Quinta-feira passada, decidi ir para a faculdade de ônibus, pois, após à aula, iria ao jogo do Internacional e assim evitaria o transtorno de ter de encontrar uma vaga. Vendo-me com os livros na mão, indo para à UFRGS e todo vestido com as roupas do meu time, o cobrador (trocador para algumas regiões) do ônibus disse-me:
- "Bah, tu vai estudar na federal e depois vai ao jogo do nosso colorado. Enquanto isto, eu aqui, trabalhando até à meia-noite!" e, com um semblante irônico de que estivesse prestes a dizer "como é bom ter grana", concluiu:
- "O que eu preciso fazer para ter esta vida?"
Então perguntei:
- "Quantos anos você tem?"
- "19", respondeu o cobrador.
Para finalizar, disse-lhe:
- "Então você já está no caminho certo, pois, com a sua idade, eu era cobrador de ônibus. Muitas vezes, deixei de estar com meus amigos, com a minha família ou de fazer algo que queria para chegar aonde cheguei e também sei que ainda precisarei abrir mão de muita coisa para chegar onde pretendo. Minha vida não foi fácil, meus pais que o digam, mas isso nunca foi motivo para eu desistir. Aliás, isto sempre me motivou a querer mais".
Conversamos mais um pouco e desci em seguida. Pela cara dele, que observei enquanto o ônibus se distanciava após eu ter descido, ele certamente refletiu a respeito. Também fiz minha reflexão.
As pessoas desejam tudo! Desejam estudar nas melhores universidades, desejam os melhores empregos ou abrir sua própria empresa, desejam os melhores bens e por ai vai. Ou seja, apenas desejam. Poucos percebem que a distância entre o desejo e a realização é a ambição ou percebem e por isso ficam apenas desejando.
Quer realmente alguma coisa? Então transforme isto em ambição e faça o que precisa ser feito. Como acredito na idéia de que a sorte é quando a oportunidade encontra o preparo (já escrevi sobre isto), você sempre precisa estar preparado, pois as oportunidades irão aparecer (mesmo que você tenha de criá-las).
terça-feira, 27 de abril de 2010
sexta-feira, 23 de abril de 2010
Já reparou o quanto somos egoístas?
Há quem confunda egoísmo com altruísmo e isso é mais comum do que pensamos. Na verdade, a questão é que o egoísmo não é algo tão ruim assim e altruísmo é algo quase inexistente em nosso meio.
Quando você fica com alguma coisa que poderia dividir, isso é egoísmo ou altruísmo? Para a maioria, a primeira opção. Agora, digamos que você tenha uma roupa em casa e decidi doá-la? O que estará sendo? Embora eu saiba a opinião da maioria, darei a minha: estará sendo profundamente egoísta!
Você não doa uma roupa porque se preocupa mais com a outra pessoa do que com você, mas sim porque tem várias peças sobrando e, ao invés de jogar fora, prefere fazer alguém feliz. A satisfação da pessoa ao receber lhe faz bem e, no fim das contas, só está agindo desta forma porque se sentirá bem. Ou seja, também é egoísmo. No entanto, se você não doar também estará sendo egoísta. Calma, eu explico!
O egoísmo pode ser positivo (quando a sua ação ou negligência faz bem para outras pessoas) ou pode ser negativo (quando a sua ação ou negligencia prejudica alguém), mas não podemos confundi-lo com altruísmo. Se você jogar fora algo que poderia ajudar alguém, o egoísmo é negativo. Se ajudar porque lhe satisfaz a alegria de alguém, ai é positivo. Mas e o altruísmo?
Altruísmo é quando o bem-estar de outra pessoa (qualquer pessoa) é mais importante do que o seu. Se você for morar na rua para doar sua casa, abrir mão do seu emprego para um colega ganhar uma promoção ou andar descalço para que alguém possa ter um tênis, ai sim você estará sendo altruísta, caso contrário, é apenas mais um egoísta positivo.
