Estava lendo uma reportagem sobre a posse da nova ministra da igualdade racial Luiza Helena de Bairros. Fiquei pensando: "de que forma se implementa uma política para prover igualdade racial? O que é preciso ser feito para isso? Como um ministério pode ajudar neste caso?" Aliás, vocês já haviam pensado a respeito?
Decidi entrar no site (http://www.seppir.gov.br/) deste ministério (que na verdade é uma secretaria) e tentar descobrir. Eles até possuem algumas idéias bem bacanas, como ensinar cultura negra nas escolas (a final, nossa população é formada da miscigenação de índios, de europeus e de negros). Porém há um primeiro erro nesta secretaria: tudo que encontrei referia-se apenas à raça negra. Nada sobre índios, por exemplo, que, na verdade, é a única raça nativa brasileira. E a exclusividade não está apenas na pauta. Todos os ministros que estiveram à frente da secretaria foram negros (nenhum índio também). Esta parcialidade faz com que a secretaria perca força e seja vista não como uma iniciativa para igualdade racial, mas sim para inserção da cultura negra no Brasil. Não que isto esteja errado (não é isso que estou dizendo), porém a iniciativa teria maior aderência se fosse menos parcial. Mas o erro fundamental deles não é esse. É a de sugerir estatutos e projetos de leis.
Leis de igualdade racial!!! Não existe isso! É de uma infantilidade gigantesca acreditar que leis garantirão igualdade racial. Leis apenas punirão aqueles que forem racistas, mas nunca eliminará o racismo. Até porque, uma lei como essas legitima o racismo, ao passo que segrega as pessoas entre os membros desta ou daquela raça. Antes que eu pareça um reacionário legislativo, as leis contra racismo são boas e úteis, mas servem apenas para punir pessoas que a educação não conseguiu lapidar. Elas, apenas as leis, jamais conseguirão garantir igualdade racial. Os EUA é o maior exemplo disso. Lá, há muito, mas muito mecanismo legal de se punir racistas, porém, em um país no qual os negros são minoria (assim como no Brasil, cujo ultimo censo constatou que apenas 7% da população declarou-se negra), isso acrescenta ainda mais a diferença racial, pois garante a uma minoria um direito (e, em alguns casos, uma exclusividade) que a parte majoritária da população não dispõem. Quem já esteve nos EUA ou tem algum contato com a cultura deles sabe da discriminação absurda que os negros sofrem lá. Como conseqüência os negros sente-se excluídos e acabam agindo da mesma forma. Assista a um filme do Eddie Murf e perceba os papéis que os brancos interpretam. Além de nunca serem ligados aos personagens principais, geralmente são os vilões ou aqueles que são ridicularizados durante o enredo (sem mencionar que quase não há pessoas brancas em seus filmes). Lá há uma guerra racial e estamos caminhando para o mesmo erro.
A única forma de combater racismo é com educação. Educação ao racista para ele perceber o quanto imbecil foi até então e educação ao negro (ao índio, ao mestiço, etc) para que ele tenha as mesmas oportunidades das outras raças. Enquanto organizações de "igualdade" ou "inclusão" social de raças continuarem tentando fazer isto à força, ou melhor, através de leis, cada vez mais as diferenças raciais serão acentuadas.