quarta-feira, 21 de outubro de 2009

Nobel de Economia


Assistia ao Manhattan Connection no último domingo (o único programa que ainda assisto na TV) e analisava os comentários feitos pelos membros da bancada do programa sobre o premio Nobel de Economia deste ano. Comentaram que a premiação foi entregue a uma mulher que não possui formação em economia e, em época de crise econômica, perdeu-se uma ótima oportunidade de premiar os economistas que realmente fizeram algo para amenizar os impactos da crise. Sempre admirei a opinião deles, mas desta vez fui obrigado a reconhecer que ninguém, pelo menos no programa, alcançou a intenção da premiação.

Elinor Olstrom (Nobel de Economia 2009) ficou conhecida (e por isso ganhou o prêmio) por pesquisar os "commons", que são todos os recursos administrados coletivamente e não apenas pelo governo ou pelas corporações. No Brasil, usamos o termo "externalidades" para o mesmo emprego. Quando uma empresa produz determinado produto, ela possui diversos custos: impostos, folha de pagamentos, despesas, etc. Ou seja, para tudo que ela utiliza, será pago um valor. Mas e os detritos, mesmo que legais, que ela despeja no meio ambiente? E a poluição, mesmo que mínima, que ela libera? Quem paga esta conta? Este é um exemplo de "commons". Elinor quer aproximar o mundo desta realidade. Percebam, agora, a importância do Nobel deste ano!!!

Você já reparou que os países de maior economia do mundo (EUA, Japão e China) são também os maiores poluidores? Acredita que isto seja apenas uma coincidência? A economia tem ignorado que os seus setores (agricultura, indústria e comércio) dependem de fatores ambientais. Este desprezo pertence a um modelo econômico ultrapassado e que precisa ser re-inventado. Caso algum teórico deste meio tivesse recebido a premiação, os suecos, mais uma vez, estariam parabenizando o erro.

Em plena era de pós-crise, talvez um dos momentos mais importantes da economia mundial de todos os tempos, os cinco suecos do prêmio Nobel ignoraram todos os analistas que previram a crise e os economistas que amenizaram seu impacto. Diversos estudos foram criados nos últimos meses. Talvez, parte do material mais importante da economia fora produzido durante este período. No entanto eles ignoraram tudo isto para dizer a todos que, independente de quem tenha afundado ou de quem tenha se recuperado na crise, todos dependem do meio ambiente e este precisa ser o foco da economia contemporânea.

Até então, o trabalho de Elinor era anônimo. Ela era invisível para o mundo. Ao premiá-la, os membros do Nobel fazem o mundo olhar para ela e, principalmente, para o seu trabalho. De nada adianta sairmos de uma crise se não tivermos para onde ir. Talvez este seja o inicio de uma nova tendência econômica. Uma era em que o crescimento precisa ser sustentável.

2 comentários:

  1. Retribuindo a visiitaa !
    ja estou seguindo seu blog , gostei muito.

    bjss !!

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  2. Oi, eu amei o q vc escreveu no comentário em meu blog, post sobre ser diferente e tal!
    muito bom seu comentário e me fez refletir! sorry tá respondendo depois de 1 mes!
    beijos

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