Quando você fica com alguma coisa que poderia dividir, isso é egoísmo ou altruísmo? Para a maioria, a primeira opção. Agora, digamos que você tenha uma roupa em casa e decidi doá-la? O que estará sendo? Embora eu saiba a opinião da maioria, darei a minha: estará sendo profundamente egoísta!
Você não doa uma roupa porque se preocupa mais com a outra pessoa do que com você, mas sim porque tem várias peças sobrando e, ao invés de jogar fora, prefere fazer alguém feliz. A satisfação da pessoa ao receber lhe faz bem e, no fim das contas, só está agindo desta forma porque se sentirá bem. Ou seja, também é egoísmo. No entanto, se você não doar também estará sendo egoísta. Calma, eu explico!
O egoísmo pode ser positivo (quando a sua ação ou negligência faz bem para outras pessoas) ou pode ser negativo (quando a sua ação ou negligencia prejudica alguém), mas não podemos confundi-lo com altruísmo. Se você jogar fora algo que poderia ajudar alguém, o egoísmo é negativo. Se ajudar porque lhe satisfaz a alegria de alguém, ai é positivo. Mas e o altruísmo?
Altruísmo é quando o bem-estar de outra pessoa (qualquer pessoa) é mais importante do que o seu. Se você for morar na rua para doar sua casa, abrir mão do seu emprego para um colega ganhar uma promoção ou andar descalço para que alguém possa ter um tênis, ai sim você estará sendo altruísta, caso contrário, é apenas mais um egoísta positivo.
terça-feira, 20 de abril de 2010
Frase
Lembra um pouco Liev Tolstoi, mas a frase é ótima:
Há pessoas que transformam o sol numa simples mancha amarela, mas há aquelas que fazem de uma simples mancha amarela o próprio sol.
Pablo Picasso
segunda-feira, 19 de abril de 2010
Celebridades e Falta de Personalidade
É impressionante a influencia da televisão na vida de algumas pessoas. Na boa, fico muito espantado com capacidade deste meio de comunicação em determinar o que a massa irá gostar e fazer com todos acreditem que estão optando. Na verdade ela apenas explora uma ausência.
Estava lendo meu jornal e vi uma reportagem sobre a festa de encerramento do Big Brother. Nesta, os participantes, para adentrarem ao evento, tinham de serem escoltados devido ao assédio do público. Mas por que eles estavam sendo assediados? Por que as pessoas queriam tocá-las e tirar fotos? O que os participantes do programa fizeram para receberem tamanha atenção?
Outro fato intrigante: alguém já ouviu falar em um garoto chamado Fiuk? Pois é, o jovem é filho do Fábio Júnior e tornou-se um fenômeno teen-ager. Vi uma reportagem dele no Fantástico e a minha surpresa foi ouvi-lo cantar. É terrível. Muito ruim mesmo, porém seu show estava lotado. E lá vieram as dúvidas? Por que tantas adolescentes gostam de um cara que canta tão mal? E tive minha resposta: ele é a "estrela" da Malhação (novelinha de fim de tarde da Globo). Ou seja, novamente a televisão determinou o que as pessoas iriam gostar.
Fiquei pensando "eles devem estar admirando a obra destas pessoas". Mas que obra? O que uma figura do Big Brother fez? E o tal do Fiuk, se todas as músicas dele foram escritas por outras pessoas (informei-me a respeito) e a sua voz, única coisa original ali, é sofrível? O que as pessoas admiram nesta gente? Resposta: sua imagem. Como não são atores, não são músicos, não são escritores e não possuem qualquer obra que justifiquem admiração, cria-se, pela própria mídia, uma justificativa para tal: são Celebridades. E o que precisa alguém para ser uma celebridade? Espaço na mídia para divulgação da sua imagem. Exatamente. Apenas isto, imagem!
