São poucas as pessoas que entendem suficientemente de socialismo para posicionar-se a respeito. A maioria, como na estória do último post, são estudantes "bem de vida" que defendem a causa, mas não estão dispostos a abrir mão de qualquer coisa para ajudar outras pessoas. Nunca vi um militante universitário vender o carro que ganhou do papai para comprar cestas básicas. Mas o problema não são aqueles que fazem barulho e sim os que possuem poder. Nosso governo federal de base socialista, que deveria dominar o assunto, produz uma série de projetos que só agrava a situação.
Para minha crítica ficar mais clara, imagine que o ambiente social é uma corrida, na qual os ricos pilotam Ferrari, os pobres usam Fusca e a platéia é composta por todos que não estão correndo naquele momento. Todos concordam que dar uma Ferrari para quem sempre correu de Fusca não resolve o problema. Por mais que o felizardo beneficiário discorde, ele não irá conseguir pilotá-la, pois requer conhecimento e a corrida ficará ainda mais desigual . O sistema de cotas em universidades federais é um exemplo disto. Como que um aluno formado no ensino publico conseguirá ter o mesmo desempenho que um colega que estudou em escolas particulares? Não conseguira! Por conseguinte, ou os professores terão de ser menos exigentes, ou a quantidade de formandos diminuirá. Neste caso, os expectadores da corrida são as organizações que empregarão os formandos e serão prejudicadas pela diminuição da quantidade de profissionais ou pela redução do seu nível.
Se a solução não está em "dar as coisas de bandeja" com projetos sociais (Cotas, bolsa Família, Vale Gás e outros), tão pouco está em "nivelar por baixo" com diferenciação de arrecadações. O abuso de impostos contra aqueles que dispõem de mais recursos é um exemplo de “nivelar por baixo”. Pessoas alteram dados legais ou optam pela informalidade para fugir do imposto de renda e empregadores, quando não contratam em regime de PJ (Pessoa Jurídica), pagam menores salários, pois são os mais prejudicados por este nivelamento (um empregador paga, em média, 75% do salário de um colaborador só de impostos). Voltando a nossa analogia, seria o mesmo que deixar cada um com seu carro e esburacar a pista. Assim, quem tem um Fusca terá vantagens, porém, pensando na corrida, ela ficará um lixo e é justamente o que acontece com o nosso ambiente social.
Enfim, está tudo errado! Estas iniciativas não tratam o problema, apenas tentam minimizar seu impacto, porém, cada vez mais, cria-se uma divisão não salutar entre ricos e pobres. Não precisamos de estudantes mimados falando sobre o que não entendem e sim de idéias inovadorase de teorias contemporâneas, assim como não temos de criar um sistema de favorecimentos e sim de igualdade. É preciso entender o porquê dessas diferenças (que, na sua maioria, está na educação de base) e prover condições para que todos tenham Ferraris no futuro (mesmo que estas ações não gerem tantos votos quanto os projetos atuais).
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