sábado, 20 de fevereiro de 2010

Ser, Saber e Fazer

Com nosso país em retomada do crescimento econômico, o mercado de trabalho voltou a ficar aquecido. Profissionais estão sendo sondados a trocar de empresa todos os dias. É, sem dúvida, um excelente momento para novos rumos profissionais, porém nem todos possuem uma carreira sólida e definida para lhe dar estes novos rumos. Muitos não sabem como foram parar onde estão hoje. Tenho amigos que entregaram a sua carreira ao acaso e hoje detestam o fazem. Para piorar, tão pouco sabem para onde e de que forma mudar de profissão. Embora a solução pareça enigmática, há uma saída bem racional para isso.

Trabalhei em uma empresa que tinha um sistema de avaliação de competências baseado em alguns credos. Estes, durante o ano, deveriam serem perseguidos pelos funcionários que almejassem os melhores desempenhos. Para os profissionais "meio perdidos" (e até mesmo para os profissionais sólidos, por que não?) quero compartilhar a idéia do credo, cujo título era: "Ser, Saber e Fazer".

Este consistia em avaliar se o profissional ERA o que ele fora contratado para ser, SABIA onde queria chegar e FAZIA algo para isso. A idéia só não é melhor do que mensagem profissional que este objetivo pode ensinar.


SER

Em qualquer campo que você atue, em qualquer país e em qualquer organização, você precisa ser aquilo que foi contratado para ser. Além disso: você precisa ser o melhor naquilo que você foi contrato para ser. Muitas pessoas têm diversos planos para as suas carreiras (chegarem a cargos como de gerentes, de diretores ou outras lideranças), no entato se esquecem do que são hoje e, por consequencia lógica, perdem o foco. Se você for lixeiro, por exemplo, antes de querer ser o motorista do caminhão ou o dono da empresa de reciclagem, concentre-se em ser o melhor lixeiro de todos. Ninguém, mas ninguém, pode arremessar um saco de lixo com tamanha força e precisão quanto você. Deverá ser o mais veloz e agíl de todos! Não é por que você ganha mau, não gosta do seu emprego ou detesta o local que trabalha que você vai fazer um péssimo trabalho. Isso é o mesmo que esperar que um jogador de futebol do interior, iniciando carreira em time pequeno, faça gol contra. Se quiser melhorar sua carreira, faça como os jovens boleiros e tente se destacar dentro pequena estrutura e pouca oportunidade que tem recebido. A partir dai, você estará preparado para o segundo credo,...


SABER

Se você for o melhor naquilo que faz, saiba onde você quer chegar. Lembre-se: não se pode acertar o alvo se você não conseguir enxergá-lo! Entenda quais são os requisitos para a vaga que você quer ocupar. Se você quer ser o dono de uma empresa de reciclagem, não adianta fazer um curso de soldador no Senai! Faça cursos de empreendedorismo, marketing, estratégia empresarial, etc. Muitos, ao analisar os pré-requisitos, decidem que não era bem isso que eles queriam ser e, ao invés de perder mais tempo tentando, iniciam a busca por um novo alvo.


FAZER

Agora que você é o melhor naquilo que faz e já sabe o que precisa fazer para chegar no posto que você sonha, é a hora de transformar seus desejos em ambição. Se para tornar-se dono de uma empresa de reciclagem você precisará economizar dinheiro, estudar empreendedorismo, fazer sociedade com outras pessoas e abrir mão do seu emprego atual, faça isso! Esta é a etapa em que a maioria não avança. Conheço pessoas que são boas naquilo que fazem, sabem onde querem chegar e o que precisam fazer para isto, porém ficam inertes a esta última etapa. Adorariam alcançar seus desejos profissionais, mas não abrem mão do churrasquinho com os amigos, do feriadão de carnaval, do futebol ou de qualquer outra forma de diversão e de lazer. Toda premiação requer esforço. Ninguém constrói uma grande carreira sem, um dia, ter abdicado de algo que realmente gostava.

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

Futilidade e Carnaval X Conhecimento e Trabalho

Quanto mais acredito que sou reflexivo, mais percebo que paro de refletir. Parafraseando Sócrates acredito que "hoje, refleti por não ter refletido".

Entrei no Orkut para avisar meu pai que no final de semana vou a Montenegro e percebi diversas fotos de amigos (as) carnavalescos (as). Alguns, aproveitando a folguinha para fazer festa, porém, outros, mantendo seu padrão de boemia.

Passei meu feriadão inteiro trabalhando e isso não foi nem um pouco custoso. Tenho objetivos profissionais e sei que precisarei abrir mão de diversos outros feriadões para alcançá-los, mas foi inevitável ver as fotos daqueles que sempre estão fazendo festa e considerá-los fúteis. Então, percebi que não estava refletindo.

Fútil, por definição, é tudo aquilo que é inútil. Ao ver as fotos tive certeza que aquelas pessoas estavam tornando sua existência inútil. Jamais deixariam um legado ou se quer teriam uma vida se não fosse as festas. Notei que estava querendo impor minha opinião, afinal, será que todos desejam ser profissionais respeitados e pretendem deixar um legado acadêmico?