Quanto mais humilde e/ou dependente for uma pessoa, menor será a sua personalidade. Por conseguinte, maior será a necessidade de encontrar uma imagem para admirar (não se julga capaz de admirar a si mesmo ou ter opinião sobre uma obra e, portanto, precisa que alguém diga o que ela deve admirar). Não importa o que o seu idolo faça, desde que seja uma imagem. E ai entra a televisão. Ela lança uma imagem e as pessoas de pouca personalidade admiram. Quando a troca, as pessoas não perguntam onde estava a anterior, pois estão deveras atentas à nova. Faça o teste: balance uma bola na frente de um cachorro. Em seguida, troque a bola e torne a balançar. Ele novamente contemplará a bola. Repare que ele não vai se pronunciar em desagrado (como quem diz "Ei, a bola que eu gostava era a outra e não essa ai"), pois não é provido de personalidade. Assim como o cão, os sem personalidade não questionam sobre os antigos Big Brother e migram sua admiração, com a naturalidade canina, para os novos. Tão pouco as fãs do Felipe Dilon perguntam que fim deu seu ídolo, pois agora elas têm o Fiuk (exemplo clássico de material da mídia)!
Enquanto houver ausência de personalidade nos telespectadores, teremos de conviver com programas ruins e artistas sem talento. Ou seja: conformem-se, pois não acredito que chegaremos a uma evolução em que todos sejam capazes de escolher o que querem admirar.
sábado, 17 de abril de 2010
Seja irracional e tenha uma vida feliz!
Estava lendo sobre Max Weber e descobri que depois de tanto estudar história, filosofia e sociologia, o cara entrou em depressão e tornou-se um sujeito melancólico. Acontece que ele não é unanimidade no meio. Outros pensadores influentes como Heidegger, Sartre, Nietzsche e o próprio Platão deixaram a vida desiludidos, depressivos ou completamente malucos. Acontece que todos esses caras tinham algo em comum: foram profundamente racionais.
Usando um pouco a lógica deles, já parou para pensar como fazemos coisas sem sentido? Não é racional ir a um show de rock se você pode assisti-lo em casa, pela TV e desfrutando do seu conforto. O mesmo vale para os jogos de futebol. Por que ir a um estádio, gastar com deslocamento e perder tempo se você pode comprá-lo pelo Pay-Per-View? Também não faz sentido você ligar para uma pessoa que você gosta só para repetir isto para ela, afinal, ela já sabe! Por que damos presentes de aniversário para alguém que também nos presenteia nesta data? Seria muito mais racional acordar com ela que a troca é desnecessária, pois cada qual que compre para si o que bem entender. Sem falar que nada é mais irracional que dar um presente. Se dermos o dinheiro, a pessoa pode comprar o que ela querer, já o presente possui uma margem de descontentamento muito grande. E já que tocamos no assunto presentear, o que dizer do Natal? Qual o sentido desta data? ...e por ai vai!
Se começarmos a pensar com racionalidade sobre tudo que fazemos, começaremos a concordar que a maioria de nossas ações são ilógicas e correremos o risco de perceber que a nossa existência é banal. Caso isto aconteça, juntar-nos-emos ao grupo de filósofos acima e terminaremos nossas vidas depressivos e desiludidos com a nossa futilidade.
Engraçado, mas nunca tinha percebido o quanto é saudável ser lúdico e irracional. Raciocine com parcimônia!
Usando um pouco a lógica deles, já parou para pensar como fazemos coisas sem sentido? Não é racional ir a um show de rock se você pode assisti-lo em casa, pela TV e desfrutando do seu conforto. O mesmo vale para os jogos de futebol. Por que ir a um estádio, gastar com deslocamento e perder tempo se você pode comprá-lo pelo Pay-Per-View? Também não faz sentido você ligar para uma pessoa que você gosta só para repetir isto para ela, afinal, ela já sabe! Por que damos presentes de aniversário para alguém que também nos presenteia nesta data? Seria muito mais racional acordar com ela que a troca é desnecessária, pois cada qual que compre para si o que bem entender. Sem falar que nada é mais irracional que dar um presente. Se dermos o dinheiro, a pessoa pode comprar o que ela querer, já o presente possui uma margem de descontentamento muito grande. E já que tocamos no assunto presentear, o que dizer do Natal? Qual o sentido desta data? ...e por ai vai!
