que a sua multiplicidade pode ser representada de todas as formas.”
A fala acima é da ministra Dilma Rousseff, depois de um café da manhã com a presidente do Chile, Michelle Bachelet. O mais engraçado é que os sites que noticiam o evento acrescentam que “a ministra evitou comentar a sua candidatura à Presidência”.
Evitou?
Estamos em 2009, mas isso é 1984 puro. Ela, então, não falou de sua candidatura?
Ai, ai…
Eu nunca fui politicamente correto, nem quando era de esquerda — sim, aconteceu, já tive gripe suína. Esse papo de dividir pessoas em categorias sempre me enjoou. Na minha pré-história, achava que o procedimento só mascarava a luta de classes (ai, que vergonha!). Hoje em dia, acho que só mascara mau-caratismo.
Esse papo de que “chegou a vez das mulheres”, dos “negros” ou de sei lá quem faz supor que exista uma categoria naturalmente opressora, naturalmente íntima do poder, que deve ser desbancada. E que categoria seria essa? Bem, segundo entendo, é a do macho, branco e heterossexual, certo?
Por que não, então, um gay para suceder Lula? Branco ou preto? Esperem! Vamos fazer logo um “combo” de minorias. A candidata poderia ser mulher, negra e lésbica. E acho que a gente deve acumular experiências, incorporando qualidades de minorias passadas. Poderia ser mulher, negra, lésbica, meio analfabeta e eventualmente sem dedo. O “eneadactalismo” passaria a ser uma exigência para chegar ao topo.
Estou sendo cínico? Irônico? Sarcástico? É mesmo? Querem que eu leve a sério a política como reparação? Que dê corda a profissionais de causas, que decidem ocupar o lugar retórico das minorias? Não posso. Nunca consegui levar a sério essa abordagem.
Dilma, por exemplo, costuma tratar alguns homens de um modo que eles normalmente não aceitam ser tratados por outros homens. Mas aceitam a brutalidade da ministra. Nesse caso, o “ser mulher” vira só uma licença para a incivilidade. Avanço ou retrocesso? Julguem vocês mesmos.
“Hoje em dia o Brasil pode ter tudo, já teve um presidente metalúrgico, pode ter um presidente negro, pode ter uma presidenta. A sociedade brasileira é madura o suficiente para saber que a sua multiplicidade pode ser representada de todas as formas.”
A fala acima é da ministra Dilma Rousseff, depois de um café da manhã com a presidente do Chile, Michelle Bachelet. O mais engraçado é que os sites que noticiam o evento acrescentam que “a ministra evitou comentar a sua candidatura à Presidência”.
Evitou?
Estamos em 2009, mas isso é 1984 puro. Ela, então, não falou de sua candidatura?
Ai, ai…
Eu nunca fui politicamente correto, nem quando era de esquerda — sim, aconteceu, já tive gripe suína. Esse papo de dividir pessoas em categorias sempre me enjoou. Na minha pré-história, achava que o procedimento só mascarava a luta de classes (ai, que vergonha!). Hoje em dia, acho que só mascara mau-caratismo.
Esse papo de que “chegou a vez das mulheres”, dos “negros” ou de sei lá quem faz supor que exista uma categoria naturalmente opressora, naturalmente íntima do poder, que deve ser desbancada. E que categoria seria essa? Bem, segundo entendo, é a do macho, branco e heterossexual, certo?
Por que não, então, um gay para suceder Lula? Branco ou preto? Esperem! Vamos fazer logo um “combo” de minorias. A candidata poderia ser mulher, negra e lésbica. E acho que a gente deve acumular experiências, incorporando qualidades de minorias passadas. Poderia ser mulher, negra, lésbica, meio analfabeta e eventualmente sem dedo. O “eneadactalismo” passaria a ser uma exigência para chegar ao topo.
Estou sendo cínico? Irônico? Sarcástico? É mesmo? Querem que eu leve a sério a política como reparação? Que dê corda a profissionais de causas, que decidem ocupar o lugar retórico das minorias? Não posso. Nunca consegui levar a sério essa abordagem.
Dilma, por exemplo, costuma tratar alguns homens de um modo que eles normalmente não aceitam ser tratados por outros homens. Mas aceitam a brutalidade da ministra. Nesse caso, o “ser mulher” vira só uma licença para a incivilidade. Avanço ou retrocesso? Julguem vocês mesmos.
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