Existem pessoas que pensam um monte de merda de mim. Acham que sou maluco por trabalhar tanto, que quero ser exibicionista por tentar fazer tantas coisas ao mesmo tempo e que tenho "sorte" por estudar em uma universidade federal. Tudo bem, pois não ligo muito. Qualquer um tem o direito de pensar o que quiser. Dependendo do que eles me falem, eu tenho o direito de me ofender, mas sempre procuro abrir mão deste. Sou feliz agindo desta forma, pois a escolhi.

Do mesmo modo, as pessoas que julguei fúteis podem ser absolutamente felizes agindo como agem. É possível que elas se olhem e também não enxerguem nada errado. Pensar que o meu modo de conduzir a vida é o correto e que o alheio é o errado é uma forma de querer padronizar o comportamento das pessoas ao modo que eu julgo correto. Em nossa era, quem quis fazer o mesmo foram figuras como Stalin, Mao Tsé-tung e Hitler. Não posso ser igual a eles. Aliás, ninguém deveria ser.

Alguns filósofos gostavam de considerar o ser reflexivo, pensante e questionador como um ser superior, devido a sua busca incansável por conhecimento. Acredito que eles pensavam desta forma, por que lhes convém a classificação privilegiada. Eu prefiro pensar que o importante é você se sentir satisfeito, feliz e realizado. Se for preciso gastar todo o seu dinheiro em balada ou em livros, pouco importa, desde que se sinta bem. Neste caso, o mais assertivo foi o poeta romano Juvenal, que definiu que tudo que as pessoas precisam desejar na vida é "mente sã em corpo sadio" (do latin, "men sana in corpore sano"). E qual é a melhor maneira de conseguir isso? Bom, pode ser com festas, pode ser com trabalho e pode ser com estudo, se o objetivo for este, todos estarão no caminho certo!

terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

Gosto não se discute!

Sempre achei esta afirmação discutível. Por mais que as pessoas possam ser diferentes, nunca consegui aceitar bem a idéia de determinados povos gostarem de certas comidas ou de certos gêneros musicais serem aceitos como boa música. Ao mesmo tempo, não me sinto bem sendo "ortodoxo" com aquilo que julgo de bom gosto. Sai deste impasse quando li a respeito do filosofo Locke.

John Locke era um filósofo empirista britânico que viveu entre 1632 e 1704. Para ele, há uma grande diferença entre Qualidades Sensoriais Primárias e Secundárias. Por Qualidades Sensoriais Primárias, Locke entende tudo aquilo que não varia e que todos irão concordar: peso, forma, volume, movimento e número de coisas. Em relação a elas, nossas impressões sempre serão as mesmas e sempre estarão certas. Estas impressões nos levarão a uma nova definição sobre o que estamos analisando e isso Locke chama de Qualidades Sensoriais Secundárias.

Como exemplo, Locke usa a laranja. Todos concordarão que ela possui forma arredondada, líquido no seu interior e este é protegido por uma casca (qualidades primárias), porém não se pode afirmar que a fruta é saborosa, doce ou bonita, pois estas são qualidades secundárias. Ao falar sobre suas impressões, você apenas está descrevendo o impacto das Qualidades Sensoriais Primárias da laranja em você. Estará errado quem disser que a laranja é quadrada, porém nunca estará errado quem disser que é doce e saborosa ou quem afirmar que ela é azeda e ruim. Ambos estarão certos. Ninguém está errado por descrever o que sente e o que percebe!

A maioria das mulheres, sempre que vestem uma roupa nova, perguntam para o seu amigo, namorado, noivo ou marido o que ele achou da roupa. Se for um vestido, ambos concordarão que ele é feito de tecido e cobre o corpo, afinal são qualidades primárias. O impacto destas impressões no homem podem apenas levá-lo a considerar o vestido caro e feio, enquanto a mulher esperava que ele concordasse com ela e o achasse lindo, incrível, único e baratíssimo!!! E a recíproca é verdadeira.

Imaginem um homem assistindo à final da UEFA Champions sendo disputada entre Barcelona e Real Madrid. Se ele perguntar para mulher o que ela acha disso, é muito provável que ela apenas utilize as qualidades primárias para definir o evento: 22 homens correndo atrás de uma bola. Ela não estará errada em não perceber nada além disso e nem o homem estará errado em achar que está diante do maior espetáculo da Terra.

Gosto nada mais é do que o impacto das Qualidades Sensoriais Primárias em cada pessoa. Portanto nunca o discuta com alguém, pois duas pessoas reagirão de maneira diferente a uma mesma coisa e, se quiser saber se algo é bom, bonito, agradável ou saboroso, pergunte a você mesmo!

terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

Goodbye Bafana

Olá pessoal!

Andei um pouco ausente do blog. Peço desculpas aqueles que o acompanhavam e sentiram falta dos posts, mas espero que entendam: meu trabalho anda consumindo meu tempo (o profissional com tarefas e o livre com descanso).

Como forma de me desculpar, deixo-vos uma boa dica de filme:
Goodbye Bafana (A Luta Pela Liberdade). Ele está longe de ser um Blockbuster Hollywoodiano, mas é uma excelente oportunidade para quem gostaria de entender um pouco sobre o porquê Nelson Mandela é considerado um dos principais homens de nossa época.