Se começarmos a pensar com racionalidade sobre tudo que fazemos, começaremos a concordar que a maioria de nossas ações são ilógicas e correremos o risco de perceber que a nossa existência é banal. Caso isto aconteça, juntar-nos-emos ao grupo de filósofos acima e terminaremos nossas vidas depressivos e desiludidos com a nossa futilidade.
Engraçado, mas nunca tinha percebido o quanto é saudável ser lúdico e irracional. Raciocine com parcimônia!
sexta-feira, 16 de abril de 2010
Judiciário contesta lei da física
Artigo publicado na Zero Hora de 16/04, por Fernando de Oliveira Souza (Médico e professor universitário)
Todos nós, que nos preparamos na vida escolar, aprendemos da física as propriedades da matéria, entre elas a impenetrabilidade, qual seja, dois corpos não podem ao mesmo tempo ocupar o mesmo lugar no espaço.
Esta máxima, até agora nunca contestada, vem sendo questionada através de sucessivos mandados judiciais visando à internação de pacientes em hospitais públicos. É raro o dia que no Hospital Universitário de Santa Maria não comparece um paciente acompanhado de oficial de Justiça munido de um mandado de intimação. Numa das últimas vezes em que isto ocorreu, solicitei ao oficial de Justiça que me acompanhasse ao interior do hospital, onde lhe mostrei a sala de observação do pronto-atendimento e a unidade de internação.
Na sala de observação, todos os leitos, macas e cadeiras estavam ocupados por pacientes, muitos deles em mau estado geral. Apesar disso, seguiam os encaminhamentos de cidades vizinhas, o que nos forçava a reter as macas das ambulâncias para poder acomodar os pacientes enviados. Na visita à sala de observação sugeri ao oficial, para descontrair o ambiente já tenso, que fosse proposto às indústrias de material hospitalar a construção de macas-beliche, que poderiam então acomodar dois pacientes.
A seguir, subimos às unidades de internação, que estavam obviamente lotadas. Solicitei então ao oficial de Justiça que indicasse qual paciente deveria ter alta hospitalar para que pudéssemos internar o paciente que ele acompanhava.
Minha intenção com a pergunta não era constrangê-lo, mas, sim, expressar minha perplexidade frente a sucessivas ações do mesmo gênero parecendo denotar que os magistrados desconhecem a realidade dos hospitais públicos no país. Fazendo um paralelo com o sistema prisional, onde a superlotação também é um problema, já assisti na mídia a juízes e promotores por diversas vezes visitando as cadeias públicas, ao passo que, em 24 anos de trabalho em um hospital público, nunca tive o prazer de encontrar um magistrado “vendo de perto” a nossa realidade.
Por outro lado, colocando-me humildemente na posição do juiz, entendo que frente a uma situação de urgência, muito embora os dados possam ser “maquiados” pelos interessados, não lhe reste alternativa a não ser ordenar sua resolução, mesmo na dúvida, agir “pró-paciente”.
Qual a solução então desta “sinuca de bico”, aparentemente sem saída? Aproveitando o “gancho” do sistema prisional, é adequar a relação leito hospitalar/população a níveis não críticos através da construção ou reativação de mais hospitais. Afinal, não temos o sistema público de saúde digno de ser copiado pelo presidente Obama? Será?
Todos nós, que nos preparamos na vida escolar, aprendemos da física as propriedades da matéria, entre elas a impenetrabilidade, qual seja, dois corpos não podem ao mesmo tempo ocupar o mesmo lugar no espaço.
Esta máxima, até agora nunca contestada, vem sendo questionada através de sucessivos mandados judiciais visando à internação de pacientes em hospitais públicos. É raro o dia que no Hospital Universitário de Santa Maria não comparece um paciente acompanhado de oficial de Justiça munido de um mandado de intimação. Numa das últimas vezes em que isto ocorreu, solicitei ao oficial de Justiça que me acompanhasse ao interior do hospital, onde lhe mostrei a sala de observação do pronto-atendimento e a unidade de internação.
Na sala de observação, todos os leitos, macas e cadeiras estavam ocupados por pacientes, muitos deles em mau estado geral. Apesar disso, seguiam os encaminhamentos de cidades vizinhas, o que nos forçava a reter as macas das ambulâncias para poder acomodar os pacientes enviados. Na visita à sala de observação sugeri ao oficial, para descontrair o ambiente já tenso, que fosse proposto às indústrias de material hospitalar a construção de macas-beliche, que poderiam então acomodar dois pacientes.
A seguir, subimos às unidades de internação, que estavam obviamente lotadas. Solicitei então ao oficial de Justiça que indicasse qual paciente deveria ter alta hospitalar para que pudéssemos internar o paciente que ele acompanhava.
Minha intenção com a pergunta não era constrangê-lo, mas, sim, expressar minha perplexidade frente a sucessivas ações do mesmo gênero parecendo denotar que os magistrados desconhecem a realidade dos hospitais públicos no país. Fazendo um paralelo com o sistema prisional, onde a superlotação também é um problema, já assisti na mídia a juízes e promotores por diversas vezes visitando as cadeias públicas, ao passo que, em 24 anos de trabalho em um hospital público, nunca tive o prazer de encontrar um magistrado “vendo de perto” a nossa realidade.
Por outro lado, colocando-me humildemente na posição do juiz, entendo que frente a uma situação de urgência, muito embora os dados possam ser “maquiados” pelos interessados, não lhe reste alternativa a não ser ordenar sua resolução, mesmo na dúvida, agir “pró-paciente”.
Qual a solução então desta “sinuca de bico”, aparentemente sem saída? Aproveitando o “gancho” do sistema prisional, é adequar a relação leito hospitalar/população a níveis não críticos através da construção ou reativação de mais hospitais. Afinal, não temos o sistema público de saúde digno de ser copiado pelo presidente Obama? Será?
quinta-feira, 15 de abril de 2010
Capitalismo e Socialismo (Ferrari X Fusca)
São poucas as pessoas que entendem suficientemente de socialismo para posicionar-se a respeito. A maioria, como na estória do último post, são estudantes "bem de vida" que defendem a causa, mas não estão dispostos a abrir mão de qualquer coisa para ajudar outras pessoas. Nunca vi um militante universitário vender o carro que ganhou do papai para comprar cestas básicas. Mas o problema não são aqueles que fazem barulho e sim os que possuem poder. Nosso governo federal de base socialista, que deveria dominar o assunto, produz uma série de projetos que só agrava a situação.
Para minha crítica ficar mais clara, imagine que o ambiente social é uma corrida, na qual os ricos pilotam Ferrari, os pobres usam Fusca e a platéia é composta por todos que não estão correndo naquele momento. Todos concordam que dar uma Ferrari para quem sempre correu de Fusca não resolve o problema. Por mais que o felizardo beneficiário discorde, ele não irá conseguir pilotá-la, pois requer conhecimento e a corrida ficará ainda mais desigual . O sistema de cotas em universidades federais é um exemplo disto. Como que um aluno formado no ensino publico conseguirá ter o mesmo desempenho que um colega que estudou em escolas particulares? Não conseguira! Por conseguinte, ou os professores terão de ser menos exigentes, ou a quantidade de formandos diminuirá. Neste caso, os expectadores da corrida são as organizações que empregarão os formandos e serão prejudicadas pela diminuição da quantidade de profissionais ou pela redução do seu nível.
Se a solução não está em "dar as coisas de bandeja" com projetos sociais (Cotas, bolsa Família, Vale Gás e outros), tão pouco está em "nivelar por baixo" com diferenciação de arrecadações. O abuso de impostos contra aqueles que dispõem de mais recursos é um exemplo de “nivelar por baixo”. Pessoas alteram dados legais ou optam pela informalidade para fugir do imposto de renda e empregadores, quando não contratam em regime de PJ (Pessoa Jurídica), pagam menores salários, pois são os mais prejudicados por este nivelamento (um empregador paga, em média, 75% do salário de um colaborador só de impostos). Voltando a nossa analogia, seria o mesmo que deixar cada um com seu carro e esburacar a pista. Assim, quem tem um Fusca terá vantagens, porém, pensando na corrida, ela ficará um lixo e é justamente o que acontece com o nosso ambiente social.
Enfim, está tudo errado! Estas iniciativas não tratam o problema, apenas tentam minimizar seu impacto, porém, cada vez mais, cria-se uma divisão não salutar entre ricos e pobres. Não precisamos de estudantes mimados falando sobre o que não entendem e sim de idéias inovadorase de teorias contemporâneas, assim como não temos de criar um sistema de favorecimentos e sim de igualdade. É preciso entender o porquê dessas diferenças (que, na sua maioria, está na educação de base) e prover condições para que todos tenham Ferraris no futuro (mesmo que estas ações não gerem tantos votos quanto os projetos atuais).
Para minha crítica ficar mais clara, imagine que o ambiente social é uma corrida, na qual os ricos pilotam Ferrari, os pobres usam Fusca e a platéia é composta por todos que não estão correndo naquele momento. Todos concordam que dar uma Ferrari para quem sempre correu de Fusca não resolve o problema. Por mais que o felizardo beneficiário discorde, ele não irá conseguir pilotá-la, pois requer conhecimento e a corrida ficará ainda mais desigual . O sistema de cotas em universidades federais é um exemplo disto. Como que um aluno formado no ensino publico conseguirá ter o mesmo desempenho que um colega que estudou em escolas particulares? Não conseguira! Por conseguinte, ou os professores terão de ser menos exigentes, ou a quantidade de formandos diminuirá. Neste caso, os expectadores da corrida são as organizações que empregarão os formandos e serão prejudicadas pela diminuição da quantidade de profissionais ou pela redução do seu nível.
Se a solução não está em "dar as coisas de bandeja" com projetos sociais (Cotas, bolsa Família, Vale Gás e outros), tão pouco está em "nivelar por baixo" com diferenciação de arrecadações. O abuso de impostos contra aqueles que dispõem de mais recursos é um exemplo de “nivelar por baixo”. Pessoas alteram dados legais ou optam pela informalidade para fugir do imposto de renda e empregadores, quando não contratam em regime de PJ (Pessoa Jurídica), pagam menores salários, pois são os mais prejudicados por este nivelamento (um empregador paga, em média, 75% do salário de um colaborador só de impostos). Voltando a nossa analogia, seria o mesmo que deixar cada um com seu carro e esburacar a pista. Assim, quem tem um Fusca terá vantagens, porém, pensando na corrida, ela ficará um lixo e é justamente o que acontece com o nosso ambiente social.
Enfim, está tudo errado! Estas iniciativas não tratam o problema, apenas tentam minimizar seu impacto, porém, cada vez mais, cria-se uma divisão não salutar entre ricos e pobres. Não precisamos de estudantes mimados falando sobre o que não entendem e sim de idéias inovadorase de teorias contemporâneas, assim como não temos de criar um sistema de favorecimentos e sim de igualdade. É preciso entender o porquê dessas diferenças (que, na sua maioria, está na educação de base) e prover condições para que todos tenham Ferraris no futuro (mesmo que estas ações não gerem tantos votos quanto os projetos atuais).
segunda-feira, 12 de abril de 2010
Capitalismo X Socialismo
Recebi o seguinte e-mail de um amigo meu há poucos dias:
Uma certa universitária cursava o sexto semestre da Faculdade. Como é comum no meio universitário, ela estava convencida de que era de esquerda e estava a favor da distribuição da riqueza. Tinha vergonha de que o seu pai fosse empresário e conseqüentemente de direita, portanto, contrário aos programas socialistas e seus projetos que davam benefícios aos que mais necessitavam e cobrava impostos mais altos para os que tinham mais dinheiro.
A maioria dos seus professores e alunos sempre defendia a tese de distribuição mais justa das riquezas do país.
Por tudo isso, um dia, ela decidiu enfrentar o pai. Falou com ele sobre o materialismo histórico e a dialética de Marx, procurando mostrar que ele estava errado ao defender um sistema tão injusto e perverso como a direita pregava. Seu pai ouviu pacientemente, como só um pai consegue fazer, todos os argumentos da filha e no meio da conversa perguntou:
- Como você vai na faculdade ?
- Vou bem, respondeu ela. Minha média de notas é 9, estudo muito mas vale a pena. Meu futuro depende disso, eu sei ! Não tenho vida social, durmo pouco, mas vou em frente.
O pai prosseguiu:
- E aquela tua amiga Sônia, como vai?
E ela respondeu com muita segurança:
- Muito mal. A sua média é 3, ela passa os dias no shopping e namora o dia todo. Pouco estuda e algumas vezes nem sequer vai às aulas. Acho até que ela é meio burra. Com certeza, repetirá o semestre.
O pai, olhando nos olhos da filha, aconselhou:
- Que tal se você sugerisse aos professores ou ao coordenador do curso para que sejam transferidos 3 pontos das suas notas para as da Sônia. Com isso, vocês duas teriam a mesma média. Não seria um bom resultado para você, mas, convenhamos, seria uma boa e democrática distribuição de notas para permitir a futura aprovação de vocês duas.
Ela indignada retrucou:
- Isto não tem cabimento! Trabalhei muito para conseguir essas notas, enquanto a Sônia buscava o lado fácil da vida. Não acho justo que todo o trabalho que tive seja, simplesmente, dado a outra pessoa.
Seu pai, então, a abraçou, carinhosamente, dizendo:
- BEM-VINDA À DIREITA!!!
***
Amanhã, farei um post sobre a minha opinião.
Uma certa universitária cursava o sexto semestre da Faculdade. Como é comum no meio universitário, ela estava convencida de que era de esquerda e estava a favor da distribuição da riqueza. Tinha vergonha de que o seu pai fosse empresário e conseqüentemente de direita, portanto, contrário aos programas socialistas e seus projetos que davam benefícios aos que mais necessitavam e cobrava impostos mais altos para os que tinham mais dinheiro.
A maioria dos seus professores e alunos sempre defendia a tese de distribuição mais justa das riquezas do país.
Por tudo isso, um dia, ela decidiu enfrentar o pai. Falou com ele sobre o materialismo histórico e a dialética de Marx, procurando mostrar que ele estava errado ao defender um sistema tão injusto e perverso como a direita pregava. Seu pai ouviu pacientemente, como só um pai consegue fazer, todos os argumentos da filha e no meio da conversa perguntou:
- Como você vai na faculdade ?
- Vou bem, respondeu ela. Minha média de notas é 9, estudo muito mas vale a pena. Meu futuro depende disso, eu sei ! Não tenho vida social, durmo pouco, mas vou em frente.
O pai prosseguiu:
- E aquela tua amiga Sônia, como vai?
E ela respondeu com muita segurança:
- Muito mal. A sua média é 3, ela passa os dias no shopping e namora o dia todo. Pouco estuda e algumas vezes nem sequer vai às aulas. Acho até que ela é meio burra. Com certeza, repetirá o semestre.
O pai, olhando nos olhos da filha, aconselhou:
- Que tal se você sugerisse aos professores ou ao coordenador do curso para que sejam transferidos 3 pontos das suas notas para as da Sônia. Com isso, vocês duas teriam a mesma média. Não seria um bom resultado para você, mas, convenhamos, seria uma boa e democrática distribuição de notas para permitir a futura aprovação de vocês duas.
Ela indignada retrucou:
- Isto não tem cabimento! Trabalhei muito para conseguir essas notas, enquanto a Sônia buscava o lado fácil da vida. Não acho justo que todo o trabalho que tive seja, simplesmente, dado a outra pessoa.
Seu pai, então, a abraçou, carinhosamente, dizendo:
- BEM-VINDA À DIREITA!!!
***
Amanhã, farei um post sobre a minha opinião.
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